Vittorio Moretti a quer como esposa. Mas há outro Moretti observando… em silêncio. Isabella nunca imaginou que salvar os avós significaria assinar um contrato com o diabo — ou pior: casar-se com ele. Vittorio é frio, perigoso e absolutamente decidido. Quando a quer, não oferece um encontro. Oferece o sobrenome Moretti. Mas no mundo da máfia, o silêncio carrega segredos. Lorenzo Moretti, o primo silencioso, é o homem que nunca perde o controle. Até conhecê-la. Ele não deveria desejar a mulher prometida ao chefe. Mas cada olhar, cada gesto dela... é uma tortura que ele esconde atrás dos olhos frios. Agora, entre alianças forçadas, jantares sufocantes e toques proibidos, Isabella precisa escolher em quem confiar — ou se deve confiar em alguém. Entre o desejo declarado e o perigo calado, há uma mulher prestes a desmoronar dois impérios: o da máfia… e o do coração.
Ler maisPOV MAGNOS.
Uma doença caiu sobre o mundo sobrenatural. Não se sabe sua origem, mas sabemos suas consequências e seus alvos, nós os lycans, os lobisomens e os lobos. Minha raça está perdendo a capacidade de ter filhotes, machos e fêmeas estão ficando estéril a medida que o tempo passa.
Essa doença m*****a está querendo dizimar minha raça, pois uma matilha sem filhote é um presságio do fim. Para quem deixaremos nosso legado?O mundo dos lobos estava ruindo e em busca de solução, procuramos em várias partes do mundo. Minha alcateia é a mais forte e evoluída tecnologicamente entre todas as outras. Sou o alfa, o rei alfa dos lycans da alcateia Uivantes Negros. Mas muitos nos chamam apenas de Uivantes.
Evoluímos em conhecimentos antes das outras alcateias e antes dos humanos, esses nem sonham com nossa existência, há não ser aqueles que tem permissão, graças ao laço de companheirismo. Mas é uma coisa rara de acontecer, só aconteceu duas vezes em nossa história. E mesmo assim é visto por muitos como um mito. Pois os humanos não são bem vindos ao nosso mundo sobrenatural. Mas temos que respeitar a regra caso um humano seja companheiro de alma de um lobo. Os companheiros são sagrados, dados pela nossa deusa suprema Lua.
Mas voltando a doença, eu não sei porque estamos sendo castigados com ela, mas eu não deixarei minha alcateia morrer. Então nossos cientistas, tiveram a brilhante ideia de congelar os óvulos e espermatozoides para garantir a prosperidade. Assim, quando descobrirmos a cura poderemos ter nossos filhotes, por meio de fertilização em vitro.
Estamos sofrendo com essa doença há longos dez anos, nenhum filhote nasceu desde então. Nossas amostras estão sadias, o que é uma ótima notícia. Eu não sei como essa maldição funciona, mas vou vencê-la, pelo bem da minha alcateia.
Eu, Alfa Magnos, também tive que congelar minhas amostras, espero um dia ter filhotes com a minha companheira de segunda chance, quando ela aparecer.
A deusa da Lua me prometeu uma em sonhos, enquanto eu sofria pela perda.Eu tinha uma Luna, ela não aguentou o sofrimento de perder nosso filhote e tirou a própria vida. Tudo que sinto por minha ex companheira, é raiva e desprezo. Cátia foi fraca, não pensou na nossa alcateia, nem em quando se suicidou. Ela não pensou nas consequências em deixar uma alcateia sem uma Luna. Eu a odeio pela sua fraqueza e egoismo. Cátia, assim que cometeu suicídio, perdeu o direito de ter um funeral digno de um lycan. Mandei que a enterrasse num cemitério humano, pois ela não era mais digna de ficar juntos com os nossos mortos.
Quando essa m*****a doença apareceu, todas as fêmeas gravidas perderam seus filhotes, inclusive a minha fraca companheira, mas ao contrário da minha, nenhuma outra tirou sua vida. Tirar a vida é um grande pecado aos olhos da nossa deusa. Por esse motivo a deusa Luna me prometeu outra companheira muito especial, e desde então estou esperando.
Eu estava em meu escritório, resolvendo problemas de ataques de lobos solitários, além da doença, ainda tenho que lidar com esses vira latas. Meus dias são lidar com problemas da alcateia e também cuidar das empresas humanas que tenho. Pois é eu tinha que manter a alcateia de algum jeito, então fundei algumas empresas. E também tinha que garantir a segurança do meu povo, então com o dinheiro comprei uma propriedade do tamanho de metade do estado de Oregon, Estados Unidos. A propriedade fica em uma de suas florestas, a Creek. Minhas terras têm celo de reserva ambiental, nenhum humano tem permissão de entrar e meu povo pode viver tranquilo. Aqui no território da minha alcateia, tem mais quatro outras que vivem na área numa distância de quinhentos quilômetros. Essas alcateias são pequenas e vulneráveis, então permito que vivam nas minhas terras, desde que não interfiram nas minhas regras para a minha alcateia. Elas podem seguir as regras delas, eu não me importo.
