– Rurik
O gosto dela ainda estava na boca dele.
Não porque a havia tocado de fato, mas porque o cheiro, o som, a força que ela exalava era tudo que o instinto dele queria destruir ou possuir.
Ou ambos.
Rurik caminhava de volta à cabana improvisada no alto da colina.
O corpo ainda vibrava. As garras teimavam em querer sair.
O lobo, inquieto sob a pele, rosnava de frustração.
— Bruxa maldita — ele murmurou.
Mas a verdade era outra:
Ele não a odiava.
Odiava a forma como ela o expunha.
Odiava como bastava vê-la para a fera dentro dele acordar, faminta, descontrolada e... satisfeita.
Nunca sentira algo assim.
O vínculo era como correntes invisíveis, apertando, puxando, arranhando por dentro.
Ele tentou quebrar um galho seco com as mãos — e partiu o tronco de uma árvore.
— Foda-se.
A floresta respondeu com silêncio.
Seu clã não entenderia isso.
Ele mesmo não entendia.
Uma bruxa.
Logo uma bruxa.
Elas eram os símbolos do controle, do intelecto frio, da manipulação envern