Mundo ficciónIniciar sesiónQuando seu filho de três anos recusa todas as babás contratadas, o bilionário frio e controlador Dominic Valenti se vê prestes a perder um contrato internacional se não resolver o problema imediatamente. É então que surge Elena Duarte, uma jovem determinada que acaba de fugir de uma relação abusiva e está desesperada por um emprego. Mas ela não imaginava que trabalhar na mansão Valenti significaria lidar com um homem que parece feito de pedra — até seus olhares começarem a queimar mais do que deveriam. Dominic se convence de que Elena é a única pessoa capaz de trazer estabilidade ao filho dele. O que ele não espera é que a nova babá desperte nele uma obsessão silenciosa, um desejo perigoso que ele jura controlar. Elena tenta manter as coisas profissionais, mas os segredos de Dominic, o passado dela e a aproximação inevitável colocam os dois em rota de colisão emocional. E quando uma cláusula inesperada aparece no contrato de trabalho… nenhum dos dois estará preparado para o que virá. Uma história de cura, paixão contida, tensão emocional, segredos e um bilionário disposto a tudo — até quebrar suas próprias regras.
Leer másO vento frio da manhã cortava a pele de Elena enquanto ela apertava a alça da mochila contra o peito. A cidade ainda despertava devagar, mas o coração dela já corria desde antes do sol nascer. Ela repetia mentalmente cada instrução, cada documento, cada palavra que poderia dizer na entrevista. Era a sua última chance. O último fio de esperança depois de semanas dormindo em quartos alugados, fugindo de lembranças que ainda queimavam.
A mansão Valenti não era apenas grande. Ela era intimidante. Muros altos, portões negros polidos e um brasão dourado brilhando como um aviso: aqui apenas os fortes entram. Elena respirou fundo antes de tocar o interfone. — Bom dia… aqui é Elena Duarte. Tenho uma entrevista agendada — disse, tentando controlar o tremor na voz. Um clique suave antecedeu a resposta: — Siga até a entrada principal, senhorita Duarte. O senhor Valenti e a assistente dele a aguardam. O portão abriu. O som metálico ecoou dentro dela como se abrisse também um caminho que ela não podia mais recuar. O interior da propriedade parecia outro mundo. Jardins simétricos, carros luxuosos enfileirados, janelas enormes que refletiam o céu. Elena caminhava devagar, como se qualquer passo inseguro denunciasse que ela não pertencia àquele lugar. A porta principal abriu antes mesmo que ela pudesse bater. Uma mulher elegante, impecavelmente vestida, a observava com olhos frios. — Elena Duarte? — a mulher perguntou. — Sim… sou eu. — Isabella Morel. Assistente pessoal do senhor Valenti. — Ela mal sorriu. — Venha comigo. O som dos saltos de Isabella ecoava pelo mármore, autoritário, enquanto Elena seguia atrás. O nervosismo apertava seu estômago. A cada passo ela tentava lembrar que precisava daquele emprego. Não apenas pelo salário — mas pela segurança que ele representava. — Antes de conhecer o senhor Valenti — disse Isabella, virando levemente o rosto sem parar de andar — há algo que você precisa saber. — Certo. — Ele é exigente. Extremamente exigente. A senhorita deve ser objetiva, responder apenas o que for perguntado e, se possível, não fazer perguntas desnecessárias. Elena engoliu seco. — Entendi. Isabella abriu uma porta dupla que dava para um escritório com pé-direito alto, paredes de vidro e estantes que iam até o teto. O homem sentado à mesa parecia ocupar o espaço inteiro — não por tamanho, mas pela presença. Dominic Valenti. Ele ergueu os olhos do tablet e Elena sentiu o ar ficar pesado. Seus olhos eram de um cinza gelo, calculista e intenso, capazes de atravessar qualquer fachada que alguém tentasse erguer. — Senhorita Duarte — ele disse, a voz baixa e firme. — Sente-se. Ela obedeceu. As mãos tremiam um pouco, então as escondeu no colo. — Seu currículo é… modesto — Dominic começou. — Trabalhou como babá em duas casas de família e possui cursos de primeiros socorros e desenvolvimento infantil. Nada excepcional, mas aceitável. Isabella, ao lado dele, cruzou os braços como se já esperasse que Elena fosse uma candidata descartável. — Eu aprendo rápido — Elena respondeu com sinceridade. — E me dedico ao que faço. Dominic a analisou por longos segundos. — Aqui não trabalhamos com promessas. Apenas com resultados. Ela respirou fundo. — Entendo. — Meu filho, Liam, tem três anos. — A voz dele suavizou imperceptivelmente, como se tocasse uma ferida oculta. — Ele não aceita babás desde que sua mãe faleceu. Elena prendeu a respiração. — Sinto muito. — Não precisa sentir. Apenas faça seu trabalho. — Dominic continuou, impassível. — Ele é inteligente, sensível e… silencioso. Não fala desde o acidente. O coração de Elena