Mundo ficciónIniciar sesiónSINOPSE Sem família, sem emprego e prestes a ser despejada, Mia está à beira do desespero. Depois de perder o único trabalho que pagava suas contas, ela tenta de tudo para sobreviver… mas ninguém está contratando. Até que sua amiga sugere algo impensável: pedir dinheiro emprestado a um agiota local. É uma loucura, mas Mia não vê outra saída. O encontro é marcado em um restaurante, e a única descrição que ela recebe é simples: “paletó preto, sozinho na mesa.” Quando chega, o celular de Mia descarrega antes que ela confirme a mesa certa. Então, ela entra no restaurante, encontra um homem com a descrição e se senta sem pensar duas vezes. O que ela não sabe é que ele não é o agiota. Ele é Elijah Hale, um CEO bilionário conhecido por ser frio, reservado e impossível de alcançar. Ele estava ali esperando um amigo que desmarcou no último minuto… até Mia aparecer derramando sua vida inteira diante dele. Elijah deveria achar aquilo tudo absurdo. Mas a sinceridade crua dela, o desespero real nos olhos, e a vulnerabilidade que ela tenta esconder fazem algo nele despertar. E quando Elijah passa a conhecer a história de Mia… ele decide que não vai deixá-la enfrentar tudo sozinha. O que começa como um engano vira um encontro que muda tudo — para ele, para ela, e para um destino que os dois jamais imaginaram dividir.
Leer másMia
O ônibus mal parou e eu já desci com a sensação de que ia fazer a maior loucura da minha vida. O letreiro do restaurante brilhava na calçada como se me chamasse pelo nome. Era agora. Ou eu resolvia meu problema… ou terminaria dormindo na rua antes de perceber. Puxei a gola da minha blusa fina, tentando bloquear o vento gelado. Desde que perdi o emprego naquela manhã, a vida parecia estar se divertindo em me empurrar de um penhasco. Sem mãe, sem família, sem ninguém no mundo… e agora sem salário. “Vai falar com o agiota do bairro”, Jana disse, como se eu estivesse indo comprar pão, mas afinal eu não tinha outra opção, era uma humilhação ou a sarjeta, o não eu já tenho então bora de humilhação mesmo. Suspirei, peguei meu celular e mandei a mensagem: Eu: “Cheguei. Onde você está sentado?” A resposta apareceu quase imediatamente: Agiota: “Mesa sozinho. Paletó preto.” Ótimo. Simples. Menos humilhante do que implorar na porta dele. Eu estava prestes a responder quando a tela piscou… e apagou. — Não, não, não… — apertei os botões, virei o celular, pedi para todos os deuses existentes. Nada. Morto. Empurrei a porta do restaurante com o coração batendo forte. O ambiente era elegante demais para mim. Luzes quentes, taças brilhando, pessoas arrumadas. Eu, com minha blusa surrada e rosto cansado, parecia um borrão esquecido. Procurei alguém com um paletó preto. E então o vi. Sentado sozinho, exatamente como descrito. Mas… meu Deus. Ele era lindo. Ridiculamente lindo. Altura imponente, ombros largos, cabelo escuro arrumado de um jeito sofisticado demais para o bairro. O rosto era sério, forte, daqueles que prendem a atenção sem esforço. Os olhos… escuros, profundos, atentos. Meu peito apertou. É ele. Tinha que ser. Eu não tinha visto outro paletó preto para escolher. Caminhei até a mesa. Antes que meu medo vencesse, me sentei. Ele ergueu os olhos para mim, e eu fiquei um segundo sem ar. Mas eu precisava falar antes que perdesse a coragem. — Eu preciso muito da sua ajuda — comecei, a voz mais fraca do que eu queria. — Eu sei que isso deve parecer estranho, mas… eu estou desesperada. Perdi meu emprego hoje, não tenho família, não tenho pra onde ir. Eu pago tudo, juro, tudo que pedir, mas por favor… eu preciso do empréstimo pra não ser despejada. Ele ficou me olhando… primeiro surpreso, depois intrigado, e então… quase divertido. Não era a reação que eu esperava de um agiota. — Hm… — ele sustentou meu olhar, como se estivesse analisando cada palavra. — Só pra esclarecer uma coisa… eu não sou agiota. Meu cérebro travou. — O quê? Ele apoiou os cotovelos na mesa e se inclinou um pouco, os