A Esposa do Magnata

A Esposa do MagnataPT

Romance
Última atualização: 2025-10-22
Lia Lovelace  Atualizado agora
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Resumo
Índice

Helena Duarte jurou que nunca mais amaria um homem poderoso. Depois de um divórcio humilhante e anos tentando reconstruir a própria vida, ela se tornou uma mulher forte, independente e sozinha por escolha. Aos quarenta e dois anos, o amor parecia um luxo perigoso demais. Até conhecer Dante Moretti. Jovem, bilionário e impiedosamente charmoso, o novo CEO do império Moretti é o tipo de homem que transforma qualquer sala em território dele. Doze anos mais novo, Dante vê em Helena tudo o que o mundo nunca lhe deu: coragem, elegância e a força que não se compra com dinheiro. O que começa com provocações e jogos de poder logo se transforma em algo que nenhum dos dois esperava: um amor secreto, intenso e proibido. Mas o destino é cruel: Dante é o herdeiro do homem que quase destruiu a vida de Helena no passado. Agora, entre mentiras corporativas, escândalos e uma proposta impossível, um segundo casamento que pode salvar ambos, mas arruinar tudo o que ela construiu, Helena precisará decidir se está disposta a arriscar a reputação por um amor que desafia todas as regras. Um romance sobre diferença de idade, poder e vulnerabilidade, e sobre a mulher que ousou amar o homem que o mundo inteiro dizia ser seu inimigo.

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Capítulo 1

Capítulo 1

O som da chuva batendo contra o vidro da varanda era a única coisa viva naquela manhã. Minha xícara de café esfriava ao lado da pilha de papéis sobre a mesa, plantas arquitetônicas, amostras de tecido, contratos. Tudo o que, por algum motivo, eu vinha adiando há semanas. Era engraçado… eu tinha construído uma carreira inteira aprendendo a organizar de tudo, mas ainda não conseguia fazer o mesmo com minha própria vida.

Suspirei e passei os dedos pelo aro da caneca. O anel dourado que um dia simbolizou uma promessa agora estava guardado dentro de uma gaveta, junto com outras lembranças que eu fingia não ter tempo para enfrentar. Divorciada há quatro anos aos quarenta e dois anos de idade. E, oficialmente, dona de uma empresa que sobrevivia mais à força da teimosia do que aos lucros reais.

Mas aquele e-mail em negrito na minha caixa de entrada, o maldito “Proposta de contrato: Moretti Group”, parecia uma nova chance. Uma daquelas que o destino manda quando a gente já desistiu de esperar uma melhora.

A Moretti Group era gigantesca: imóveis, tecnologia, luxo. O tipo de império que decide quem vence e quem quebra. E agora eles queriam que eu redesenhasse o novo saguão da sede em São Paulo. Um projeto que, se eu acertasse, colocaria meu nome de volta no mapa. Eu me sentia insegura em voltar a atuar na minha área, mas talvez fosse o jeito.

Se eu errasse… bem, era o tipo de cliente que não perdoava erros.

Levantei-me, abrindo as cortinas. A cidade parecia um quadro cinza e molhado. Lá fora, o trânsito estava mais intenso do que nunca. Dentro de mim, a ansiedade estava do mesmo jeito.

Peguei o celular e li a mensagem novamente.

De: secretariado@morettigroup.com

Assunto: Reunião preliminar com o CEO — 9h30.

Local: Torre Moretti, Av. Faria Lima.

Observação: o Sr. Dante Moretti faz questão de conhecê-la pessoalmente.

Franzi o cenho. O novo CEO. O nome Moretti carregava uma sombra que eu conhecia bem até demais. Anos atrás, o patriarca da família, senhor Augusto Moretti, tinha quase arruinado meu antigo estúdio com uma manobra suja de contrato. Eu nunca o perdoei, mesmo depois da falência ter me ensinado a ser mais forte do que justa.

E agora, por uma ironia do destino, eu era empurrada mais uma vez àquela maldita família, muito a contragosto.

O reflexo do meu rosto no vidro me devolveu uma mulher diferente daquela que o espelho mostrava quatro anos atrás. O cabelo mais curto, uma expressão um pouco mais cansada, mas firme. Eu tinha sobrevivido, e não ia recuar agora.

O elevador parou no térreo. Peguei o guarda-chuva, o portfólio, a bolsa. Quando a porta se abriu, o cheiro de asfalto molhado e café fresco me envolveu.

Dirigir sob chuva nunca foi minha parte preferida do dia, mas algo naquela manhã parecia interessante, como se o universo tivesse decidido lavar a cidade. E a mim, talvez. Durante o trajeto, tentei ignorar o nervosismo. A Moretti Group não contratava empresas por acaso. Ou alguém lá dentro tinha indicado meu nome… ou havia um motivo que eu ainda não entendia.

