Isadora obedeceu, engolindo em seco.
— Qual é o assunto? — tentou manter a voz firme.
Ele se virou devagar, os olhos intensos cravados nela.
— O assunto… é que não consigo fingir que você é só mais uma funcionária.
O ar pareceu sumir da sala. Isadora apertou a pasta contra o corpo, como se aquilo fosse protegê-la.
— Leonardo… não podemos. Você é meu chefe. Isso pode arruinar tudo.
Ele avançou alguns passos, aproximando-se até quase encostá-la contra a mesa de reuniões.
— O que vai arruinar tudo é essa distância forçada. — A mão dele tocou levemente a dela, fazendo-a estremecer. — Diga que não sente nada, e eu paro agora.
Isadora abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu. O silêncio foi a confissão mais perigosa que poderia dar.
Em um instante, ele tomou seus lábios, primeiro devagar, como se pedisse permissão, depois com a urgência de quem segurou por tempo demais. A pasta caiu de suas mãos, espalhando papéis pelo chão, mas ela não ligou.
As mãos dele a puxaram pela cintura, e