apertou. — Ele não fala nada? — Nada — Isabella respondeu antes de Dominic. — E por isso estamos entrevistando dezenas de pessoas. Nenhuma funcionou. Uma pequena onda de medo subiu pela espinha de Elena. Como ela, com seu currículo “modesto”, competiria com dezenas de profissionais experientes? Ainda assim, havia algo dentro dela — talvez empatia, talvez o eco do que ela mesma já enfrentou — que a fez perguntar: — Posso conhecê-lo? Dominic ergueu uma sobrancelha. Isabella pareceu contrariada. Mas, surpreendentemente, ele concordou com um pequeno aceno. O quarto de brinquedos era amplo, cheio de cores, mas… vazio. Havia carrinhos, livros, blocos de montar — tudo perfeitamente organizado, como se ninguém tocasse neles há muito tempo. No canto, sentado no carpete, um garotinho de cabelos castanhos claros segurava um avião de brinquedo. Ele não levantou os olhos quando os adultos entraram. Elena se aproximou devagar, se ajoelhando à distância adequada. — Oi, Liam… — disse com voz suave. — Eu sou a Elena. Ele continuou olhando para o avião, girando a hélice com o dedo. Elena sorriu. — Eu sempre gostei de aviões. Eles parecem livres, né? Podem ir para qualquer lugar. Liam parou o movimento. Lentamente, levantou os olhos para ela. Era a primeira reação. Isabella percebeu e arregalou os olhos. Dominic observava sem expressão… mas seus ombros tensos relaxaram quase imperceptivelmente. — Posso sentar com você? — Elena perguntou. O menino abaixou o olhar e empurrou uma almofada na direção dela. Um gesto simples. Mas, para Dominic, era como um terremoto. Ele nunca permitia aproximação. Isabella engoliu seco, claramente contrariada. Elena sentou-se ao lado dele, respeitando o espaço. — Sabe, quando eu era pequena, eu tinha medo de aviões. — Ela disse sorrindo. — Mas a minha mãe dizia que, quando a gente olha pela janela lá do alto, a vida parece menos complicada. Liam observava cada palavra, como se pesasse sua sinceridade. Elena pegou um bloco de montar e o colocou no chão entre eles. — Quer construir alguma coisa juntos? Ele hesitou por dois segundos e tocou no bloco. Isabella suspirou, irritada. Dominic não disse nada. Apenas observava Elena como se ela tivesse acabado de desmontar todas as regras dele. Quando voltaram ao escritório, Dominic fechou a porta atrás deles — sozinho. Elena ficou nervosa de novo. — Ele nunca interagiu tão rápido com ninguém — Dominic disse finalmente. — Ele só precisa de calma — ela respondeu. Ele se aproximou dela, parando a poucos centímetros. A presença dele era elétrica, intensa demais. — Não gosto de desperdiçar tempo. — Seus olhos estavam cravados nos dela. — Quero contratá-la. Imediatamente. Elena piscou, surpresa. — Sério? — Sim. Mas com uma condição. O coração dela acelerou. — Qual? — Obediência. — Dominic disse sem piscar. — Eu não tolero desrespeito, atrasos, erros. E você deverá seguir cada regra da casa. Cada uma. Era autoritário… mas havia algo mais profundo ali. Algo protetor. Algo quebrado. — Eu sigo regras — Elena respondeu. Ele inclinou a cabeça, estudando-a. — Então assine o contrato provisório com a Isabella hoje. Se você continuar sendo adequada… discutiremos o contrato final em breve. “Contrato final.” Aquelas palavras ecoaram como prenúncio de algo maior — algo que ela ainda não entendia. — Bem-vinda à Mansão Valenti, senhorita Duarte. O mundo de Elena acabava de mudar. E ela ainda não sabia que aquele homem frio… seria seu maior desafio. E sua ruína emocional.O corredor parecia mais longo do que de costume enquanto Elena caminhava em direção ao escritório de Dominic. Cada passo ecoava dentro dela como se estivesse avançando rumo a algo inevitável — algo que ela não sabia nomear, mas sentia aproximar-se como uma sombra insistente.Ao chegar diante da porta, respirou fundo duas vezes antes de bater.— Entre — a voz dele veio imediata, firme, quase como se estivesse esperando exatamente aquele som.Elena empurrou a porta devagar. Dominic estava de costas, encarando a enorme janela que dava vista para o jardim. As mãos apoiadas no parapeito deixavam os músculos dos braços marcados pela tensão.Ele não se virou imediatamente.— Sente-se — disse apenas.Elena obedeceu, sentindo o ar pesado no ambiente. O escritório era silencioso, amplo, e ainda assim parecia pequeno demais para os dois.Dominic virou-se lentamente, e quando seus olhos finalmente encontraram os dela, Elena sentiu o chão tremer sob seus pés — emocionalmente, não fisicamente.— Eu
