A bela do CEO

A bela do CEOPT

Romance
Última atualização: 2025-07-05
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Índice

Após perder os pais, Constantine foi enviada para viver com os tios numa fazenda tranquila, onde cresceu entre colheitas, cabras e afeto. Mas tudo muda quando a propriedade é vendida a um CEO da cidade grande — e ele exige a desocupação imediata. Determinada a proteger a única casa que conhece, Constantine vai à cidade enfrentar o novo dono: Umberto Zanobi, um homem poderoso, inflexível e cercado por segredos. Entre choques de realidade, olhares que não se explicam e uma tensão crescente, Constantine se vê presa em uma teia de interesses, traições e escolhas difíceis. Ao seu redor, alianças se quebram, máscaras caem — e o passado que ela acreditava enterrado pode ser a chave para algo muito maior. Uma história sobre amor, raízes e coragem. Quando a beleza da simplicidade confronta o orgulho do poder, nenhuma verdade permanece oculta por muito tempo.

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Capítulo 1

Capítulo 1 - A carta

Constantine vivia em uma fazenda no interior com os tios desde que seus pais haviam morrido. Na época, ainda criança, não tinha qualquer vínculo com eles. Mas após o trágico acidente que a deixou órfã, foi enviada à tutela do casal, e ali construiu uma nova vida.

No interior, cercada por uma rotina simples e sem grandes agitações, ela cresceu. Com o tempo, aprendeu a amar a terra, os animais, o silêncio da manhã, o cheiro do café recém passado misturado ao da terra molhada. Agora, aos 26 anos, dominava com leveza os afazeres da fazenda e carregava no peito uma tranquilidade que só a natureza sabia proporcionar.

Até que, numa manhã comum, uma carta chegou.

Era um envelope pardo, de papel firme e tom ameaçador. O tio leu em voz baixa, com a testa franzida e os olhos úmidos: o antigo dono da fazenda havia morrido, e a propriedade fora vendida a um rico empresário da cidade.

A notícia caiu como uma tempestade fria sobre todos.

E pior: o novo administrador, de maneira ríspida e impessoal, exigia que deixassem a fazenda imediatamente.

O desespero tomou conta da casa.

A tia Ludovica chorava em silêncio, o tio Tommaso caminhava em círculos pela varanda, murmurando possibilidades que não levavam a lugar algum.

— Foi tudo tão de repente... Eu... eu não sei o que fazer — disse ele, com a voz embargada.

Enquanto isso Constantine estava sentada numa cadeira com os cotovelos apoiados sobre a mesa, uma mão segurava uma caneca com café e a outra sustentava o queixo. Ela estava mergulhada num mar de pensamentos. Foi então que uma ideia veio como um farol, ergueu a cabeça ainda atônita, e como se algo dentro dela tivesse sido despertado, a esperança.

— Eu irei à cidade amanhã — disse firme. — Vou conversar com esse administrador. Talvez ele nos dê um prazo, um mês, quem sabe… ou um tempo suficiente para encontrarmos um lugar para ficar.

O tio a olhou, cansado.

— Ele virá aqui amanhã, minha filha... — murmurou. — Quer fazer uma vistoria na área.

Um silêncio denso caiu sobre eles.

Ninguém sabia o que esperar. Ninguém sabia qual seria a reação do tal administrador ao perceber que a família ainda estava ali — resistindo.

Na manhã seguinte, Constantine acordou com o primeiro canto do galo.

Mesmo com o coração inquieto desde a chegada da carta, seus gestos eram os de sempre: ordenhou a vaca com mãos leves, soltou as cabras no pasto e alimentou os gansos que a seguiam num alvoroço familiar.

O ar da manhã trazia o cheiro agradável da terra úmida e da relva fresca — aromas que ela aprendera a amar com o tempo.

Na cozinha, tia Ludovica já estava de pé, firme como sempre.

Usava o avental florido e cantarolava baixinho, como se tentasse afastar as nuvens pesadas do dia anterior. Sobre a mesa, organizava xícaras, frutas e uma torta de morango que havia assado na noite anterior, na esperança de trazer algum conforto à casa.

— Constantine, o café está pronto, minha flor — chamou-a com ternura.

Mas havia um vazio no ar.

Tommaso, que nunca perdia o nascer do sol, não se levantou.

Permanecia deitado, calado, com os olhos voltados para o teto. O silêncio dele doía mais que qualquer palavra.

Constantine sentiu um aperto no peito. Sabia que o tio estava sofrendo, talvez até mais que todos. A fazenda era sua vida. E agora, parecia que ela estava escorrendo por entre os dedos, como areia fina demais para segurar.

Mais tarde, como já era esperado, a fazenda ganhou um movimento incomum.

Carros chegaram levantando poeira pela estrada de terra, e o som dos motores ecoou por entre as árvores, quebrando a rotina silenciosa do lugar. Constantine observava da varanda, com o coração apertado.

O administrador, trajado com elegância urbana, conversou com Ludovica e Tommaso de forma educada — quase fria.

Explicou que, por ordens superiores, não poderiam permanecer na propriedade por mais de um mês.

Falou com palavras medidas, mas a decisão era definitiva.

E embora ele não tenha elevado o tom, a dor foi a mesma.

