Alana Dumont tem tudo sob controle: uma multinacional nas mãos, poder de decisão absoluto e uma reputação impecável. Aos 26 anos, ela é uma CEO respeitada — e temida. Mas tudo muda quando Leonardo entra em cena. Ele é seu novo assistente: nerd, discreto e aparentemente inofensivo. Só que por trás das roupas largas e do cabelo bagunçado, existe um homem que vai virar o mundo dela do avesso. Um descuido basta para que Alana perceba que manter a distância profissional será mais difícil do que imaginava. Como se não bastasse o caos interno, seu pai superprotetor contrata Théo, um guarda-costas charmoso e intimidador, decidido a manter Alana a salvo, inclusive do próprio Leonardo. Alana vai descobrir que nem todo controle é possível... e que às vezes, perder o controle é exatamente o que a gente precisa.
Ler maisCapítulo 1
Leonardo Vicente ajeitou os óculos de grau no nariz pela terceira vez em menos de cinco minutos. Sua expressão estava entre o nervosismo e a curiosidade, e sua boca levemente aberta refletia o impacto de estar diante do imponente arranha-céu da Dumont Corp, uma das maiores corporações da França. Ele inclinou a cabeça para trás, tentando acompanhar com os olhos os andares intermináveis do edifício até o último andar. — Isso é... gigantesco — murmurou para si mesmo, sem conseguir esconder o espanto. Com um leve aceno do porteiro, que confirmou que ele estava no lugar certo, Leonardo caminhou em direção às portas giratórias da entrada. Seu nervosismo tornou-se evidente quando ele quase tropeçou no seu próprio sapato, mas conseguiu se recompor com um sorriso desajeitado. Ele nunca havia estado em um lugar tão sofisticado. Ao alcançar a recepção, uma mulher elegantemente vestida, com um semblante frio e distante, o encarou com desdém antes mesmo que ele pudesse falar. Seus olhos analisaram Leonardo da cabeça aos pés, avaliando seu terno desalinhado e a postura um tanto desajeitada. — Posso ajudá-lo? — A voz da recepcionista foi seca, quase impessoal, como se já estivesse decidida de que ele estava no lugar errado. Leonardo, visivelmente desconfortável, ajeitou novamente os óculos e engoliu em seco antes de responder. — Tenho uma entrevista com Alana Dumont — respondeu, tentando soar mais confiante do que realmente se sentia. A recepcionista soltou uma risada, quase sem querer, e tentou conter o riso. Seus olhos brilharam de diversão enquanto ela o avaliava. — Você? — disse ela, ainda rindo. — Está brincando, certo? — ela não consegue imaginar esse pateta sendo entrevistado pela poderosa CEO, a filha do ilustre presidente da empresa. Leonardo sentiu seu rosto esquentar. A recepcionista parecia se divertir com sua reação, então ele decidiu ignorar o desprezo e tentar novamente. — É sério, eu... eu realmente tenho uma entrevista. O meu nome está na lista — disse, tentando se manter firme. Ela deu uma olhada rápida em sua tela, um sorriso de deboche ainda nos lábios. — Muito bem, você pode passar — disse, ainda rindo. Leonardo hesitou, mas agradeceu e se dirigiu ao corredor que levava ao elevador. Enquanto esperava, ele se questionava se conseguiria impressionar Alana Dumont ou se seria apenas mais um motivo de risadas. À medida que o elevador subia, ele se sentia pequeno diante da imensidão dos prédios que via ao redor. O brilho do sol refletia nos vidros, e ele se forçou a se concentrar na sua respiração, tentando acalmar os nervos. Quando as portas se abriram no último andar, ele hesitou por um momento. Ele se pôs a caminhar, sentindo o som do salto de seus sapatos ecoar no chão de mármore. Ao chegar a uma sala ampla, foi recebido por uma senhora idosa, que estava sentada atrás de uma mesa