Após anos presa a um casamento marcado por vícios e mentiras, a veterinária Clara Sarah Davis decide dar um basta. Em uma noite que muda tudo, ela pega a filha pela mão e foge para o desconhecido, em busca de um recomeço. No interior do Texas, Clara encontra abrigo em um haras isolado, rodeado por céu aberto, cavalos feridos e silêncios que finalmente não machucam. Lá, ela conhece Noah Walker, um homem fechado, pai solteiro, que também carrega marcas do passado — e um filho pequeno que há muito deixou de sorrir. Entre tarefas no campo, manhãs frias e olhares silenciosos, nasce entre eles uma conexão sutil, construída com empatia, dor compartilhada e uma esperança tímida. Clara, forte e determinada a proteger a filha, encontra em Noah um espelho de suas próprias feridas. E seus filhos, Katiany e Tyler, pouco a pouco, redescobrem o que é sentir segurança. Mas recomeçar exige mais do que coragem. O passado insiste em assombrar, e nem sempre chega batendo — às vezes, ele se arrasta em silêncio, esperando a hora certa para destruir tudo. Quando figuras antigas ressurgem com intenções perigosas, Clara e Noah precisarão se unir para proteger aquilo que construíram juntos. "Debaixo do Céu do Texas" é uma história sobre recomeços possíveis, amores inesperados e cicatrizes que não definem quem somos — apenas mostram o quanto sobrevivemos. Com ritmo envolvente, cenários bucólicos e uma tensão emocional crescente, o livro conduz o leitor por um caminho de superação, descobertas e amor onde menos se esperava. E no fim, Clara aprenderá que para seguir adiante… é preciso encarar o que foi deixado para trás.
Ler maisClara acreditava que recomeçar seria fácil. Longe do ex-marido instável, com sua filha, ela agarrou a primeira oportunidade que apareceu: um anúncio de jornal oferecendo emprego de veterinária em uma pequena cidade do Texas. Deixou para trás a bagunça de um casamento falido, promessas quebradas e uma vida que já não lhe servia. Tudo o que queria agora era paz. Um lar simples. Um novo começo para ela e a filha.
Mas o Texas não era tão acolhedor quanto ela imaginava. E Noah, menos ainda.
Dono de uma fazenda tradicional, reservado e orgulhoso, Noah não fazia o tipo que sorri fácil — e muito menos para forasteiras que chegam achando que podem mudar tudo. No primeiro encontro com Clara, não houve simpatia. Ele a julgou apressadamente, desconfiado da mulher que, em sua visão, parecia frágil demais para a vida no campo. Ela, por sua vez, achou Noah rude, teimoso e grosseiro. Um homem com muros altos demais e feridas que se escondiam atrás do silêncio.
Só que a vida no interior não permite distâncias por muito tempo. O trabalho os unia. Os animais precisavam dos cuidados de Clara. A filha dela cativava até o coração mais duro — inclusive o de Noah. E, por mais que quisessem negar, havia algo ali. Algo que crescia nas entrelinhas do convívio forçado, nos olhares roubados entre uma vacinação e outra, nas brigas por causa do manejo do gado que terminavam com os dois tentando conter um sorriso.
Clara não sabia, mas havia algo em Noah que lhe falava de casa. Não uma casa de paredes e telhado — mas de pertencimento. De paz. Algo que ela julgava não merecer mais. E Noah, que jurara nunca mais confiar, começou a encontrar em Clara não só a ternura que perdera anos atrás, mas também a coragem de seguir adiante, mesmo com todas as cicatrizes.
O passado, porém, cobra seu preço. A ex de Noah retorna, dizendo-se pronta para ser mãe de verdade. O ex-marido de Clara também aparece, trazendo o caos que ela deixou para trás e ameaçando a estabilidade que, com tanto esforço, tentava construir. E, diante do medo de perder tudo, ambos precisarão decidir: vale a pena lutar por algo que nem sabiam que queriam no início?
