Ela era dona de si e sabia exatamente o que queria. Ele era dono da porra toda e achava que podia qualquer coisa. Ela tinha algo que ele queria, mas não sabia. Ele tinha o que ela sempre sonhou, mas não fazia ideia de como conseguir. Ela mentiu por amor. Ele não perdoava ninguém. Ela o odiou desde a primeira vez que o viu. Ele tentou destruí-la de todas as formas possíveis. Bárbara Novaes jamais imaginou que sua pacata vida virasse de cabeça para baixo de uma hora para outra, quando um pedido em leito de morte faria com que seu principal objetivo fosse entrar na vida do CEO mais conhecido do país. Heitor Casanova nunca viu uma mulher tão perseguidora e insistente quanto Bárbara. Mas não passou pela sua cabeça que ela não queria o mesmo que todas: "ele". O laço que os unia, obrigaria os dois a conviver sob o mesmo teto, com um único objetivo em comum: proteger o que mais amavam. Seria possível a raiva mútua se transformar em amor? Eles admitiriam os sentimentos novos que surgiam, os quais não eram capazes de aceitar? E venceriam juntos todos os obstáculos que seriam criados para impedir este relacionamento de acontecer??? Meu primeiro enemies to lovers e CEO, juntos!!! O que vai dar isso??? Não sei. Quer descobrir comigo??? Capa: Larah Mattos
Leer más- Lamento informar que a senhorita está com endometriose. – disse o médico.
Endometriose. Ok, eu já tinha ouvido falar. Mas jamais busquei o significado no G****e.
- E... Isso é grave? – perguntei, preocupada.
- A endometriose é quando o endométrio, que é esta mucosa... – mostrou na espécie de brinquedo que ele tinha contendo um útero e todas as suas partes que tinha sobre a mesa. – Que reveste a parte interna do seu útero, cresce em outras regiões do corpo...
- Como assim? – arqueei a sobrancelha, em pânico.
- Calma... Vou tirar todas as suas dúvidas. Continuando: mensalmente o endométrio fica mais espesso para que um óvulo, depois de fecundado, possa se implantar nele. Quando não há gravidez, ele descama e é expelido na menstruação. A endometriose é quando algumas dessas células não são expelidas e caem nos ovários ou cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e sangrar. Então elas podem se espalhar por outras partes do corpo, como por exemplo intestino, bexiga, peritônio... – ele ia mostrando cada órgão que falava com a caneta, no seu protótipo feminino plástico.
- Quais as causas? – fiquei curiosa.
- As causas ainda não são completamente conhecidas. Mas dois fatores que se levam em conta atualmente é que possa ser genética. Sua mãe tem?
- Eu não sei... Minha mãe já morreu. Talvez até pudesse ter desenvolvido, mas não tenho como saber. Mas minha avó com certeza não.
- Outra hipótese é que esteja relacionada a possíveis deficiências do sistema imunológico.
- Então minhas cólicas intensas e que parecem me matar são por este motivo?
- Basicamente, sim.
- Sente dores durante as relações sexuais?
- Eu... Não tenho relações sexuais a algum tempo.
Ele me olhou parecendo surpreso:
- E... Quando tinha relações... Sentia dores?
- Por vezes... Mas não posso levar isso em conta. Meu parceiro era... Como posso explicar... – tentei encontrar as palavras certas.
- Bem, não precisa me explicar, senhorita Novaes. Então, sentia dores, isso?
Assenti, com a cabeça, certa de que ele não queria ouvir minha história de oito ano ao lado de Jardel.
- A senhorita é jovem. Esta doença impacta na gravidez. Ou seja, é uma das causas que mais dificulta que isso aconteça. Mas claro que pode ser revertida com um tratamento adequado. Como não tem relações sexuais a um tempo, como me relatou, não deve ter interesse em engravidar por enquanto, estou certo?
Assenti com um gesto de cabeça, novamente. Minha voz não saiu e eu tentava fazer com que os mil pensamentos que passavam pela minha cabeça não me deixassem completamente louca, já que eu estava zonza.
Eu queria engravidar? Sinceramente, nunca pensei nisso. Minha vida era focada em estudo, trabalho e um ex namorado que não valia nem que eu perdesse tempo pensando nele.
Mas ao mesmo tempo, talvez eu não quisesse ter um filho com Jardel. Eu era jovem... Ok, nem tanto. Mas eu esperava encontrar outra pessoa um dia, não sei exatamente quando. E se ele também não tivesse filhos? Então... Nunca teríamos um bebê?
Meu instinto materno hoje era zero. Mas talvez no futuro não fosse. Como eu saberia? Por hora, pouco me importava em engravidar ou não. Eu estava doente...
- Quanto tempo tenho de vida? – me ouvi perguntando, olhando para o nada.
