Alana Dumont tem tudo sob controle: uma multinacional nas mãos, poder de decisão absoluto e uma reputação impecável. Aos 26 anos, ela é uma CEO respeitada — e temida. Mas tudo muda quando Leonardo entra em cena. Ele é seu novo assistente: nerd, discreto e aparentemente inofensivo. Só que por trás das roupas largas e do cabelo bagunçado, existe um homem que vai virar o mundo dela do avesso. Um descuido basta para que Alana perceba que manter a distância profissional será mais difícil do que imaginava. Como se não bastasse o caos interno, seu pai superprotetor contrata Théo, um guarda-costas charmoso e intimidador, decidido a manter Alana a salvo, inclusive do próprio Leonardo. Alana vai descobrir que nem todo controle é possível... e que às vezes, perder o controle é exatamente o que a gente precisa.
Ler maisCapítulo 20O avião pousou sem atrasos. Um carro do resort os aguardava na saída, com um motorista uniformizado segurando uma plaquinha com o nome de Alana.O caminho até o resort era cercado por uma natureza exuberante. Pinheiros altos margeavam a estrada sinuosa, e o cheiro de terra úmida com folhas ressecadas tomava conta do ambiente. Leonardo abriu o vidro discretamente, respirando fundo. Aquilo era um verdadeiro respiro da rotina de concreto.Alana, sentada ao lado, observava silenciosamente pela janela. Sentia uma calma estranha, quase incômoda, e uma liberdade que há muito não experimentava. Quando o carro passou por uma ponte de madeira sobre um pequeno rio, ela se virou para Leonardo.— Nunca pensei que um lugar tão isolado pudesse parecer tão... necessário.Ele sorriu, ainda olhando pela janela.— E olha que nem descemos do carro ainda.O veículo parou em frente ao pórtico principal do resort: uma construção de madeira escura e vidro, com arquitetura moderna. Havia lareiras
Capítulo 19Leonardo estava esparramado no sofá, com um cacho de uva, jogando uma a uma na boca como se fosse um jogo consigo mesmo. A imagem de Alana insistia em rondar sua mente."Você precisa parar com isso", disse para si mesmo em voz baixa, jogando mais uma uva na boca com um sorriso bobo.Foi quando o celular vibrou ao seu lado. Ele esticou a mão, destravou a tela e leu a mensagem."Leonardo, pensei melhor sobre a viagem. Acho que gostaria que você fosse comigo. Me avise se topar. Claro, só se quiser."Seus olhos percorreram cada palavra lentamente. O coração deu uma leve acelerada, como se o corpo inteiro entendesse o que aquele convite significava, mesmo que velado.Ajeitou-se no sofá, passando a mão pelos cabelos ainda molhados. Respirou fundo. Um sorriso foi surgindo no canto dos lábios, e ele digitou devagar, sem disfarçar a felicidade no olhar:"Claro que eu quero. Me avise o dia e o horário e estarei pronto."Enviou a mensagem, recostou a cabeça no encosto e encarou o tet
Capítulo 18Leonardo se aproximou da mesa de Alana com a postura respeitosa de sempre, mas havia um brilho diferente em seus olhos.— Com licença, doutora Alana... — disse, com um leve sorriso. — Sei que ainda faltam algumas horas, mas gostaria de saber se posso sair um pouco mais cedo hoje.Ela ergueu os olhos do monitor, curiosa.— Algum compromisso importante?— Na verdade, sim. Gostaria de ir até uma loja ver um carro. Estou pensando em comprar um veículo e só conseguiria resolver isso antes do expediente acabar.Ela fez que sim com a cabeça, disfarçando o quanto o jeito gentil dele a afetava.— Está bem, pode ir.— Obrigado mesmo — respondeu ele, com um sorriso meigo e sincero. Pegou suas coisas e saiu, deixando um leve rastro de doçura no ar.Assim que a porta se fechou, Alana girou levemente a cadeira e voltou ao computador. Abriu a planilha onde Leonardo havia deixado sugestões de destinos, ele sempre era cuidadoso com os detalhes, e o primeiro local da lista fez seus olhos se
Capítulo 17Cerca de uma hora depois, a recepcionista retornou ao seu posto, com os olhos ainda vermelhos e enxugando discretamente as lágrimas com um lenço. Sentou-se com rigidez na cadeira, respirou fundo e tentou disfarçar o abalo, mas sua colega de bancada percebeu imediatamente.— Ei, o que aconteceu? — perguntou em voz baixa, inclinando-se para mais perto.A recepcionista balançou a cabeça, tentando conter a emoção, mas desabafou:— Eu estou aqui há três anos... Três anos da minha vida dedicados a essa empresa. Sempre cheguei cedo, cumpri minhas funções, nunca faltei sem motivo... E, de repente, um almofadinha de cabelo lambido por vaca e olhos esbugalhados, que começou aqui, sei lá, "ontem", é tratado como se valesse mais que eu!Ela parou por um segundo, respirando com dificuldade, antes de completar:— Que vida injusta, meu Deus... A gente dá o sangue e, no fim, quem ganha o reconhecimento é quem sabe agradar as pessoas certas.A colega apenas ouviu em silêncio, sem saber o q
