Ela só queria comemorar o emprego dos sonhos. Ele só queria mais uma noite sem compromisso. Isadora lutou muito para conquistar seu lugar no mundo da tecnologia. Inteligente, determinada e marcada pela dor da perda, jurou nunca permitir que sua carreira fosse ofuscada por nenhum homem - muito menos por relacionamentos que só trouxeram frustração. Leonardo é jovem, bilionário e dono de uma das maiores empresas de tecnologia do país. Acostumado a ter tudo e todos aos seus pés, sempre manteve o coração trancado. Para ele, amor era sinônimo de fraqueza. Uma noite. Um encontro inesperado. Uma paixão arrebatadora. Mas o destino gosta de brincar com quem pensa estar no controle: Isadora descobre, tarde demais, que o homem misterioso da boate é, na verdade, seu chefe. E quando a camisinha estourada daquela noite deixa uma consequência que mudará suas vidas pra sempre, ela precisará escolher entre proteger sua carreira… ou arriscar seu coração. Entre segredos, traumas e um desejo incontrolável, ela descobrirá que o maior desafio não será amar um bilionário arrogante… mas se permitir ser amada de volta.
Leer más— Um brinde à mais nova funcionária da TechGlobal! — Mariana ergueu a taça de espumante, quase derrubando algumas gotas em cima da mesa.
— Eu ainda nem acredito que consegui — Isadora riu, sentindo o coração acelerar só de pensar no primeiro dia de trabalho. — Foram meses de entrevistas, testes, noites sem dormir… — E valeu a pena — completou Júlia, a outra amiga, piscando para ela. — Agora você merece relaxar. A boate estava lotada, as luzes coloridas iluminando rostos desconhecidos, e Isadora se permitiu, por um instante, esquecer a pressão e apenas dançar. As três se perderam entre a música e as risadas, celebrando como se não houvesse amanhã. Em certo momento, ofegante, Isadora deixou as amigas na pista e caminhou até o bar para pedir água. Foi quando percebeu que alguém a observava. Um homem, sentado sozinho, terno escuro contrastando com o ambiente vibrante, olhava diretamente para ela. Não era um olhar invasivo, mas firme, intenso, como se tentasse decifrar seus pensamentos. Isadora sentiu um arrepio inesperado. Talvez fosse o álcool, talvez o clima da noite, mas quando o garçom colocou o copo em sua frente, o desconhecido já estava ao seu lado. — Você não parece do tipo que se perde em boates — ele comentou, com um tom leve, quase divertido. Ela arqueou a sobrancelha. — E você parece do tipo que frequenta mais reuniões do que pistas de dança. Ele sorriu. E, naquele instante, ela soube que aquela noite não terminaria como qualquer outra. Isadora se surpreendeu com a forma como aquele homem parecia ocupar espaço. Não era apenas a altura, o terno ou o jeito que o olhar dele queimava como se pudesse atravessar qualquer defesa — era a confiança com que falava, como se estivesse acostumado a ter o mundo aos pés. — Não vai me dizer seu nome? — ele perguntou, apoiando o cotovelo no balcão do bar. — E estragar a diversão do mistério? — ela ergueu uma sobrancelha, segurando o copo de água com firmeza. O sorriso dele foi lento, perigoso. — Então vou ter que descobrir sozinho. Isadora desviou o olhar, tentando focar nas amigas que ainda dançavam na pista, mas era impossível ignorar o calor da presença dele ao seu lado. Ela não estava ali para isso. Não queria complicações. O emprego novo exigiria foco absoluto, e a última coisa que precisava era de distrações masculinas. Mas havia algo nele que desmontava todas as certezas que ela repetia para si mesma. — Posso pelo menos te oferecer uma dança? — ele insistiu, estendendo a mão. O impulso foi recusar. Ela odiava perder o controle. Mas quando seus olhos se encontraram outra vez, uma parte dela — a parte que estava cansada de carregar peso nos ombros — gritou para aceitar. A pista de dança parecia menor quando ele a puxou para junto de si. O perfume amadeirado, a firmeza das mãos, a maneira como seus corpos se ajustaram ao ritmo da música… tudo conspirava para que ela esquecesse onde estava. — Você dança bem — ele murmurou próximo ao ouvido dela, a voz grave provocando arrepios. — Não sabia que estava sendo avaliada — Isadora rebateu, tentando soar firme, mas a respiração já denunciava a confusão que ele causava. Por um momento, esqueceu do mundo. Era só ela e aquele estranho de olhar intenso. Até que a consciência voltou como um choque: ela não o conhecia. Quem era ele? O que queria? E por que, de repente, parecia impossível se afastar? Isadora puxou o corpo para trás, tentando retomar o controle. — Acho que já me diverti o suficiente por hoje. Preciso voltar para as minhas amigas. — Já vai fugir de mim? — ele provocou, sem disfarçar o tom divertido. Ela respirou fundo, tentando disfarçar o quanto aquelas palavras a afetaram. — Não é fuga. É autopreservação. Antes que ele pudesse responder, Isadora girou nos próprios pés e caminhou de volta para a pista, sentindo o olhar dele queimando em suas costas. O que não sabia… é que aquele não seria o fim.O relógio digital da sala de testes marcava quase dez da noite, mas Isadora ainda estava diante da tela, os olhos fixos nas linhas de código que não faziam sentido algum. Algo estava errado. Muito errado.O projeto Orion, que deveria apresentar resultados estáveis naquela fase de testes, mostrava falhas inexplicáveis. Pequenas alterações de código surgiam sem que ninguém da equipe tivesse registrado a mudança. Arquivos inteiros desapareciam de um dia para o outro, apenas para reaparecer corrompidos em pastas secundárias.Isadora massageou as têmporas, sentindo a pressão de uma enxaqueca se formar. Sabia reconhecer erros comuns, sabia lidar com imprevistos técnicos, mas aquilo era diferente. Era intencional.— De novo? — perguntou Sofia, que tinha passado por ali para levar-lhe uma garrafa de água.Isadora assentiu. — Não é coincidência, Sofi. Alguém está mexendo no projeto por dentro. Isso é sabotagem.O silêncio que seguiu foi denso. Sofia a encarou com preocupação, mas também com re