Ouvi a gargalhada do médico, enquanto ele se recostava na cadeira, limpando as lágrimas que caíam dos seus olhos.
- Doutor, está rindo de mim? – perguntei aturdida.
- Me desculpe, senhorita Novaes. Mas realmente achei engraçada sua pergunta. Achei que tinha me feito entender que há tratamento.
- Então não vou viver com isso para sempre, estou certa?
- Embora não descobrimos no início da doença, já que a senhorita não vai ao ginecologista a... – ele olhou no computador. – Quatro anos?
- Sim... Mas eu posso justificar.
- Pode?
- Eu... Estava cheia de trabalho. Fazendo uma especialização. Muito estudo. E ainda tinha um namorado... E ele me trazia muita dor de cabeça, acredite.
- Então... Em 365 dias no ano, encontrar 30 minutos para visitar o médico e fazer o preventivo era tão difícil assim?
Suspirei, me recostando no encosto da cadeira:
- Parece mentira, mas esqueci de mim por um tempo... Focando em outra pessoa.
- Sempre deve focar em você também, senhorita Novaes.
- Eu sei, doutor. E acredite, todos me falaram isso.
- Bem, vou prescrever alguns medicamentos para controlar a dor durante o período menstrual e para evitarmos a progressão da doença. Iremos acompanhando regularmente e não podemos descartar uma cirurgia para retirar áreas afetadas.
- Eu... Nunca fiz uma cirurgia...
- Só uma hipótese... Caso faça o tratamento da mesma forma que procura seu ginecologista, por exemplo.
Meus olhos vidraram na direção dele. Que ginecologista sarcástico e cruel.
- Uma dieta saudável e prática de exercícios físicos ajudam a reduzir os sintomas, embora não sejam suficientes para resolver todo o problema.
Peguei a receita, os exames arquivados numa pasta, junto com toda a minha agonia e despedi-me dele.
Assim que desci do elevador, no térreo e vi a luz do dia fora do prédio, peguei meu celular:
- G****e, me diga tudo sobre endometriose.
Fui ouvindo enquanto me dirigia para casa, caminhando.
A consulta foi final de tarde e ainda atrasou trinta minutos. O dia tinha sido livre, já que meu emprego temporário acabou na semana que passou.
Então agora eu tinha que procurar outro emprego, pois dinheiro não caía do céu. E além de tudo, eu tinha a tal endometriose que não era nada simples.
Quando o G****e acabou de falar, tenho a impressão de que doutor Ginecologista pode ter copiado tudo que me disse dali. Ou ele explicou muito bem, porque o senhor G****e não tinha nenhuma novidade além do que me foi dito.
Cheguei em frente ao meu prédio e fiquei cansada só de pensar em subir as escadas. A porcaria do elevador passava mais tempo estragado do que funcionando. Isso que dava morar em prédio velho. Cobravam um valor absurdo de condomínio por um péssimo serviço prestado.
Não entendi o motivo de Heitor ter pego três exames exatamente iguais. Acho que era para ter certeza mesmo, caso desse positivo.Abri a porta da cabine do banheiro do hospital da recepção, com cheiro forte de cloro. Eu, a rainha do cloro, senti um embrulho no estômago com o odor. Respirei fundo e tentei seguir com o plano de fazer xixi nos “termômetros” que tinham dentro das caixinhas. Acho que o certo era fazer aquilo no conforto de casa. Mas como eu era muito ansiosa, claro que não conseguiria esperar.Sentei e urinei sobre o primeiro teste. Estava escrito que duas listras vermelhas significavam positivo, ou seja, grávida. Uma linha, negativo. E poderia demorar até cinco minutos para aparecer as tais listras.Mas não levou mais de um minuto para aparecer as duas listras. Fiquei olhando para aquilo com um sentimento que não conseguia descrever naquele momento. Um misto de medo, emoção e amor sem explicação. Ok, Heitor acertou em cheio de trazer mais dois. Realmente um não era suficie
- Confessa que está com ciúme...- Estou morrendo, me corroendo de ciúme. – Confessei.Ela sorriu e tocou meu rosto carinhosamente. Ajeitei a bandana com o nome da banda na cabeça dela:- Você está linda! – Me ouvi dizendo.- Nem brinca. Estou gorda. Olha o tamanho dos meus peitos.- Perfeitos... – Olhei os seios fartos dentro da camiseta... Adivinha de quem? Bon Jovi.Assim que chegamos ao final do corredor, pude ver o nome de Jon na porta branca do camarim. Reconheci a assessora dele, que me acenou, chamando na sua direção:- Casanova... Que prazer revê-lo!Ela não havia mudado nada. E seguia simpática. Me estendeu a mão, em forma de cumprimento e Bárbara pôs-se entre nós, tocando a mão dela:- Prazer por que mesmo? – Arqueou a sobrancelha.A assessora, que eu não lembrava o nome de cor, ficou ruborizada imediatamente:- Você deve ser Bárbara Casanova.- Em carne, osso e barriga. Mais carne do que osso. Grávida! – ela pareceu arquear a barriga para frente.- Nossa, que legal! Parabé