“O COWBOY QUE ME ENSINOU A AMAR” é uma história sobre recomeços improváveis, famílias reconstruídas e o tipo de amor que não chega com flores — mas com gestos pequenos, silêncios confortáveis e escolhas diárias. Clara e Noah são dois estranhos unidos por feridas antigas e um presente incerto. Mas, talvez, seja justamente esse caos compartilhado que os torne perfeitos um para o outro.
Noah a viu pela primeira vez no estábulo, com as mãos firmes segurando o focinho de um potro assustado. O sol filtrava pelas frestas do telhado, e ele pensou, por um segundo, que ela parecia deslocada ali — e, ao mesmo tempo, exatamente onde devia estar. Já ela o viu como um homem fechado, amargo, pouco disposto a facilitar sua adaptação. Um tropeço no caminho, pensou. Mas talvez fosse o oposto. Talvez ele fosse o ponto de virada que a vida sempre negou.
Em meio à poeira, às tempestades repentinas e ao som das botas no chão de madeira, um romance inesperado começa a florescer. Não é rápido. Não é fácil. Mas é real. E, quando tudo parece prestes a desmoronar, Clara e Noah precisam descobrir se o que sentem é forte o suficiente para resistir ao peso do passado — e à promessa de um futuro que, finalmente, pode ser bom.
O bar estava iluminado por luzes âmbar e envolto em um aroma de uísque barato, madeira envelhecida e fritura. Joseph sentou-se em um banco alto, o casaco jogado no encosto, os olhos varrendo o ambiente com certa impaciência. A música country tocava em volume baixo, abafada pelas conversas e gargalhadas de quem tentava esquecer o peso da semana.Ele olhou o relógio. Roxane estava atrasada.— Uísque duplo — pediu ao barman com um gesto breve.Enquanto a bebida era servida, uma mulher surgiu ao lado dele, vestida com uma jaqueta de couro marrom e jeans justos, o cabelo preso em um coque desleixado, o olhar afiado. Ela parecia deslocada ali — ou talvez propositalmente deslocada. Do tipo que sabe ser notada.— Esperando alguém? — perguntou ele, sorrindo de canto, enquanto encostava o cotovelo no balcão.Ela ergueu uma sobrancelha, achando curioso o tom da pergunta.— Depende...Ela riu baixo, pegando a bebida que o barman lhe entregou sem que ela precisasse pedir. Estava cl
"Algumas sementes não precisam de solo fértil para florescer — basta o tempo certo, uma faísca de lembrança… e tudo volta a crescer." O cheiro de pão torrado e café passado na hora pairava no ar. Roxane estava à mesa com suas afilhadas, como fazia religiosamente aos domingos. As meninas riam, discutindo sobre roupas e namorados, enquanto ela folheava distraidamente o jornal. Foi então que algo lhe chamou a atenção.Uma pequena nota no canto da página de obituários. Uma foto em preto e branco, envelhecida, e um nome que a fez empalidecer de imediato: Fredrick L. Campbell.O jornal escorregou de seus dedos por um instante, mas ela o agarrou a tempo. Seus olhos fixaram-se naquela imagem como se fosse um fantasma do passado.— Fred... — sussurrou, o nome escapando entre os lábios trêmulos.Um turbilhão de lembranças a invadiu: noites abafadas no celeiro antigo, juras sussurradas ao pé do ouvido e, depois, o silêncio. O abandono.Fazia tantos anos que ela não ouvia falar dele. Est
