Quando a porta se fechou atrás dos pais de Leonardo e de Helena, Isadora ainda estava recostada na poltrona, tentando controlar o coração que batia acelerado. A cena ainda ecoava em sua mente como um pesadelo: ser flagrada vulnerável, quase desmaiada, enquanto os olhares de julgamento se cravavam nela como punhais.
As palavras do pai dele, tão frias e carregadas de desprezo, repetiam-se sem parar: “Você jogou fora anos de tradição por isto?” Ela era o “isto”. Não um nome, não uma pessoa. Apenas um obstáculo inconveniente.
O peso daquilo a esmagava. Naquele instante, Isadora se sentiu menor do que nunca, como se sua vida inteira fosse reduzida a um erro momentâneo. As conquistas profissionais, as horas de esforço, a competência que tinha mostrado — nada parecia importar diante de um sobrenome poderoso e uma família que já havia planejado o futuro de Leonardo muito antes de ela surgir.
As lágrimas ameaçavam descer, mas ela as conteve com a mesma força que usava para enfrentar os olhares