Mundo de ficçãoIniciar sessãoBeatriz Silva passou dois anos casada com Gabriel Pereira. Durante esse tempo, foi muito mais babá e empregada do que esposa, sempre dedicada, humilde, colocando-se atrás dele, apagando sua própria luz. Dois anos assim… Consumiram até a última gota do amor que ela sentia por ele. Quando a ex-namorada dele voltou do exterior, Beatriz finalmente entendeu, o casamento deles só existia no papel. E chegara a hora de colocar um ponto final. — Gabriel… Sem o filtro do amor, sem nenhuma ilusão… Você acha que eu ainda perderia meu tempo te olhando duas vezes? Gabriel assinou os papéis do divórcio com uma confiança quase arrogante. Ele tinha certeza absoluta de que Beatriz o amava tanto, de forma tão profunda, que não conseguiria ir embora de verdade. Achava que, mais cedo ou mais tarde, ela voltaria… Chorando, arrependida, pedindo para recomeçar. Mas, para o seu espanto… Dessa vez, ela realmente parecia não o amar mais. E então, devagar, como peças de um quebra-cabeça que ele nunca quis montar, as verdades do passado começaram a aparecer. Gabriel percebeu que, na verdade… Quem havia julgado tudo errado esse tempo todo era ele. Desesperado, arrependeu-se. Implorou perdão. Tentou reconquistá-la. Mas Beatriz, cansada, exausta de tudo o que viveu, tomou uma decisão surpreendente: publicou nas redes sociais que estava à procura de um marido agregado. Gabriel enlouqueceu de ciúmes. Perdeu o controle. Quis voltar no tempo, queria mais do que tudo ter uma segunda chance... Só que agora… Ele descobriu que nem sequer era digno de entrar na disputa.
Ler maisLá do alto, Renato observava Gabriel como quem encara alguém por quem já não resta um fio de paciência.Sua voz saiu fria e direta, sem espaço para qualquer réplica.— Pra que perder tempo falando com ele? Resolva isso.— Sim, senhor. — Respondeu Karine com prontidão.A garganta de Rafael travou.“Resolver?Resolver como?Tipo… Cortar o pescoço ali mesmo?”O medo fazia sentido. Aquilo seria crime no país.Mas, vindo do Sr. Renato, Rafael acreditava que ele seria perfeitamente capaz.Um formigamento percorreu o couro cabeludo de Rafael.Aterrorizado, ele tentou reagir.— Sr. Renato, por favor… o nosso Sr. Gabriel só gosta da Srta. Cristiane! Nossas ações não constituem nenhum crime perante a lei, então o senhor…Karine sorriu antes que ele terminasse.Era um sorriso educado, porém mortal.— Desculpe. A lei deste país não se aplica a nós.As pernas de Rafael quase cederam.No mesmo instante, sua mente projetou inúmeras versões da própria morte.“Meu Deus… Eu sou só um assistente! Será qu
Desta vez, era um enxame de drones trocando luzes e formando palavras no céu, exibindo, em teoria, toda a sinceridade de Gabriel. Beatriz e os outros, pegos pelo movimento repentino, levantaram o rosto de novo.Luciano, com a expressão cada vez mais sombria, resmungou:— Vou resolver isso. Leva a Bia pra casa.Aquele Gabriel maldito… Igual a uma praga que não larga do pé. Será que ele não tinha fim?O ponto de lançamento dos fogos já tinha sido destruído. Karine e sua equipe haviam jogado água, enterrado tudo, limparam o local e ainda levaram preso todo mundo que estava envolvido. E, mesmo assim, Gabriel agora surgia com uma nova palhaçada: um show de drones.Ele achava que, só porque não estava lançando nada do chão, eles não conseguiriam impedir?Luciano ligou imediatamente para seus homens, ordenando que soltassem os drones da própria família Cardoso. A solução mais simples e mais bruta: colidir diretamente com os drones de Gabriel, derrubando todos um por um do céu.Se vinha soldad