E, em negócios, os motivos nunca são inocentes.

O prédio da Torre Moretti era uma obra-prima de vidro. Espelhado, alto o suficiente para parecer que olhava o resto da cidade de cima. Entreguei meus documentos na recepção, tentando parecer mais confiante do que estava. A atendente sorriu educadamente, fez uma ligação rápida e me entregou um crachá prateado com meu nome gravado.

— O senhor Moretti pediu que a senhora subisse direto — disse ela, com um brilho curioso nos olhos. — Último andar.

Meu coração deu um pequeno salto. Ele sabia que eu estava vindo. Entrei no elevador. O painel acendeu os números em sequência. Respirei fundo e ajeitei o blazer, sentindo o leve perfume de lavanda que costumo usar em dias importantes. Aquele em que eu precisava parecer perfeita. Mas o destino é cruel, e ele gosta de brincar com quem tenta manter o controle.

O andar da presidência era silencioso demais. Mármore polido, vidro fumê, arte contemporânea nas paredes. E tudo era muito, muito silencioso. A recepcionista me recebeu com um sorriso profissional e pediu que eu aguardasse um minuto.

— O senhor Moretti está em ligação — explicou. — Ele pediu que a senhora entrasse assim que ele desligar.

Assenti. Caminhei até o enorme janelão que dava vista para a cidade. Lá de cima, as pessoas pareciam miniatura. Por um instante, me senti de volta aos meus vinte e poucos anos, quando eu ainda acreditava que sucesso era uma questão de esforço e não de sobrevivência.

Então ouvi a voz. Baixa, firme, rouca.

Vinha de trás da porta de vidro. Uma voz masculina, o tipo que poderia convencer qualquer um a dizer sim antes mesmo de entender a pergunta.

— ...não, Enzo. Eu quero o contrato fechado até o fim da semana. Se eles hesitarem, ofereça mais. Dinheiro não é o problema. Tempo é.

A maçaneta girou. E antes que eu tivesse tempo de organizar os pensamentos, ele apareceu. Alto. Camisa branca, mangas dobradas. Relógio de aço no pulso e aquele olhar que diz “eu sei exatamente o que estou fazendo”.

Dante Moretti.

Por um instante, o ar pareceu rarefeito.

Ele não podia ter mais de trinta anos, talvez menos. Jovem demais para comandar um império daquele tamanho, e ainda assim... havia algo nele. Uma segurança silenciosa, perigosa. O tipo de homem que aprendeu cedo que o mundo se curva quando ele manda, herança do meu velho inimigo, provavelmente.

— Senhora Duarte — disse ele, com um meio-sorriso que não chegava aos olhos. — Finalmente nos conhecemos.

A forma como ele pronunciou senhora soou como um desafio. Sorri de volta, sem baixar a guarda. — Senhor Moretti. Agradeço pelo convite. Ele se aproximou, estendendo a mão. O toque foi firme. Quente. E demorou um segundo além do necessário.

— Ouvi dizer que a senhora tem um talento especial para dar nova vida a lugares que perderam o brilho — disse ele, soltando minha mão devagar. — Acho que temos algo em comum.

— Imagino que esteja falando da empresa — respondi, tentando esconder o desconforto.

— Talvez — ele respondeu, inclinando a cabeça. — Ou talvez não.

Ficamos em silêncio por um instante. A chuva batendo no vidro parecia marcar o tempo.

— Espero que não se importe — continuou ele —, mas gosto de conhecer pessoalmente quem vai trabalhar comigo. A confiança é algo que eu levo a sério.

— Confiança se constrói — retruquei. — E leva tempo.

Ele sorriu de lado. 

— Algumas coisas, sim.

Meu estômago apertou. Não era só o charme. Era o perigo de alguém que sabia exatamente o efeito que causava, e se divertia com isso.

— Vamos falar do projeto — interrompi, abrindo o portfólio. Mas minhas mãos tremiam um pouco.

Durante a reunião, ele fazia perguntas demais, olhava demais. O tipo de olhar que te consumia, sem precisar de palavras. E quanto mais eu tentava manter a conversa técnica, mais percebia que havia algo por trás daquela expressão calculada. Eu estava me sentindo absolutamente idiota, e tudo aquilo era absurdo demais para que meu cérebro processasse.

No fim, ele me acompanhou até o elevador.

— Foi um prazer conhecê-la, senhora Duarte — disse, quando as portas se abriram. — Tenho a sensação de que esse será o começo de algo... interessante.

Quando ele disse interessante, sua voz baixou uma oitava. Quase um sussurro. Eu apenas assenti, sem confiar em mim mesma para responder. As portas se fecharam, e meu reflexo no espelho de aço me devolveu o que eu já sabia: Aquele homem seria um problema, e parte de mim, a parte que eu podia jurar ter matado, queria descobrir exatamente que tipo de problema ele era.

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