olhos fixos nos meus. — Desculpe desapontá-la — disse com um sorriso discreto, aquele tipo de sorriso que mexe com a respiração — mas definitivamente não sou agiota. Meu rosto queimou na hora. — Não… não… — eu cobri o rosto com as mãos. — Eu não acredito nisso. Eu sinto muito. Eu… eu estou constrangida de um jeito que você não faz ideia. Me levantei tão rápido que quase derrubei a cadeira. — Eu vou embora. Me desculpa por isso, eu… eu… Foi quando senti a mão dele no meu pulso. Ele não apertou, só tocou. Mas foi o suficiente para me paralisar. — Ei — sua voz ficou mais baixa, quase suave. — Calma. Você não precisa correr. Eu virei lentamente para ele. Elijah — embora eu ainda não soubesse seu nome — olhava para mim com uma mistura curiosa de paciência e… interesse genuíno. Era estranho. Quente. Intenso. — Eu não sou agiota — repetiu, com uma pontinha de riso nos lábios — mas… acho que quero ouvir essa história inteira. Se você não se importar em contar de novo… para a pessoa errada. Meu coração tropeçou. Ele estava… entrando na onda? — Por quê? — perguntei, sem conseguir esconder a confusão. — Por que um estranho se importaria? Ele soltou meu pulso devagar, como se não quisesse realmente soltar. — Porque você entrou aqui como se estivesse carregando o peso do mundo — respondeu calmamente. — E porque… — seu olhar percorreu meu rosto de um jeito que me fez engolir seco — eu não vejo pessoas tão sinceras assim todos os dias. Meu corpo inteiro ficou quente. Eu hesitei. Era loucura. Completamente. Mas, pela primeira vez em meses, alguém parecia… disposto a me ouvir. Voltei a sentar. Ele apoiou o queixo na mão, claramente interessado. — Então, Mia… — ele disse como se já soubesse meu nome — me conte. Do começo. Prometo não julgar. Olhei para ele, ainda tentando entender por que meu coração estava acelerado daquele jeito. Talvez porque eu tivesse acabado de entrar num problema maior do que o agiota. Ou talvez porque, pela primeira vez… eu tivesse encontrado alguém que realmente queria escutar.Elijah O trajeto de carro até o hotel onde o Baile de Caridade acontecia foi a maior tortura que experimentei desde que abri o capital da Hale Enterprises. Mia estava sentada ao meu lado. O anel em seu dedo brilhava sob a luz da cidade, e o perfume dela era intoxicante. Eu ainda podia sentir o calor de sua boca nos meus lábios. Eu a havia beijado em casa com uma ferocidade que me fez esquecer que eu tinha um evento de gala, e agora ela estava ali, vestida no azul-marinho que acentuava a cor de seus olhos, e eu mal conseguia respirar. Minha mente estava gritando para eu mandar o motorista dar meia-volta, subir de volta para a cobertura e tomá-la de novo, sem o smoking e sem as regras de etiqueta. — Você está muito quieto — Mia sussurrou, tocando meu braço. — Estou apenas tentando manter o foco no evento, Furacão — eu respondi, a voz grave. — Você está... magnífica. E isso torna meu trabalho infinitamente mais difícil. A chegada foi uma explosão de luz. Assim que saímos do c
CAPÍTULO 33 — A MUDANÇA E O RÓTULO DA ELITE Mia A mudança para a cobertura de Elijah foi menos uma transição e mais uma invasão em câmera lenta. Meu caos teve que ser contido nas paredes de um closet, enquanto a ordem impessoal e o luxo silencioso da casa dele me cercavam. Três dias após o confronto com Camila, eu já estava instalada. A logística era exaustiva. Havia regras não ditas: sempre deixar a cama para a governanta. Eu sentia falta do meu apartamento minúsculo, onde a risada de Jana ecoava. — Você está tensa — Elijah observou, na quarta-feira à noite, enquanto eu tentava organizar meus livros numa estante dele. — É muito... limpo — eu confessei, suspirando. — E eu sinto falta de viver com a Jana. Eu sinto falta da nossa desordem. Ele veio me abraçando por trás de mim. — Você pode ir visitá-la a qualquer hora. Eu só gostaria de saber quando você sai, com quem você vai e quando você volta. — Ele beijou meu ombro. — Eu me sinto no controle apenas quando você está no
