O relógio digital da sala de testes marcava quase dez da noite, mas Isadora ainda estava diante da tela, os olhos fixos nas linhas de código que não faziam sentido algum. Algo estava errado. Muito errado.
O projeto Orion, que deveria apresentar resultados estáveis naquela fase de testes, mostrava falhas inexplicáveis. Pequenas alterações de código surgiam sem que ninguém da equipe tivesse registrado a mudança. Arquivos inteiros desapareciam de um dia para o outro, apenas para reaparecer corrompidos em pastas secundárias.
Isadora massageou as têmporas, sentindo a pressão de uma enxaqueca se formar. Sabia reconhecer erros comuns, sabia lidar com imprevistos técnicos, mas aquilo era diferente. Era intencional.
— De novo? — perguntou Sofia, que tinha passado por ali para levar-lhe uma garrafa de água.
Isadora assentiu. — Não é coincidência, Sofi. Alguém está mexendo no projeto por dentro. Isso é sabotagem.
O silêncio que seguiu foi denso. Sofia a encarou com preocupação, mas também com re