Capítulo 16O sono veio, mas não foi calmo. Alana mergulhou num torpor agitado, onde realidade e fantasia se misturavam de forma perigosa.Estava no escritório da empresa, sozinha, como tantas vezes. Mas algo estava diferente. O silêncio era denso, e o ar parecia carregado de eletricidade. Ela ouvia passos, mas não via ninguém. Sentia o cheiro de café recém-passado, o que a lembrava dele. Leonardo.Virou-se e lá estava ele, parado à porta. Sem os óculos, sem o gel no cabelo. Os olhos castanhos pareciam mais escuros, mais intensos. Ele a olhava de um jeito que nunca ousou na vida real.— Você me chamou? — perguntou, com a voz mais grave, mais segura.Ela tentou dizer que não, mas as palavras não saíam. Em vez disso, fez um gesto, e ele se aproximou. Os passos dele eram lentos, firmes, como se soubesse exatamente o que fazia. E ela... não recuou.Quando deu por si, ele estava diante dela, perto demais. Perto o bastante para que ela sentisse o calor do corpo dele. As mãos dele tocaram se
Capítulo 15Leonardo saiu da academia com os fones no pescoço, a camiseta ainda úmida e o cabelo bagunçado pelo treino. O céu já escurecera, mas ele nem pensou em ir direto para casa. Lembrou-se da geladeira vazia, e o estômago roncando o lembrou da maçã mirrada que havia comido antes de sair, a única coisa que restava na fruteira.— Ok... hora de caçar comida de verdade — murmurou para si mesmo, virando a esquina até o mercado mais próximo.Com o carrinho já pela metade, Leonardo parou diante da prateleira de suplementos. Pegou o whey que costumava usar, girando o pote para ver se tinha alguma promoção, nada. Suspirou e colocou no carrinho, ao lado dos filés de frango, peixe e carne bovina que escolheu cuidadosamente.Passou pela seção de saladas prontas, pegou um pacote com folhas frescas e mix de legumes, depois se permitiu o pequeno luxo: uvas escuras. Não resistiu e abriu o pacote para beliscar uma enquanto seguia para a prateleira das águas com gás e limões. Aquilo sim seria um
Capítulo 14Leonardo voltou para sua mesa, tentando reorganizar os pensamentos e o coração que ainda batia um pouco mais rápido do que o normal. Sentou-se, respirou fundo e ligou o computador, mergulhando nos e-mails e na pauta da pequena reunião que aconteceria em menos de vinte minutos. A tela à sua frente exibia números e relatórios, mas a imagem de Alana, tão perto, tão próxima de cruzar um limite, insistia em permanecer viva em sua mente.Enquanto isso, no banheiro, Alana encarava o reflexo do próprio rosto no espelho. Retocava o batom mecanicamente, tentando não encarar o olhar perdido e confuso que a encarava de volta.“Você está perdendo o controle, Alana.”Era como se a voz do pai ainda ecoasse em sua mente.Ela suspirou. Tentou raciocinar, listar mentalmente os motivos pelos quais aquilo era completamente inaceitável. Primeiro, o site de fofocas. Ainda doía ver a própria imagem exposta, julgada, como se sua vida afetiva, ou a ausência dela, fosse uma aberração. Depois, o sus
Capítulo 13Após o sorvete, seguiram de volta à empresa. Ela sentou-se ao lado de Leonardo no banco de trás, ainda com o pensamento distante, enquanto ele observava discretamente cada nuance de seu rosto. O silêncio entre os dois estava mais íntimo do que desconfortável.— Obrigada — ela disse, encarando a janela.— Pelo sorvete? — ele arriscou com um meio sorriso.— Por hoje. Por me acompanhar, por não me tratar como se eu fosse uma manchete ambulante.Leonardo sorriu, tocado pelas palavras inesperadas. Queria dizer mais, mas antes que conseguisse formular uma resposta, o carro desacelerou bruscamente.O motorista buzinou, mas o motivo da freada foi logo revelado: um carro preto, com vidros escurecidos, surgiu repentinamente, cortando a frente deles e os obrigando a parar em pleno cruzamento.— O que é isso?! — Alana perguntou assustada.— Calma, senhorita — disse o motorista, tentando recuar, mas o carro intruso ficou imóvel à frente, bloqueando o caminho.Leonardo instintivamente s
Capítulo 12Leonardo saiu do elevador depois de uma conversa desconfortável com Armand Dumont, ainda com a reportagem sobre Alana martelando na cabeça. Ele voltou para o andar da presidência e respirou fundo antes de entrar na sala da CEO. Ao abrir a porta da sala, encontrou Alana de pé, próxima à janela, olhando a cidade com os braços cruzados. Ela não se virou quando falou:— Está tudo bem com você?Leonardo se aproximou, hesitante.— Sim… Só um pouco incomodado com umas coisas que vi por aí.Alana virou-se devagar, os olhos presos nele, como se já soubesse do que ele falava.— Fofoca?— Infeliz e injusta. — Ele respirou fundo. — Ninguém tem o direito de julgar sua vida amorosa, ou a ausência dela.Ela ergueu uma sobrancelha, surpresa com o tom firme.— Então você leu…— Estava tomando café quando apareceu no meu celular. Mas fiquei com mais raiva pelos comentários. — Ele desviou o olhar, envergonhado pela intensidade que havia deixado escapar.Alana se aproximou, os olhos suaves.—