Mia Eu me separei do abraço de Elijah, sentindo a adrenalina da declaração de compromisso. O medo do conselho e da Camila ainda estava ali, mas era menor do que o peso da mão dele nas minhas costas. — Eu aceito. Eu estou dentro, Elijah — eu disse. — Mas há um problema com essa regra de "morar aqui". Eu moro com a Jana. Ela é minha melhor amiga e paga metade do aluguel. Elijah me olhou como se eu tivesse acabado de citar uma lei tribal arcaica. — Eu vou resolver o "problema" da Jana. Eu compro seu apartamento, Mia. Ela pode morar lá sem pagar aluguel, ou eu arranjo um apartamento melhor para ela. — Não! — eu protestei. — Você não pode comprar minha vida assim. Jana não é um suborno, e eu não vou permitir que você arrombe a vida dela com dinheiro para ter controle sobre mim. Ele suspirou, percebendo que não podia vencer com a carteira. — Então, vamos negociar. Você mora aqui. Eu sei que você vai voltar lá para ver a Jana, e eu vou aceitar isso. Mas eu preciso saber onde vo
Elijah O beijo de Mia no meio daquele bar, logo após a entrada, não foi apenas uma declaração de território; foi uma injeção de adrenalina. Ela havia quebrado a própria regra, agindo puramente por instinto, e isso me deu a energia de que eu precisava após um dia de conselho e caos. Sentei-me ao lado dela, minha mão firmemente entrelaçada na sua. Samuel sentou-se à frente, parecendo miserável. — Certo. Camila nos deu a desculpa para assumir. Agora vamos garantir que ela se arrependa de ter começado essa guerra. Bebi um gole da minha bebida e olhei para os dois. Mia estava agitada, mas focada; Jana, curiosa; e Samuel, pragmático. — Ela está vazando que a Mia é uma oportunista — Samuel resumiu. — O conselho está preocupado com o preço das ações e o timing. — O preço das ações vai se estabilizar quando a história dela secar. — Eu bati na mesa, estabelecendo a estratégia. — Camila depende da fofoca e da imprensa. Nós vamos atacar onde ela é mais vulnerável: o ego e a reputação
Mia Chegar ao 38º andar na terça-feira foi como entrar no olho de um furacão. Eu estava vestindo um dos meus looks mais formais, mas a roupa não escondia o fato de que, sob o olhar de todos, eu não era mais apenas a assistente. Eu era a "misteriosa namorada" do CEO, a responsável pela maior polêmica da Hale Enterprises em anos. Elijah e eu chegamos juntos. Ele estava na sua armadura de CEO – inabalável, ignorando os sussurros – mas eu senti a tensão. O dia inteiro foi um inferno de produtividade forçada. O telefone de Elijah não parava. Por volta das dez da manhã, Elijah me chamou à sua sala para um resumo de emergência. A porta estava fechada, mas a raiva era palpável. — O conselho de administração está ligando de minuto em minuto — ele rosnou, jogando o celular na mesa. — Eles não se importam com quem eu namoro, eles se importam com a instabilidade que a Camila está gerando. Camila estava cumprindo sua promessa de vingança, vazando histórias exageradas sobre mim, insin
Mia Eu acordei na manhã de terça-feira com o barulho da cidade e a sensação deliciosa de estar perfeitamente esmagada. Eu não estava nos lençóis de seda cinza de Elijah, mas no meu edredom florido, e o braço dele estava jogado possessivamente sobre minha cintura, prendendo-me como se eu pudesse escapar. O dia anterior tinha sido a reivindicação pública. A noite tinha sido a reivindicação privada. Olhei para o rosto dele. Ele estava dormindo profundamente. Por um segundo, pensei que era domingo, até que a ansiedade do trabalho me atingiu. Terça-feira. Temos que ir. Eu deslizei minha mão pelo seu peito e ele estremeceu, abrindo os olhos lentamente. O olhar que ele me deu era suave e cheio de satisfação. — Bom dia meu furacão — ele murmurou, a voz grave e áspera. — Bom dia — eu sorri, beijando-lhe o pescoço. — Você está atrasado para a reunião das nove horas... e eu também. Você tem que ir se arrumar. — Não ligo para a reunião — ele disse, me puxando para mais perto. — Eu s
Último capítulo