Ludovica apenas assentiu com um fio de voz. Tommaso, de cabeça baixa, apertava as mãos com força sobre o colo, como quem segura o mundo para não desabar.

Mesmo com toda a cordialidade, a tristeza havia entrado pela porta da frente.

Constantine tomou a decisão consigo mesma. No dia seguinte ela iria até a cidade. O dia passou devagar, a tarde correu devagar.

Durante a noite, antes de adormecer ela pensava que não podia mais esperar. Se não agisse rapidamente, eles ficariam sem um lar em poucos dias. Ela precisava de um tempo maior — nem que fosse um mês. Para acomodar sua família em outro lugar. Assim, adormeceu.

A manhã surgiu fria. Ela então pulou da cama e vestiu seu melhor casaco, prendeu os cabelos com um lenço discreto, correu até a casa de Pi como eles haviam combinado no dia anterior, e, com o coração apertado, eles partiram para a cidade.

Estava na época das chuvas.

A cidade a recebeu com um tom cinza que parecia pintar tudo ao redor: as ruas molhadas, os prédios altos de concreto escurecidos pela umidade, o céu coberto por uma névoa espessa. As nuvens baixavam lentamente, deslizando entre os edifícios como se também procurassem abrigo.

O vento estava tão frio causava a sensação de cortar seu rosto com navalhas. As gotas grossas de chuva que começavam a cair pareciam agulhas de gelo contra a pele. Era pleno inverno.

A charrete parou perto de uma rua movimentada da cidade. Constantine então, puxando o seu xale para proteger-se do frio que congelava.

Só conseguia pensar naquele exato momento era em um copo de chocolate quente bem cremoso e em uma fatia de bolo super macio e saboroso.

Desceu da charrete sem pressa, com o corpo encolhido sob o casaco, sem perceber que estava sendo observada pelos clientes sentados no café ao lado.

Apesar de conservar uma arquitetura antiga e charmosa, a cidade já havia se rendido à modernidade há muito tempo — carros de luxo, vitrines tecnológicas, trajes sociais bem cortados.

Foi impossível não atrair cochichos.

— "Parece que voltamos à Idade Média..."

— "Alguém está na década errada" — diziam entre risos abafados, escondidos por trás das xícaras fumegantes.

Constantine não ouviu.

Virou-se com serenidade para Pi, o pequeno cocheiro que a acompanhava, e entregou-lhe algumas moedas.

— Leve os cavalos a um lugar seguro, por favor.

E então respirou fundo. Não sabia o que a esperava dali em diante.

Entrou no café, onde o calor parecia ter sido regulado exatamente para abraçar quem viesse da rua.

O aroma de canela e café fresco se espalhava no ar, aquecendo não apenas o corpo, mas também alguma parte esquecida da alma.

Sentou-se perto da janela, onde podia ver as gotas grossas de chuva escorrendo pelo vidro em filetes trêmulos. Ali, naquele canto calmo, permitiu-se respirar mais fundo.

Enquanto observava a cidade embaçada pela névoa, começou a imaginar o que a esperava.

Seria recebida com compreensão? Desprezo? Indiferença?

O receio começou a se aproximar devagar, como uma sombra que tenta arrasta-la pelos pés. Mas Constantine não se entregou.

Apertou as mãos sobre o colo, firmou o olhar e lembrou o porquê de estar ali: por aqueles que ama. Por um lar.

Ela não era fraca.

Só estava com frio — e com esperança.

***

A chuva havia dado uma trégua, mas gotas finas e persistentes ainda caíam do céu nublado, deslizando como fios gelados pela pele do rosto de Constantine.

Ali, parada diante do prédio imenso, ela ergueu os olhos para a fachada espelhada e contemplava o letreiro dourado que brilhavam imponente contra o cinza do concreto, e da névoa que cobria a cidade: Zanobi Corporation.

Por um instante, sentiu que o mundo girava mais devagar.

Não era apenas um nome. Era a marca de quem agora havia destruído a paz dela e dos seus tios.

Era um universo ao qual ela não pertencia — ou, ao menos, era o que todos ali pareciam querer deixar claro.

Do outro lado, na calçada ali próximo, Pi aguardava com a charrete. O chapéu abaixado protegia-lhe do frio, e os cavalos, inquietos, batiam os cascos contra o chão molhado.

Constantine fechou os olhos por um segundo... Respirou.

O coração batia firme, um pouco apressado, mas ela sabia porque estava ali.

E por mais estranho que aquele ambiente fosse, não iria embora sem, pelo menos, tentar. Deu o primeiro passo. E no segundo degrau o medo quase a convenceu a desistir. Porém ela continuou subindo as escadas para o desconhecido. As portas de vidro da Zanobi Corporation se abriram com um sussurro metálico. E Constantine entrou devagar, e o contraste com o ambiente interior foi imediato. Ela percebeu que a classe social daquelas pessoas era muito acima do ambiente que pertencia.

O saguão era silencioso, espaçoso e polido demais para parecer real. Os pés dela, ainda úmidos da calçada, deixavam marcas sutis no chão de mármore claro. Ela caminhou em direção a um grande balcão moderno que guardava a entrada da empresa.

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