Marcas da Lua

Marcas da Lua PT

Lobisomem
Última actualización: 2025-05-27
Autora.fox  Recién actualizado
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Resumen
Índice

Ela foi forjada na sombra. Ele nasceu para destruir. O Laço entre eles nunca deveria ter despertado. Selena é uma bruxa selvagem, marcada pelo exílio e temida até entre os seus. Sozinha, poderosa, indomável — até sentir o toque de uma presença ancestral no meio de um ritual proibido. Rurik é um lobo sem matilha, traído pelos próprios irmãos e condenado a vagar como fera. Frio, brutal, solitário — até o instinto o arrastar para o rastro de uma mulher que não consegue esquecer. Quando os caminhos deles se cruzam, o vínculo explode: antigo, proibido, impossível de negar. O que os une é mais que desejo. É maldição. É profecia. É o começo do fim. E alguém está disposto a matar para impedir que o Laço se complete.

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Capítulo 1

A bruxa

A floresta sussurrava o nome dela como se tivesse medo de esquecê-lo.

Ou medo de lembrá-lo.

Selena Vólkhavaar andava descalça sobre folhas molhadas, as solas dos pés calejadas pela terra crua e pelas decisões erradas. O vento puxava seus cabelos negros como se quisesse esconder o rosto dela do mundo — ou protegê-lo. Mas era tarde demais para proteção. E cedo demais para perdão.

O exílio não a quebrou.

Fez pior: a fortaleceu.

No alto da colina onde os relâmpagos evitavam cair e os pássaros não pousavam, Selena desenhou um novo círculo de poder. Os antigos símbolos queimaram na pedra com o calor do próprio sangue, e quando ela falou a primeira palavra em Étir, a língua do submundo, o mundo tremeu sutilmente sob seus pés.

Feitiços proibidos.

Magia de carne e alma.

Poder conquistado pelo prazer, não pela submissão.

— Que os Deuses se engasguem com sua moral — sussurrou, enquanto riscava a última linha com a lâmina curta presa à coxa. O corte era limpo. Ela não tremia mais. Não desde que fora banida por "corromper os dons da lua".

Era ironia.

A mesma lua que regia as bruxas… também regia as feras.

E a conexão entre ambas era mais antiga que qualquer juramento humano.

Ela se levantou devagar, o corpo coberto por cicatrizes finas e tatuagens mágicas. Cada marca contava uma história. Nenhuma delas tinha final feliz.

Selena não acreditava em finais felizes.

Ela acreditava em poder.

E o poder viria. Com suor, sangue e luxúria.

O calafrio veio sem aviso. Um arrepio que subiu pela espinha como língua quente.

Ela congelou.

Alguém a observava.

— Covarde… — murmurou para o vazio.

A floresta calou.

Ela sorriu. Sabia que tinha tempo. O destino era um animal teimoso.

E ela já podia sentir seus dentes se preparando para morder.

Selena recolheu o punhal, limpando a lâmina na própria coxa. O sangue escorria lento, como se obedecesse. Havia aprendido a comandar o próprio corpo antes de tentar controlar o mundo. Foi a primeira lição. E a mais cruel.

O fogo no círculo se apagou, deixando apenas brasas azuis crepitando no chão.

Silêncio.

A floresta parecia conter o fôlego quando ela estava ali.

Os animais sumiam. O vento ficava denso.

Até a própria noite parecia hesitar ao seu redor.

Ela atravessou o limite do círculo sem olhar para trás. Nunca olhava.

Não por arrogância — por cálculo.

Magia respondia à vontade. Se vacilasse, ela feria. E Selena já tinha se cortado demais.

Caminhou até sua cabana, uma construção retorcida, mais raiz do que madeira. Crescida da terra, moldada pela força da intenção. A porta não tinha tranca. Quem ousaria entrar?

Dentro, o cheiro era de ervas, cera derretida e algo mais denso.

Prazer aprisionado.

Em um dos frascos, uma essência feita do gozo de um homem que implorou por mais antes de morrer.

Em outro, o suor de uma virgem.

Selena não usava ingredientes comuns.

Usava lembranças. Usava alma.

Ela se despiu sem pressa, jogando as roupas sujas no canto. O corpo nu refletia a luz da vela em linhas suaves, mas havia dureza ali. Força.

No espelho negro pendurado no teto — um artefato ancestral roubado do clã — ela viu o reflexo se contorcer. Não seu corpo. A imagem atrás dele.

Algo movia-se no mundo espiritual. Uma sombra alongada. Algo que a encarava.

Não com olhos. Com presença.

Ela estreitou os olhos.

— Quem é você…?

O reflexo se dissipou antes que pudesse ler mais.

Mas ficou.

Não o vulto.

A sensação.

Densa. Quente.

Como uma respiração no cangote.

Ela não estava sozinha.

Não ali.

Não mais.

Selena tocou o colar de ossos pequenos pendurado entre os seios. Era um amuleto antigo, que tremia apenas diante de uma coisa: vínculo de sangue e destino.

E ele tremia agora.

Pela primeira vez.

Ela não sorriu. Não praguejou.

Apenas fechou os olhos, ouvindo os batimentos do próprio coração.

Um. Dois. Três.

A contagem da guerra começara.

A vela se apagou sozinha.

Selena não se moveu.

No escuro, sentia melhor.

Ouviu o estalar da madeira da cabana como se a construção tivesse espasmos. O mundo reagia. A estrutura mágica ao redor dela — a barreira que mantinha espíritos afastados — vibrava como se algo estivesse tentando atravessar.

— Não — sussurrou. — Não hoje.

Fez um gesto com os dedos, e o chão brilhou em linhas vermelhas, traçadas com sangue seco e cinza de ossos. A barreira se estabilizou. O ataque cessou. Mas o aviso ficou.

Estavam sentindo.

O Conselho.

As Anciãs.

A matilha, talvez.

Quem quer que fosse o dono daquele reflexo no espelho.

Selena se jogou sobre a rede de peles costuradas, o corpo ainda nu, a lâmina repousando sobre o peito. Seus olhos encararam o teto, onde marcas arcanas pulsavam como constelações.

Ela estava ficando inquieta. E isso era raro.

Não medo. Nunca medo.

Mas antecipação.

Se o que sentira no espelho era o que parecia ser…

Um vínculo, um chamado instintivo, algo mais fundo que magia —

Estava fodida.

Porque vínculos eram para cadelas submissas e machos territoriais.

E ela não era nem uma coisa nem outra.

Virou-se de lado, enfiando a lâmina sob o travesseiro.

Dormiu com os olhos meio abertos.

Sonhou com floresta.

Com dentes.

E com um par de olhos cor de prata, fitando-a como se já a possuíssem.

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