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Capítulo 5 – A Primeira Ameaça

LAURA

A manhã parecia tranquila. Os raios do sol invadiam o quarto com doçura, e por um breve instante, Laura se iludiu com a ideia de que estava tudo bem. Estava na mansão de Dominick há três dias, desde que o colar ensanguentado havia sido entregue como ameaça.

Três dias em silêncio. Três dias trancada. Três dias com seguranças armados em cada canto, como se ela fosse uma princesa aprisionada numa fortaleza.

Mas não era conto de fadas. Era guerra.

Ela se levantou, vestiu uma camisa de Dominick, larga em seu corpo, e desceu para a sala. Lá estava ele, como sempre, de pé, com uma expressão carregada de tensão.

— Bom dia — disse ela, tentando parecer firme.

Dominick a olhou como se estivesse contando mentalmente quantas formas o mundo podia matá-la.

— Alguma coisa errada? — ela insistiu.

Ele hesitou antes de responder.

— Lorenzo movimentou homens esta madrugada. Estavam a duas quadras daqui. Um dos nossos os interceptou. Mas... isso só prova uma coisa.

— Eles estão vindo.

— Eles estão perto demais.

Laura engoliu seco.

— E você vai fazer o quê?

Dominick se aproximou, colocou as mãos em seu rosto com delicadeza que contrastava com o homem frio e letal que todos temiam.

— O que for preciso. Você está segura aqui. Eu prometo.

Ela sorriu, mas não havia paz naquele sorriso.

Porque no fundo, sabia: nada estava seguro.

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LORENZO LOMBARDI

— Ele está trancado com ela em sua mansão, cercado por seguranças. Mas ainda assim... com ela.

Lorenzo observava as imagens transmitidas pelos seus informantes. Laura sorrindo para Dominick. Dominick tocando seu rosto. Aquilo o enfurecia.

— O rei está distraído — disse, derrubando o copo no chão. — Hora de derrubar a torre.

— E o plano? — perguntou um dos capangas.

Lorenzo sorriu.

— Mandem Miguel. Disfarçado. Entrem como fornecedores de vinho. O suborno já foi feito. Um segurança nosso abrirá a entrada de serviço.

— E a garota?

— Quero ela tremendo de medo. Não a matem... ainda.

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DOMINICK

Era quase fim de tarde quando Henrique entrou às pressas no escritório.

— Temos um problema. Uma brecha.

Dominick levantou os olhos, os músculos tensos.

— Fala.

— Um dos novos seguranças, Matteo. Foi subornado. Deixou um caminhão de “entrega” entrar pela entrada de serviço. Está lá agora mesmo, no pátio dos fundos.

Dominick saiu correndo.

A casa estava silenciosa. Silêncio demais.

Sacou sua arma. Sinais da equipe tática estavam apagados. A comunicação caiu há dois minutos. Era uma emboscada.

— Laura! — ele gritou.

Subiu as escadas de dois em dois degraus. Ouviu um grito abafado.

No quarto, a porta estava entreaberta.

Entrou.

Dois homens estavam ali. Um segurava Laura pela cintura, a mão cobrindo sua boca. O outro vasculhava o ambiente, procurando por algo. Armas. Dispositivos. Câmeras.

Dominick atirou sem hesitar. Um tiro direto no joelho do primeiro. O homem caiu gritando. O segundo tentou sacar a arma — tarde demais.

Um disparo limpo no peito.

Laura gritou ao se ver livre. Tremia dos pés à cabeça. Dominick a envolveu nos braços, seu coração batendo rápido como nunca.

— Shhh... tá tudo bem. Eu tô aqui. Eu tô aqui, Laura...

Ela chorava, mas tentava manter a dignidade. Seus olhos estavam assustados, mas fortes.

— Eles... eles estavam aqui, Dominick. Dentro da casa...

— Eu sei. E isso não vai acontecer de novo. Eu juro por Deus.

Henrique e outros homens entraram, armados, tarde demais para o tiroteio, mas a tempo de ver o estrago.

— Matteo? — Dominick perguntou.

— Fugiu pelos fundos. Mas já temos homens atrás dele.

Dominick pegou o celular, fez uma ligação rápida.

— Quero Lorenzo vivo. Mas tragam um pedaço dele primeiro.

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LAURA

Mais tarde, após o choque, ela estava no quarto com um médico cuidando de pequenos cortes e hematomas em seu braço, onde fora segurada com força. Dominick observava cada movimento.

— Você vai ficar com cicatrizes?

— Nada permanente — respondeu o médico.

Dominick se aproximou e segurou sua mão com força.

— Me desculpa. Eu falhei com você.

Laura negou com a cabeça.

— Você salvou minha vida. De novo.

— Isso não deveria ter acontecido. Nem uma, nem duas vezes.

— Dominick...

— Você precisa ir embora. Pra outro país. Paris, talvez. Um lugar onde ninguém te conheça. Eu pago tudo. Um apartamento. Segurança. Mas você tem que sair desse jogo.

Ela o encarou.

— E você?

— Eu vou terminar o que comecei.

— E depois?

Silêncio.

— Depois... eu venho te buscar.

Ela suspirou. Queria acreditar nisso. Mas algo lhe dizia que o “depois” talvez nunca chegasse.

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LORENZO

— Ele matou dois dos meus. E ainda teve a audácia de deixar um com vida pra mandar recado.

Lorenzo falava com o pai, Enrico Lombardi, um homem velho, de olhar frio como gelo.

— Você brincou com fogo, Lorenzo. Santorini é diferente dos outros. Você mexeu com o coração dele. E homens como ele... quando sangram, arrastam o mundo com eles.

— Eu não tenho medo dele.

— Então deveria ter.

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DOMINICK

No fim da noite, após garantir que a segurança estava reforçada, Dominick voltou para o quarto. Laura dormia. Pálida. Trêmula mesmo em repouso. A fragilidade dela era uma ferida aberta nele.

Sentou-se ao seu lado.

— Eu te amo — disse baixinho.

Era a primeira vez que dizia aquilo a alguém.

E sabia que, ao amá-la... estava assinando sua sentença.

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