As luzes frias da sala de reunião refletiam nos vidros das paredes, projetando a imagem de Isadora sobreposta à paisagem da cidade. Ela respirou fundo, ajustando a postura diante da tela que exibia os resultados do último projeto da equipe. A tensão era quase palpável.O projeto “Orion”, uma plataforma de segurança cibernética que a empresa planejava lançar há meses, estava prestes a entrar na fase de testes finais. Era, sem dúvida, o maior desafio da carreira de Isadora até ali, uma chance de provar a si mesma e a todos os outros que sua competência não dependia de sobrenomes ou do vínculo com Leonardo.Mas os boatos recentes estavam minando tudo. Alguns membros da equipe, que antes colaboravam com entusiasmo, agora a tratavam com reservas. Pequenos atrasos surgiam sem explicação, e a energia da equipe parecia drenada. A sombra da fofoca se infiltrava em cada reunião, cada conversa de corredor.— Precisamos manter o cronograma — disse Isadora, tentando soar confiante, embora o cansaç
No dia seguinte ao embate, o clima na empresa estava mais pesado do que nunca. Bastou Isadora atravessar o corredor principal para sentir os olhares atravessados, os cochichos abafados e até mesmo os risos maldosos que cessavam quando ela passava. O coração apertava a cada passo, mas ela erguia o queixo, recusando-se a demonstrar fraqueza.A origem de tudo não era segredo: Helena. A “patricinha rejeitada” não havia perdido tempo em transformar sua humilhação pessoal em munição contra Isadora. Bastava alguém ter cinco minutos na copa ou no elevador para ouvir frases como: “Ela só conseguiu a vaga porque se envolveu com o chefe” ou “Está usando o bebê como trampolim social”.Isadora tentava ignorar, mas a crueldade das palavras a corroía por dentro. Não era apenas sua reputação em jogo: era seu trabalho, sua carreira, construída com tanto esforço. Cada vez que ouvia uma dessas insinuações, sentia como se parte da sua luta fosse apagada.As coisas pioraram quando um e-mail anônimo circul
Quando a porta se fechou atrás dos pais de Leonardo e de Helena, Isadora ainda estava recostada na poltrona, tentando controlar o coração que batia acelerado. A cena ainda ecoava em sua mente como um pesadelo: ser flagrada vulnerável, quase desmaiada, enquanto os olhares de julgamento se cravavam nela como punhais.As palavras do pai dele, tão frias e carregadas de desprezo, repetiam-se sem parar: “Você jogou fora anos de tradição por isto?” Ela era o “isto”. Não um nome, não uma pessoa. Apenas um obstáculo inconveniente.O peso daquilo a esmagava. Naquele instante, Isadora se sentiu menor do que nunca, como se sua vida inteira fosse reduzida a um erro momentâneo. As conquistas profissionais, as horas de esforço, a competência que tinha mostrado — nada parecia importar diante de um sobrenome poderoso e uma família que já havia planejado o futuro de Leonardo muito antes de ela surgir.As lágrimas ameaçavam descer, mas ela as conteve com a mesma força que usava para enfrentar os olhares
A notícia não precisou de um comunicado oficial para se espalhar. Bastou um olhar diferente, uma frase mal interpretada, um rumor dito no café para que a empresa inteira soubesse: Isadora e o CEO tinham uma ligação que ultrapassava as barreiras profissionais. O que até ontem era apenas especulação, agora se tornava certeza alimentada pela forma como Leonardo a defendera publicamente diante do conselho.No início da semana, o ambiente parecia mais pesado do que nunca. Colegas que antes sorriam, agora desviavam o olhar ou disfarçavam com cumprimentos secos. Alguns, mais ousados, deixavam escapar comentários atravessados:— Não é todo mundo que tem um atalho para subir, né?— Uns estudam anos, outros só precisam de uma noite bem aproveitada.As frases atingiam Isadora como facadas, mas ela respirava fundo e se mantinha firme. Responder seria dar munição. Fingir indiferença era sua melhor defesa.Ainda assim, nem todos se voltaram contra ela. Alguns colegas, sobretudo os que trabalhavam d
Na manhã seguinte ao encontro com as amigas, a TechGlobal parecia menor e maior ao mesmo tempo. Menor, porque os corredores estreitos se enchiam de olhos que, agora, pareciam perscrutar cada movimento de Isadora. Maior, porque cada rumor era ampliado por vozes, mensagens e sorrisos disfarçados. Ela respirou fundo, controlou o passo e entrou no prédio como se atravessasse uma zona minada.Camila, que chegara mais cedo, a esperava na recepção com um olhar que misturava preocupação e urgência. — Isa, sentado na copa tem gente comentando que a imprensa pode pegar isso rápido se alguém vazar — murmurou ela quando Isadora passou. — E aquele estagiário que sempre posta ficou de olho. É perigoso.A simples menção da imprensa fez o estômago dela gelar. A idéia de ter sua vida, sua carreira, reduzida a manchetes sensacionalistas era o pesadelo que vinha evitando. Ainda assim, ajeitou o blazer e seguiu para seu posto. Sorria quando necessário, respondia com firmeza, mas cada som de notificação n
Último capítulo