SELENA
Desde o ritual negado, os dias se tornaram longos e vigiados.
Cada movimento seu era observado.
As magas mais jovens, antes submissas, agora cochichavam às suas costas.
As mais velhas a encaravam como se ela carregasse um feitiço contaminado.
E carregava.
Só que não era veneno.
Era ele.
Ela o sentia mais perto a cada amanhecer.
E com isso, os sonhos começaram.
Não devaneios doces.
Mas visões. Fragmentadas. Brutais.
> Rurik em forma lupina, coberto de sangue.
Vozes chamando por ela.
As mãos dele em sua cintura, segurando como se fosse cair.
Os olhos dele. Sempre os olhos.
Na terceira noite, acordou com as marcas de garra gravadas em sua ombreira de couro — três sulcos limpos, finos.
A magia tentava apagar. Mas não conseguia.
Selena guardou o tecido ao invés de destruí-lo.
O Coven reagiu.
A Sacerdotisa Maelis a isolou das demais.
Tirou seus acessos ao círculo de feitiços maiores.
Impôs rituais de purificação obrigatórios.
E, sutilmente, começou a testar sua lealdade.
Selena não r