Assim que entrei na sala, acompanhado do médico, vi meu pai enrolado num monte de fios que controlavam cada movimento dele. Sabia o quanto ele odiava aquela situação e o motivo pelo qual fugia: tudo se repetia, já tinha acontecido anteriormente.Me aproximei da cama e peguei a mão dele, que a apertou:- Estou cansado. – Ele disse, de olhos fechados.- Então descanse.- É complicado saber que não vamos mais nos ver... – Os olhos dele seguiam fechados – Vou sentir saudades.- Não, você não vai sentir saudades. Mas eu vou...- Sei que não fui um pai perfeito. E por isso peço perdão. Mas entenda, nunca foi com má intenção. Sempre amei você, por mais filho da puta que eu tenha sido.- Acho que todo mundo tem uma fase filho da puta na vida. O bom é que podemos nos dar conta disso um dia. Você fez o melhor que pôde.- Faça valer cada gota do meu suor... Mas não ponha a North B. acima da sua família, como eu fiz.- Não vou fazer isso. Não se preocupe.- Agora... Me dê um beijo, meu filho. E v
- Já vou avisar o médico dele. – Heitor falou, pegando o celular e fazendo a ligação.- Não precisa... Não adianta mais. Eu não quero ficar num quarto de hospital. Minha hora chegou, Heitor.Peguei a mão de Allan e disse:- Você não pode falar assim. Nós precisamos de você, Casavelha.Ele gargalhou, com dificuldade:- Só você para me fazer rir, Babi...- Eu sempre vou estar aqui, Allan... Sempre. Eu amo você. – Deitei minha cabeça no ombro dele.- Ah, Babi, se você soubesse o quanto isso me faz bem... Ouvir que você me ama – a mão dele alisou meus cabelos – Sou tão grato por Deus ter colocado a filha de Bia no meu caminho. – Ele recostou a cabeça no encosto do banco. A respiração estava espaçada e parecia que puxava o ar com dificuldade.Segui ali, com a cabeça deitada no peito dele, ouvindo seu coração bater, o corpo quente, a pele áspera. Ele havia emagrecido visivelmente nas últimas semanas.- Sabe o que eu acho? Que fiquei na prorrogação... Cada dia a mais do que o previsto é foi
Assim que descemos os degraus da escada lateral, a cerimônia ainda rolando, fomos para a área externa.Qual não foi minha surpresa ao deparar-me com Anya e Breno conversando com Nic, enquanto Maria Lua estava no colo dela, com Be no colo.Corri até eles, quase caindo com os saltos finos afundando na grama fofa.Parei no meio deles e Nic, impedindo-os de verem minha filha:- O que vocês estão fazendo aqui? – Perguntei, sentindo a raiva ficar incontida dentro de mim.- Nós... Só viemos ver a menina. – Anya disse.- Vocês não podem vê-la. Ela é nossa filha. – Heitor falou firmemente – Se voltarem a se aproximar, vou pedir uma medida protetiva contra vocês.- Realmente só queríamos ver a menina. Afinal, não queremos ter o mesmo fim que Daniel. – Breno disse.- Não entendi... – Me fiz de desentendida.- Acha mesmo que acreditamos que Daniel sumiu ou foi embora? Ele simplesmente desapareceu do país.- Não sabemos sobre ele – falei – E nem quero saber.- Bem, ao contrário de minha esposa, eu
- Tarado.- Louca.Ouvimos um estrondo do outro lado da igreja e todos viraram para a parte lateral, onde uma imagem de santo estava no chão, Nicolete com as faces ruborizadas e Maria Lua com seu gato Be finalmente no colo:- Fujão! – A palavra dela ecoou pelo ambiente.- Por Deus! – sai correndo em direção à elas, as pernas abrindo demais para o tecido justo, fazendo a fenda rasgar uns 10 centímetros, fazendo os olhares de crítica para Malu voltarem-se para mim.Parei, a mão tentando tapar a fenda, voltando-me demais para frente enquanto o zíper se abria atrás. Suspirei, devagar, para não ficar sem vestido.Senti o blazer de Heitor sobre mim, cobrindo-me:- Sigam a cerimônia, por favor. Vou tirar minhas mulheres daqui para que o casamento possa ocorrer normalmente. – Ele disse em voz alta, um sorriso sem graça.Fechei o blazer, vendo Nicolete retirar Maria Lua pela porta lateral. Acenei para Allan, que retribuiu o gesto, sorrindo e balançando a cabeça, junto de Anon 2.- Eu cuido del
Último capítulo