elegantemente decorada. Ela olhou para ele e lhe cumprimentou com um sorriso caloroso que parecia iluminar todo o ambiente. — Bom dia! — disse ela, com uma voz suave e acolhedora. — Bom dia, vim para uma entrevista — respondeu Leonardo, tentando esconder o nervosismo na voz. — Que bom! Estou feliz em conhecê-lo. Meu nome é Margareth, e sou a secretária da senhora Alana. Ela já está esperando por você. — A senhora fez um gesto para que ele entrasse, seu sorriso transmitindo uma sensação de conforto que aliviou um pouco a tensão de Leonardo. Ele entrou na sala e viu uma mesa de reuniões impecavelmente arrumada, com documentos perfeitamente organizados e uma vista espetacular da cidade pelas janelas de vidro. O ambiente era ao mesmo tempo profissional e convidativo. — Alana é uma pessoa maravilhosa, você vai gostar muito dela — continuou Margareth, enquanto se levantava para ajustar uma cadeira para ele. — Ela aprecia muito quem é sincero e trabalhador. Leonardo agradeceu, sentindo-se um pouco mais à vontade. — Espero que eu consiga causar uma boa impressão — disse ele, forçando um sorriso. — Acredite, se você chegou até aqui, já está indo bem. Agora, apenas respire fundo e mostre a ela quem você realmente é — disse Margareth, piscando um olho de forma encorajadora. Nesse momento, a porta se abriu e Alana Dumont entrou em sua sala, irradiando confiança e poder. Seus olhos se encontraram com os de Leonardo, e ele sentiu seu coração acelerar. Leonardo ficou paralisado por um momento, admirando Alana enquanto ela entrava na sala. Seus cabelos, longos e brilhantes, caíam em ondas suaves sobre suas costas, e o jeito sedutor com que andava fazia o tempo parecer parar. O vestido que ela usava realçava suas curvas de forma elegante, moldando seu corpo de maneira impecável. Leonardo sentiu um calor subir pelo rosto e, sem perceber, estava quase babando ao observar a figura imponente que se aproximava. — Bom dia! — disse Alana, estendendo a mão em cumprimento, interrompendo os devaneios de Leonardo que aceitou a mão de imediato. Ele despertou rapidamente, assustado com a intensidade do momento. Com um movimento desajeitado, tentou limpar o canto da boca, como se isso pudesse esconder o quanto a estava admirando. Alana franziu o cenho e piscou curiosa, mas não fez comentários sobre sua reação. Apenas sorriu, sentando-se à sua mesa enquanto pegava o currículo de Leonardo da gaveta. — Vamos começar, então — disse ela, abrindo o documento e dando uma olhada rápida nas informações. Leonardo tentou se recompor e focar na entrevista. Alana fazia perguntas diretas, e ele se esforçou para responder com clareza e segurança. A cada resposta que dava, ela parecia cada vez mais impressionada. Ele explicou suas experiências anteriores e compartilhou suas ideias com entusiasmo, sentindo a tensão inicial se dissipar conforme a conversa fluía. — Você tem um currículo excelente, Leonardo — comentou Alana, com um sorriso genuíno. — Estou bastante impressionada com suas qualificações. A empolgação de Leonardo cresceu. Ele mal podia acreditar no que estava ouvindo. Quando Alana perguntou se ele estaria disponível para um teste prático, não hesitou. — Sim, claro! Estou à disposição! — respondeu, quase sem pensar. Alana sorriu de forma encantadora e pressionou um botão na mesa, chamando Margareth. — Margareth, por favor, leve Leonardo para fazer um teste agora na parte da manhã. — Com certeza, dona Alana! — respondeu Margareth, foi até a sala e olhou para Leonardo com um sorriso que parecia encorajador. Leonardo saiu da sala com Margareth, o coração disparado, sabendo que essa era uma oportunidade que poderia mudar sua vida. Após