A manhã amanheceu como se carregasse um peso invisível. Nem Elena nem Dominic mencionaram o que havia acontecido no final do dia anterior, mas a casa parecia sentir. Até Liam estava mais quieto, segurando o carrinho de brinquedo com força, como se algo no ar o deixasse inseguro.Elena respirou fundo enquanto arrumava a mesa do café. Tudo parecia igual — os mesmos talheres alinhados, o cheiro suave do café, o sol atravessando a janela. Mas por dentro, nada estava igual.Dominic entrou na cozinha com passos firmes, porém o olhar dele… esse estava carregado. Observou Elena por alguns segundos, longos o suficiente para o ar ficar tenso.— Liam tem uma consulta hoje — anunciou ele, a voz baixa. — Quero que venha comigo.— Claro — respondeu Elena, firme. — Estarei pronta.Mas Dominic não saiu. Ele continuou ali, parado, como se quisesse dizer algo que não conseguia formular. Elena sentiu o peso daquele silêncio. E sentiu também que, por trás dele, havia um conflito que Dominic tentava escon
A manhã começou diferente.Elena percebeu logo ao acordar que havia algo no ar — uma mudança sutil, quase imperceptível, mas impossível de ignorar. Talvez fosse apenas o resquício da conversa da noite anterior… ou talvez fosse o fato de que Dominic Valenti não desviara o olhar dela nem por um segundo enquanto Liam dormia em seu colo.O coração dela ainda batia rápido ao lembrar.Ela se vestiu com cuidado, tentando parecer tão profissional quanto possível, embora soubesse que, perto de Dominic, a palavra profissional perdia o sentido cada vez que os dois ficavam sozinhos no mesmo cômodo.Quando desceu para a cozinha, encontrou Isabella organizando documentos sobre a bancada. A assistente nem sequer ocultou o olhar desconfiado.— Dominic pediu para você levá-lo ao escritório dele assim que terminasse o café — disse Isabella, a voz suave demais para soar natural. — Ele quer revisar a agenda de Liam.Elena apenas assentiu.Não valia a pena discutir. Isabella sempre parecia saber mais do q
A sala estava mergulhada em uma penumbra suave quando Dominic deu mais um passo para dentro, a porta se fechando atrás dele com um clique que ecoou como um alerta. Elena sentiu o coração acelerar, um frio quente ao mesmo tempo atravessando sua coluna.Ele não parecia o bilionário impecável que havia saído horas antes — parecia um homem carregado por algo que estava prestes a transbordar.— Dominic? — ela chamou, a voz mais baixa do que pretendia.Os olhos dele, escuros e intensos, não a soltavam.— Eu fiz algo hoje — começou, passando a mão pelos cabelos, num gesto raro de nervosismo. — Depois do jantar, eu simplesmente… saí. Sem me despedir de ninguém.Elena franziu a testa.— Por quê?Dominic caminhou até metade da sala, parando a uma distância que era próxima demais para ser confortável, mas longe demais para ser íntima.— Porque eu não conseguia parar de pensar em você.O ar foi arrancado dos pulmões de Elena.— Dominic…— Não. — Ele ergueu a mão, firme, mas sem agressividade. — E
A tarde caiu lentamente sobre a mansão Valenti, tingindo as paredes de dourado. Elena observava Liam brincar no tapete da sala, empilhando blocos coloridos e fazendo pequenos sons que, embora não fossem palavras, transmitiam mais emoção do que qualquer frase inteira. Ele estava mais leve, mais solto, como se uma parte dele tivesse finalmente encontrado espaço para respirar.Dominic, parado ao lado da janela, observava a cena em silêncio. Seus braços cruzados não revelavam nada, mas sua expressão dizia tudo: orgulho, medo, vulnerabilidade — uma combinação que Elena raramente imaginava ver em um homem tão poderoso.E justamente por isso, era quase impossível desviar o olhar dele.Liam derrubou a torre de blocos e riu. Elena sorriu junto. Dominic também. E por um instante breve demais para ser seguro, os três formaram algo que parecia… família.— Elena — disse Dominic, quebrando o silêncio. — Tem um jantar esta noite. Com investidores. Quero que esteja aqui quando voltarmos.— Claro — re
O sol mal se firmava quando Elena desceu à cozinha. O aroma de pão e café recém-passado preenchia os corredores, misturado ao perfume das flores do jardim. A mansão parecia calma, mas Elena sabia que aquela tranquilidade podia quebrar a qualquer instante.Liam estava sentado à mesa, ainda de pijama, segurando um ursinho de pelúcia. Seus olhos castanhos estavam semicerrados, mostrando que o sono da noite anterior ainda o acompanhava. Quando ela se aproximou, o menino estendeu os braços automaticamente, pedindo para ser pegado.— Bom dia, campeão — disse Elena, pegando-o no colo. — Dormiu bem?Liam respondeu apenas com um sorriso tímido, encostando a cabeça em seu ombro. Elena suspirou, sentindo uma onda de ternura percorrer seu corpo. Havia algo sobre a simplicidade daquele gesto que a lembrava do verdadeiro motivo de sua escolha em se tornar babá: cuidar, proteger e estar presente.— Vou preparar o café para você — disse, tentando desviar a atenção da sensação estranha que a percorria





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