Clara arrumava as bolsas com cuidado, separando as roupas dela e de Katiany para a viagem de volta na manhã seguinte. O coração apertava no peito. Por mais que quisesse voltar para casa, a ideia de se afastar de Noah fazia doer cada pedacinho seu.Ela amava as conversas que tinham pela manhã, os momentos roubados em que se amavam como dois adolescentes escondidos do mundo. O cheiro dele ainda parecia impregnado em sua pele, suave e viciante, como um sussurro que ela não queria esquecer.Katiany entrou no quarto, interrompendo seus pensamentos. Observou as bolsas sobre a cama por um momento, depois se jogou ao lado delas com um suspiro preguiçoso. — Mãe... — chamou Katiany, com a voz baixa.Clara interrompeu o que estava fazendo e sentou-se ao lado da filha na cama.— Sim, filha — respondeu com um leve suspiro, já imaginando o que viria.— A gente tem mesmo que ir embora? Eu estou gostando daqui... A fazenda é muito legal.Clara sorriu com ternura, emocionada
Após saírem do cemitério, Clara quebrou o silêncio. — A fazenda... Fica a menos de uma hora daqui, não é?Noah, ao volante, assentiu com um breve olhar. — Quarenta minutos, talvez. Você quer ir até lá?—Sim... Não posso mais adiar. Ligou para o advogado e, com a voz ainda embargada pela emoção, comunicou sua decisão de conhecer a fazenda que acabara de herdar. Marcaram de se encontrar lá mesmo, em Nacogdoches. Ao entrar na caminhonete, seus dedos trêmulos ainda seguravam o envelope de papel pardo com a carta deixada por Fred.Ela respirou fundo, hesitou por um instante, depois apertou os lábios com decisão. — Preciso ver com meus próprios olhos. Sentir o lugar. Ver se faz sentido.Enquanto saíam de Lufkin em direção a Nacogdoches, o caminho revelou-se uma estrada sinuosa e ladeada por carvalhos centenários. A luz do meio-dia filtrava-se pelas copas, criando sombras que dançavam sobre o asfalto. A tensão entre os dois diminuía à medida que se aproximavam do destino.— Est
A buzina da caminhonete de Sônia soou do lado de fora. Noah franziu a testa, interrompendo o café da manhã que tomava após já ter começado a lida na fazenda antes do amanhecer. Quando fez menção de se levantar, Clara pousou suavemente a mão sobre seu ombro, impedindo-o.— É só a Sônia. Ela vai me dar carona — disse, com um sorriso calmo. — Vamos passar na clínica. Faz vinte dias que não apareço por lá, e se eu pretendo retomar as atividades na próxima semana, preciso colocar tudo em ordem antes.— Por que não me falou? Eu te levaria! — ele perguntou, com um leve tom de desapontamento.— Porque eu sabia que você ia querer me levar — respondeu, sorrindo. — Mas você tem muito trabalho aqui na fazenda. Não se esqueça de que o leilão é daqui a dois dias.Noah suspirou e balançou a cabeça com um meio sorriso.— Você está começando a me conhecer. Sou assim tão transparente?Ele piscou para ela e roubou um beijo rápido.— Noah! — ela repreendeu, entre risos. — Tenha cuidado. Já conver
A manhã chegou com um céu pálido, quase envergonhado do estrago da noite anterior. Na fazenda, os vestígios da tempestade ainda estavam por toda parte — galhos retorcidos no chão encharcado, lama escorrendo pelos caminhos, cercas deslocadas, o cheiro de madeira molhada e esforço humano. Mas havia um silêncio sereno no ar, como se o pior já tivesse passado e algo mais calmo pudesse finalmente se instalar.Clara, agora livre das muletas, sentia-se mais leve. O corpo estava mais firme, os passos mais confiantes... mas a mente ainda era um campo de batalha. Era sua última semana na casa de Noah. E, por mais que ela tentasse se convencer de que aquilo era o certo, a ideia de ir embora pesava mais a cada dia, como uma âncora silenciosa presa ao coração.Enquanto tomava café na cozinha, abraçada a uma caneca quente, Noah surgiu na porta com as botas sujas de barro, a camisa meio aberta no colarinho e uma expressão carregada.— Preciso que você me ajude com os cavalos hoje, Cla
Último capítulo