concluir suas tarefas com perfeição, Leonardo estava ansioso enquanto aguardava o retorno de Alana. Quando ela finalmente o chamou de volta à sua sala, o coração dele disparou. — Parabéns! — disse Alana, estendendo a mão em um gesto de cumprimento firme e decidido. — Está contratado. Leonardo sentiu um frio na barriga, e um sorriso largo se espalhou por seu rosto. — Muito obrigado! — respondeu ele, sua voz transbordando alegria. — Estou muito feliz com a oportunidade. — Margareth irá lhe explicar tudo o que você precisa saber para começar — disse Alana, com um brilho nos olhos. Com um aceno de cabeça, Leonardo saiu da sala, mas, em sua empolgação, acabou batendo o pé na porta ao fechá-la, quase perdendo o equilíbrio. Ele se virou rapidamente, ruborizado, e com um tom apressado disse: — Desculpe! Alana observou enquanto ele se afastava, um leve sorriso nos lábios, divertido com a cena desajeitada que havia presenciado. Ela se virou para sua mesa, sentindo-se satisfeita com a escolha que fizera. Era bom ver novos talentos e a animação que alguém como Leonardo trazia para o ambiente de trabalho. Justo quando estava prestes a se concentrar em suas tarefas, o celular de Alana começou a tocar. Ela atendeu, o sorriso ainda no rosto, mas sua expressão logo se tornou séria ao ouvir o que o interlocutor tinha a dizer.Capítulo 116Alguns meses haviam se passado desde o casamento. Alana, agora oficialmente senhora Vicente, carregava um brilho diferente no olhar. O amor de Leonardo, o aconchego da nova fase e o pequeno ser crescendo em seu ventre transformavam tudo ao seu redor.Naquela manhã, ela havia insistido para acompanhá-lo ao centro comunitário. O mesmo onde, meses antes, desconfiava dele, observando cada gesto, cada movimento, tentando decifrar quem era o misterioso "funcionário eficiente". Hoje, ela sorria ao lembrar da própria desconfiança.- Vamos trabalhar, chef? - brincou ela, amarrando o avental branco na cintura com um jeitinho já treinado.Leonardo, que lavava as mãos na pia do fundo, virou-se e a olhou com admiração.- Se você continuar assim, vou abrir um restaurante só pra gente.Enquanto Alana organizava os ingredientes com naturalidade, alguns voluntários se entreolhavam e cochichavam com sorrisos discretos.- Essa é a esposa dele?- A ricaça?- E ela... tá cozinhando mesmo?Leo
Capítulo 115Muniz estava em choque. O barulho do tiro ainda ecoava nos ouvidos, mesmo em meio ao silêncio. Ele ergueu as mãos devagar, com os olhos arregalados e o rosto pálido. Tentou recuar, mas esbarrou em Théo, que surgiu às suas costas como uma sombra.- Acabou pra você também, Muniz - disse Théo com frieza, encostando a arma na nuca do ex-detetive. - Dê mais um passo e vai cair do mesmo jeito que ele.Muniz não tentou reagir. Sabia que não tinha saída.Matias se aproximou com um par de algemas. Ele as girou nos dedos com calma, como quem saboreava o momento.- Você tem o direito de permanecer calado... Mas vai cantar, nem que seja gritando - disse Matias, puxando os braços de Muniz para trás e prendendo-os com um estalo metálico.Leonardo se aproximou, limpando a mão ensanguentada na camisa escura. Os olhos em chamas após tanta adrenalina.- Isso é por Caroline. E por tudo que você tentou fazer com minha família. Vai apodrecer na prisão.Muniz tentou se justificar, balbuciando
