Ascensão dos Santorini é um romance intenso onde o amor colide com o submundo do crime. Dominick Santorini, 33 anos, é o CEO de um império empresarial e, nas sombras, o chefe impiedoso da máfia italiana. Para ele, sentimentos são fraquezas — e o casamento, uma armadilha. Quando um acordo com outra família mafiosa ameaça sua liberdade ao tentar forçá-lo a se casar por conveniência, Dominick decide recuar... até encontrar Laura Bianchi. Laura, uma jovem sonhadora, recém-aprovada na faculdade, vê sua vida virar de cabeça para baixo após uma noite em uma boate de luxo. Um momento de perigo une seus caminhos ao de um homem misterioso e perigoso. Um salvador... ou um demônio? A conexão entre eles é imediata, proibida e incontrolável. Mas o que começa com atração vira obsessão, e o que parece um conto de fadas mergulha em um mundo de violência, segredos e escolhas impossíveis. Entre lealdade, vingança e paixão, quem sobrevive ao toque do mafioso?
Leer másVIENA – ALA SUBTERRÂNEA DA MANSÃO SANTORINI – 03h03 O silêncio ali dentro era diferente. Não era apenas falta de som — era ausência de destino. No centro da sala, Rael estava preso a uma cadeira de contenção com trancas biométricas em cada membro. O rosto ainda marcado pela explosão de energia. A expressão, calma. Domenico observava da janela de segurança, mãos cruzadas atrás das costas. — Ele não falou nada desde que acordou? — perguntou. Henrique negou com a cabeça. — Não. Apenas... sorri. — Isso é pior do que palavras. Amara apareceu, séria. — Leonardo ainda dorme. A energia dele está estável. Mas... algo mudou. — O quê? — Quando ele acordou... disse uma palavra. — Qual? Ela hesitou. — “Escolha.” ISABELLA – SALA DE VIGÍLIA – 04h12 Isabella estava sentada diante de Rael. Os dois frente a frente. — Você não tentou me matar — disse ela. Rael ergueu os olhos. — Eu sou você. Não preciso te destruir. Só preciso... que você decida. — Decidir o quê? — Entre protegê-lo
FRONTEIRA ENTRE ITÁLIA E ÁUSTRIA – 03h14O vento soprava gelado naquela noite. Uma fila de caminhões avançava pela estrada secundária, protegida por veículos blindados sem identificação. Na traseira dos caminhões: homens e mulheres sem expressão, pele pálida, olhos sem alma.Não eram soldados comuns.E à frente, de pé sobre o primeiro veículo, estava ele.Rael.De casaco preto, olhar fixo, expressão tranquila demais para quem carregava morte atrás de si.— Preparem o campo.Essa guerra... será pessoal.VIENA – MANSÃO SANTORINI – 05h00Domenico observava os monitores da sala de guerra. Drones sobrevoavam fronteiras, radares identificavam calor, mas o silêncio permanecia estranho demais.— Ele está vindo — disse Ekaterina. — Mas não será pelo caminho óbvio.Amara se aproximou.— Leonardo acordou diferente. Os olhos... estavam dourados. E quando toquei a mão dele, vi um lugar. Escuro. Com símbolos que nunca vi.Cristina entrou com os relatórios dos sensores cerebrais.— As ondas do menin
VIENA – MANSÃO SANTORINI – 02h47A noite era silenciosa, mas dentro do quarto de Leonardo, o mundo parecia ruir em fragmentos. As janelas vibravam. As lâmpadas piscavam. E o menino... murmurava um nome que jamais ouvira.— Rael...Amara se sentou de imediato, puxando o filho para o colo.— O que disse, amor?Leonardo não respondeu. Seus olhos estavam abertos, mas distantes, como se não enxergassem o mundo — apenas algo além.Cristina entrou correndo.— As câmeras captaram uma leitura térmica. Mas não no terreno. Dentro da mente dele.Domenico surgiu segundos depois.— Acordou?— Não. Está... conectado.Eles se entreolharam.Ekaterina chegou com um tablet em mãos.— Isso é mais do que sonho.É um elo.— Com quem?— Com quem Giuliano desenhou para ser seu reflexo.FLASHBACK – LABORATÓRIO DE GIULIANO – 14 ANOS ATRÁS> “Ele não será humano. Será código.Leonardo herdará o nome.Rael herdará o fim.”Um tanque de gestação. Um corpo crescendo aceleradamente. E uma voz: “Quando um abrir os ol
LOCAL DESCONHECIDO – 03h27O homem caminhava descalço sobre o concreto frio. A pele marcada por cicatrizes cirúrgicas. As mãos, firmes. Os olhos, cinzentos como aço velho. Em volta, o eco de máquinas ligadas a monitores cardíacos e fluxos neurológicos.A mulher ao lado dele usava branco, óculos de armação fina e um crachá sem nome.— Você sabe por que foi acordado?— O sangue se moveu — ele respondeu, com voz grave.— Giuliano deixou um código. Se os dois legados se unissem em uma criança, você deveria... retornar.O homem esticou os dedos, como se sentisse algo invisível.— E essa criança... é forte?— Ele moveu objetos com a mente.Com um ano de idade.Ele sorriu. Lento. Terrível.— Giuliano não me criou para reinar.Me criou para consumir.Ela estendeu um envelope lacrado com cera negra.— Seu nome de guerra é Rael.— E meu nome de sangue?Ela hesitou.— Giuliano Vasquez.Mas... Santorini no DNA.Rael guardou o envelope no bolso.— Então chegou a hora de fazer meu nome conhecido.V