Gabriel estudou o ensino médio em uma escola pública comum, não em um colégio particular de elite. E, naquele ano, na foto de formatura dele… Lá estava também o rosto da Srta. Cristiane.Com isso, tudo se encaixava perfeitamente. O autor daquela declaração extravagante só podia ser ele, o herdeiro do Grupo Pereira, Gabriel.Enquanto todos comentavam e espalhavam fofocas, na varanda do salão de festas os membros da família Cardoso, alertados pelo burburinho, já tinham saído para ver o que estava acontecendo. Ao se depararem com aquelas frases brilhando no céu, acompanhadas de corações bregas e rosas cintilantes, Sr. Luciano e Sra. Lorena fecharam a expressão na mesma hora.Renato, por sua vez, foi direto para um canto e ligou para Karine, ordenando que resolvesse aquilo o mais rápido possível. Eles nem precisavam investigar. Um gesto tão cafona e pegajoso só podia ser ideia de Gabriel.Renato não imaginava que, mesmo depois de ter sido expulso do evento mais cedo, o homem ainda não tive
Nesse momento, alguém veio puxar assunto com ele, e Renato recolheu o olhar. Depois de conversar sobre negócios com alguns homens, mais de dez minutos já tinham se passado.Quando virou a cabeça quase sem pensar, viu que Letícia tinha entrado na pista de dança com um rapaz. Ela dançava com movimentos elegantes e cheios de graça.Ao vê-la dançando com outro homem, sempre com um sorriso no rosto, as palavras que Letícia tinha dito antes começaram a ecoar na mente dele. No começo, tudo aquilo era ideia dos pais dos dois, não dela. Ou seja, da primeira vez que o viu, ela não tinha se interessado. Só se declarou porque os pais incentivaram e empurraram os dois.Pensando bem, fazia sentido. A primeira vez que se encontraram foi num jantar oferecido pelos pais da família Martins, o primeiro contato não tinha sido nada agradável, e os dois até discutiram. Depois disso, Letícia repetiu várias vezes que não sentia absolutamente nada por ele.Ao lembrar disso, Renato apertou levemente os lábios.
Ele cuidava dela porque era a melhor amiga de sua irmã. E, como irmão mais velho, sentia que devia prestar um pouco mais de atenção nela.— Ah, e outra coisa, mano… Não conta nada pro Renato. Deixa que eu mesma falo com ele depois. — Disse Letícia.— Ainda não desistiu, né? Ou é que você fica mais corajosa cada vez que leva um fora? — Eduardo ergueu a sobrancelha ao ouvir aquilo.Letícia sorriu de leve e o enganou com tranquilidade.— Como eu poderia desistir? Afinal, não existem muitos homens melhores do que ele por aí.Era a mais pura verdade. Porém, o que amadurece à força nunca fica bom.Eduardo sabia disso melhor do que ninguém e não queria ver a irmã se machucando sempre que insistia além do limite.Por isso, comentou:— Eu vi você conversando super bem com aqueles caras agora há pouco. Se não der pra ficar com o melhor, sempre dá pra tentar a segunda opção. No fim das contas, é a sua felicidade que importa.— Me deixa tentar mais um pouco. Se não rolar, aí eu penso nas outras op
— O que você contou pra Beatriz? — Eduardo perguntou. — O Renato tá quase com ciúme até de você… Acha que a Beatriz prefere falar com você do que com ele.— Claro, né? — Letícia torceu a boca. — A relação que eu tenho com a Bia não é algo que ele possa comparar? A gente é amiga desde a faculdade.— Então… O que foi exatamente? — Eduardo insistiu, curioso. — Porque não parece ter sido uma conversa formalzinha, dessas normais.Caso contrário, Beatriz não teria achado difícil comentar com Renato.Letícia confirmou com um aceno e resumiu tudo de forma direta para o irmão.Eduardo, ao ouvir, ficou surpreso.Nunca imaginaria que tanta coisa tivesse acontecido entre Beatriz e Gabriel na época do colégio.Claro, tudo aquilo já era passado. Vitória tinha sido cortada pela raiz.Mas restava um detalhe capaz de causar impacto ainda hoje:— Ou seja… O Gabriel provavelmente vai continuar atrás da Beatriz. — Eduardo concluiu.“Provavelmente não… Com certeza.” Ele corrigiu mentalmente.Gabriel tinha





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