Capítulo 114O sol ainda nem havia nascido quando o grupo se reuniu nas imediações do antigo armazém abandonado no porto. O local havia sido discretamente cercado por homens da equipe especial do delegado Maurice Lefèvre. O plano era simples: aguardar Luigi e Muniz se encontrarem, garantir a entrega do dinheiro e prendê-los em flagrante.Leonardo ajeitou o colete tático por baixo da camisa preta e ajustou o ponto no ouvido. Estava focado, com o olhar frio, o maxilar travado. Ao lado dele, Théo terminava de verificar a arma não letal que carregava, caso precisassem agir.Matias observava tudo em silêncio, atento a cada movimento, conectado com os agentes posicionados à distância, que transmitiam imagens em tempo real.— Estão a caminho — avisou um dos detetives infiltrados, com a voz baixa no rádio. — O carro de Luigi já dobrou a esquina. Muniz chegou cinco minutos antes, está dentro do galpão esperando.Leonardo apertou o punho.— Que comece o fim — murmurou.Théo sorriu de canto, os
Capítulo 113Alguns dias depois...A porta da sala do delegado Maurice Lefèvre fechou com força assim que o detetive Muniz entrou. Ele estava com a expressão dura, arrogante, como sempre. No entanto, ao ver o olhar frio e controlado do delegado francês, algo dentro dele vacilou por um segundo.- Foi chamado com urgência, Muniz, porque a situação exige - disse Maurice, sem rodeios, indicando a cadeira à frente de sua mesa. - Sente-se.Muniz obedeceu sem dizer uma palavra, cruzando os braços enquanto esperava.- Há inconsistências nas suas condutas profissionais - continuou o delegado, abrindo um dossiê espesso. - Recebemos informações de que você está envolvido com um homem chamado Luigi Ferrare, suspeito de estar por trás de crimes graves, incluindo assassinato.Muniz engoliu seco. Seu silêncio foi mais revelador do que qualquer resposta.- A partir de agora, você está oficialmente afastado do cargo até que todas as investigações sejam concluídas. Seus acessos à rede policial estão bl
Capítulo 112Théo entrou na delegacia com passos lentos, usando óculos escuros, barba por fazer, boné surrado e uma blusa larga que o fazia parecer um homem comum, cansado da vida. O gel no cabelo mantinha os fios presos para trás, reforçando sua fachada de “civil estressado”.— Eu não aguento mais! — disse ao policial do balcão, batendo com a palma da mão na madeira. — É cachorro latindo, música alta, som de carro, briga de casal… Eu trabalho de casa, estou à beira de um colapso nervoso!O atendente arregalou os olhos, um pouco assustado, e antes que pudesse responder, uma voz grave soou atrás deles:— O que está acontecendo aqui?Théo virou-se devagar e viu o detetive Xavier Muniz, alto, elegante demais para uma delegacia, com um sorriso falso no rosto.— Deixa comigo. Eu resolvo isso — disse Muniz.Théo escondeu um leve sorriso. Era exatamente isso que ele queria. Já conhecia o rosto do canalha. Xavier Muniz, o detetive corrupto que agora estava na sua mira. Sempre um passo à frent
Capítulo 111Na manhã seguinte...O sol estava começando a nascer, quando Théo estacionou o carro preto em frente a uma construção abandonada na zona industrial da cidade. O lugar era discreto, silencioso e afastado o suficiente para ninguém ouvir o que aconteceria ali dentro.Ele desceu do carro. Usava jeans escuro, camisa preta e jaqueta de couro. Um café amargo esfriava no porta-copos, intocado desde que saíra de casa. Estava focado.No galpão, dois homens de confiança faziam a guarda. Um deles se aproximou ao vê-lo.— Está acordado. Amarrado e sem fazer escândalo. Parece até calmo demais.Théo assentiu com um leve movimento de cabeça e entrou.Rubens estava sentado numa cadeira metálica no meio da sala vazia. As mãos amarradas atrás das costas, um corte leve no supercílio, cortesia da queda que levou quando foi nocauteado. Apesar disso, mantinha uma expressão fria, quase arrogante.Théo se aproximou devagar, puxou outra cadeira e sentou-se de frente para ele.— Bom dia, Rubens — d
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