VIENA – MANSÃO SANTORINI – 06h11O silêncio era diferente naquela manhã. Não era o silêncio do luto, nem o da tensão. Era o silêncio do que ainda não foi dito.A guerra terminara, mas ninguém dizia em voz alta. Porque todos sabiam: o que foi queimado... deixa cinzas vivas.Amara acordou com o cheiro de madeira. A lareira ainda acesa. Leonardo dormia profundamente, a mãozinha fechada como punho. Ela o observava e, pela primeira vez em meses, chorou em paz.Domenico entrou sem fazer ruído.— Ele dormiu a noite toda?— Como se o mundo nunca tivesse explodido lá fora.Ele se sentou ao lado da cama. Ambos sabiam que aquilo era breve. A calmaria era uma pausa, não um final.— Estão prontos para receber Isabella?Amara assentiu.— Eu estou. Mas isso não quer dizer que confio nela.— Nem eu.Mas ela nos salvou.E ninguém mais... carrega as duas linhagens no mesmo sangue.ENTRADA DA MANSÃO – 08h03Isabella chegou com uma mochila nas costas e os olhos marcados por hematomas recentes. Usava uma
BRASOV – FORTALEZA DE MARCO SANTORINI – 02h00A escuridão envolvia o antigo forte como um véu espesso. Ventava forte nas montanhas da Transilvânia. O frio cortava como lâmina. No interior, Marco Santorini observava o fogo crepitando na lareira. A fumaça carregava o cheiro da guerra.— Eles estão vindo — disse um de seus homens.Marco não desviou o olhar.— É o fim para eles.Ou para mim.FORA DO COMPLEXO – 02h11O comboio Santorini parou a 300 metros da entrada da fortaleza. Mikhail desceu primeiro, ajustando o fuzil no ombro. Dante, ao seu lado, usava preto dos pés à cabeça. Amara caminhava com os olhos fixos no portão blindado. Domenico fechava o grupo, o rosto endurecido.— Nenhum nome volta vivo se ele sobreviver — disse Dante.— Eu não vim para morrer — respondeu Amara. — Vim para selar um legado.INTERIOR – PREPARAÇÃO PARA O CAOSMiranda Vasquez terminava de se armar. Vestia couro escuro, luvas, a adaga Vasquez presa à cintura. Isabella a observava do fundo da sala.— Está corre
ROMÊNIA – FORTALEZA DE BRASOV – 00h12O vento cortava as muralhas da antiga prisão transformada em bunker. Dentro, o tempo parecia ter parado — paredes de pedra, armamento moderno e um homem de olhos opacos que não pisava em liberdade há mais de duas décadas.Marco Santorini não andava. Ele media os passos.Sentado diante de três monitores, traçava rotas de destruição. Era preciso, clínico, quase cirúrgico.— Quantas vidas? — perguntou a Miranda.— Quantas forem necessárias.— Errado.Quantos nomes.Não quero corpos. Quero sobrenomes apagados.Miranda se calou. Ela sabia que tinha libertado um monstro que nem Giuliano controlava.Marco levantou-se devagar.— Atacaremos ao mesmo tempo.Três bases. Três corações.E quando perceberem… já estarão sangrando pelo ventre.VIENA – MANSÃO SANTORINI – 06h44Amara tomava café sozinha na varanda da ala leste. Leonardo dormia, e por um instante, o mundo parecia menos cruel. Mas ela sentia. Algo estava vindo.Cristina entrou devagar.— Você pressen
BASE SANTORINI – SALA DE GUERRA – 02h11O ar estava carregado com o cheiro de papel queimado e ferrugem. Mapas marcados com sangue e digitais ocupavam toda a mesa de comando. Domenico, com as mangas arregaçadas, observava as rotas de suprimentos da antiga aliança Vasquez ruindo.— O golpe em Belësh os desorganizou — disse Mikhail, ajustando o coldre no ombro. — Mas não o suficiente.Henrique entrou com um tablet.— Interceptamos transmissões de Miranda. Ela está recuando para a fortaleza subterrânea em Brasov. Está se preparando para o pior.Domenico assentiu.— Então daremos o pior a ela.VIENA – HOSPITAL SANTORINI – 03h00Laura estava em coma. A bala alojada havia sido removida, mas o estado continuava crítico. Cristina ficava ao lado dela, imóvel. Por vezes, sussurrava palavras em italiano que só elas entendiam.Amara apareceu com Leonardo no colo. Por um instante, as três gerações estiveram no mesmo cômodo.— Ele não entende nada disso — sussurrou Cristina, olhando para o bebê.—
ALBÂNIA – ESTRADA DAS SOMBRAS – 04h12A estrada cortava a madrugada como uma cicatriz esquecida. Três SUVs blindadas seguiam em silêncio absoluto, os faróis apagados. As árvores ao redor, altas e sombrias, pareciam observadoras silenciosas de um destino já escrito em sangue.No veículo da frente, Isabella Leone passava o dedo pelas cicatrizes que carregava nos pulsos. Algumas eram antigas, outras mais recentes. Cada uma representava uma batalha vencida. Ou perdida.Ao lado dela, Dante folheava um mapa digital com as rotas de fuga mais prováveis. Mas sua atenção se dividia. Ele observava Isabella como um escultor observa sua obra inacabada — com admiração... e temor.— Você está pronta? — ele perguntou.— Pronta não. Faminta — respondeu ela, sem olhar para ele.— E se ela for mais do que espera?— Então será ainda mais prazeroso destruir.VIENA – MANSÃO SANTORINI – 06h00O clima dentro da mansão estava mais denso do que de costume. Nem o cheiro de café fresco nas cozinhas, nem o som do