Temos também as alcateias que vivem fora da minha área de cobertura, mas que estão sobre a minha proteção também. E é claro existem aquelas que são rivais, sempre tem um suicida querendo mexer comigo. Fui interrompido de meus pensamentos por batidas na porta.
— Entre. — Falei, meu beta Ivan entrou e não tinha uma cara nada boa. Se bem que ele tem sempre essa expressão de cruel. Mas ele é um fiel beta. Se não fosse já tinha lhe arrancado a cabeça.
— O que houve Ivan? — Já perguntei prevendo grandes problemas. Cosmo já estava impaciente em minha mente.
— Sinto muito alfa Magnos, mas alguém invadiu o Santuário e roubou as amostras do senhor. — Ivan falou e deu um passo para trás com a cabeça abaixada. Pude ouvir e sentir seu lobo apreensivo com a reação de Cosmo.
Lancei a mesa longe, e ela se espatifou na parede e ficou em vários pedaços. Foi um estrondo muito alto, eu ignorava se a alcateia inteira havia ouvido. Tudo que eu pensava era no meu sêmen que foi roubado, minha chance de ter filhotes um dia. Minha respiração estava descontrolada, minhas unhas começaram a crescer. Meu lobo Cosmo rosnou e queria despedaçar todos.
Meus ossos começaram a se estalar, eu podia sentir minha transformação acontecendo. Eu senti uma energia pulsando em meu corpo, uma força primal que clamava por liberdade. Respirei fundo e me concentrei em minha essência animal. Senti minha pele se rasgando, meus ossos se quebrando, meus músculos se expandindo. Respirei fundo com a dor e, ao mesmo tempo, com êxtase, enquanto meu corpo se moldava em uma nova forma. Cresci em altura e largura, meus braços e pernas se tornaram grossos e peludos, minhas mãos e pés se transformaram em garras afiadas, meu rosto se alongou em um focinho lupino, meus dentes se tornaram presas ameaçadoras, e meus olhos brilhavam com um fogo-selvagem. Eu tinha me tornado um crino, um lobisomem imponente e temível, pronto para enfrentar qualquer desafio.
Ivan se ajoelhou devido à minha dominância que estava a mil por consequência da minha raiva. Minha forma crinos tomou conta, metade lupina, metade homem. Um crino é uma forma híbrida entre humano e lobo, que alguns lycans podem assumir. É uma forma poderosa, feroz e intimidadora, que os lycans usam para combater seus inimigos ou defender seu território. Minha roupa estava destruída, meu corpo estava coberto de pelos. Alonguei meu corpo estalando os ossos e colocando eles nos seus devidos lugares.
— Vou matar quem ousou pegar o que é meu. — Falei com a minha voz monstruosa, resultado da minha voz e a do Cosmo misturada. Sai do escritório e senti Ivan vindo atrás, mas ele mantinha uma distância segura. Todos pelo caminho foram se ajoelhando e se encolhendo de medo. Pois eu só usava essa transformação quando tínhamos uma caso muito grave. Eu não sou um ser bom, eu sou cruel e sádico, e só piorei com a morte da minha ex companheira traidora, mas sou um alfa justo. Agora com quem entra no meu caminho, eu posso ser cruel ao dobro e alguém morrerá hoje. Já fazia um tempo que não comia uma carne de traidor.
Isabella desabou num sono profundo, rendida, aninhada contra o peito de Vittorio como se fosse a última âncora em meio à tempestade. Seu corpo ainda vibrava com o êxtase que ele lhe proporcionara, as marcas do prazer tão vívidas quanto as lembranças que incendiavam a mente dele. Vittorio a observou em silêncio, os olhos cravados no rosto angelical da mulher que agora carregava seu nome, sua promessa. Ela era dele. Cada suspiro, cada arrepio, cada lágrima derramada entre os lençóis — tudo, absolutamente tudo, pertencia a ele.Com cuidado, afastou-se, levantando-se da cama como uma fera que se desvencilha do calor de sua presa. A necessidade ardia sob sua pele como fogo líquido. Seus músculos estavam tensionados, o desejo ainda rugia dentro dele, insaciável. Entrou no banheiro e ligou o chuveiro, deixando a água quente escorrer por seu corpo — mas nem mesmo aquele calor era suficiente para domar o inferno que Isabella havia acendido.O pensamento dela era um veneno doce. Sua pele, seu go
A notícia sobre Ginevra se espalhara como fogo em pólvora. O império de Vittorio fora abalado por aquele segredo revelado, uma peça do quebra-cabeça que Ricci talvez estivesse manipulando nos bastidores. Isabella observava a tempestade se formar ao redor dele, mas era a que queimava dentro dele que a preocupava mais.Ele era um turbilhão de sentimentos. Proteger sua família, manter seus negócios, enfrentar ameaças constantes... tudo parecia desmoronar. E, acima de tudo, a ideia de quase perder Isabella—de vê-la à mercê de algo tão cruel—o consumia. Ele não acreditava que pudesse sentir tanto, mas agora tudo parecia diferente. O que era aquilo que crescia dentro dele?Nunca desejara uma mulher daquela forma. Nunca experimentara um desejo tão avassalador, misturado à necessidade de cuidar, de proteger. Era mais do que posse. Era algo que ele não sabia nomear.Quando ele entrou no quarto naquela noite, sua presença era uma tempestade prestes a explodir. Seu olhar escuro reluzia entre a fú
A noite caía sobre a mansão, trazendo consigo um silêncio pesado. Isabella caminhava pelos corredores, os dedos roçando as paredes de mármore frio. A prova do vestido a deixara exausta, mas sua mente não descansava. Alguém dentro daquela casa queria sua morte. Alguém que sorria para ela, que fingia lealdade.Ela parou diante da porta do escritório de Vittorio. A luz fraca vazava por baixo da porta, e as vozes abafadas do lado de dentro a fizeram hesitar.— Você está certo disso? — A voz de Luca era tensa.— Não há dúvidas. — Vittorio respondeu, o tom cortante. — Paolo estava se comunicando com Ricci. Temos as mensagens.Isabella segurou a respiração. Paolo. Um dos guardas pessoais de Vittorio. Um homem que a cumprimentava todas as manhãs com um sorriso.— E Carmine?— Inocente. Pelo menos nisso. Vittorio fez uma pausa. — Mas há mais.O som de papéis sendo revirados.— A mulher que Isabella ouviu na despensa... Luca hesitou. — Você acha que pode ser...— Não diga esse nome. A voz de Vit
Isabella estava sentada diante do espelho de um dos salões da mansão, observando o reflexo de uma mulher que quase não reconhecia. Seus olhos carregavam o peso dos últimos dias, mas seu corpo estava imóvel, permitindo que Helena, a irmã de Vittorio, ajustasse os últimos detalhes da prova do vestido de noiva.Helena era jovem, com traços delicados e um olhar carregado de uma sabedoria precoce. Ao contrário de Isabella, que agora se via presa em um casamento arranjado, Helena ainda não havia sido prometida a ninguém. Mas sabia que esse dia chegaria. Dentro da Famiglia, mulheres eram frequentemente tratadas como alianças, entregues como moedas de troca para fortalecer laços entre os poderosos. E esse destino a assombrava mais do que qualquer coisa.— Você está linda, cara mia — Helena disse, com um sorriso suave, enquanto prendia uma das alças do vestido. — Mas sua expressão diz que está a quilômetros daqui.Isabella forçou um sorriso, mas não conseguiu sustentá-lo por muito tempo. Suspir
A mansão estava silenciosa, mas a tensão no escritório de Vittorio era sufocante. As cortinas pesadas bloqueavam a luz da manhã, deixando o ambiente mergulhado em sombras. Sobre a mesa de mogno, papéis espalhados e um copo de uísque intocado ao lado de um revólver carregado diziam muito sobre o estado de espírito de Vittorio Moretti.Luca estava de pé, os braços cruzados, observando o chefe com cautela. Ele conhecia aquele olhar. Vittorio estava no limite, e quando ele ficava assim, sangue era derramado.— Precisamos agir rápido — Luca disse, quebrando o silêncio. — Se há empregados envolvidos, eles sabem que Isabella ouviu. Vão tentar silenciá-la antes que a gente os pegue.Vittorio passou a mão pelo queixo, os olhos fixos em um ponto distante.— E é exatamente isso que eu quero que tentem. Quero que se sintam seguros o bastante para dar um passo em falso. Assim, vamos esmagá-los.Luca assentiu, compreendendo o plano. Eles não podiam simplesmente sair interrogando os empregados. Isso
A luz da manhã filtrava-se suavemente pelas cortinas, tingindo o quarto com tons dourados. Isabella piscou devagar, ajustando-se à claridade. Seu corpo ainda estava quente, envolto pelo calor da noite passada, mas sua mente já pesava com a realidade que a aguardava.Ela virou a cabeça lentamente e encontrou Vittorio ao seu lado, dormindo profundamente. Pela primeira vez, ele parecia vulnerável, a expressão relaxada, os traços severos suavizados pelo sono. Isabella ficou observando-o por um momento, permitindo-se sentir algo que não sabia nomear. Segurança. Desejo. Medo.O que aconteceu entre eles na banheira ainda queimava em sua pele, mas a sensação se misturava ao peso das verdades que precisavam ser ditas. O casamento estava próximo. A prima notte seria exigida. E, além disso, havia a conspiração.Seu peito apertou. Ela precisava contar a ele.Com cuidado, ela deslizou para fora da cama, vestindo um robe leve antes de caminhar até a janela. A cidade se estendia à sua frente, mas a s
Último capítulo