VIENA – MANSÃO SANTORINI – 06h11
O silêncio era diferente naquela manhã. Não era o silêncio do luto, nem o da tensão. Era o silêncio do que ainda não foi dito.
A guerra terminara, mas ninguém dizia em voz alta. Porque todos sabiam: o que foi queimado... deixa cinzas vivas.
Amara acordou com o cheiro de madeira. A lareira ainda acesa. Leonardo dormia profundamente, a mãozinha fechada como punho. Ela o observava e, pela primeira vez em meses, chorou em paz.
Domenico entrou sem fazer ruído.
— Ele dormiu a noite toda?
— Como se o mundo nunca tivesse explodido lá fora.
Ele se sentou ao lado da cama. Ambos sabiam que aquilo era breve. A calmaria era uma pausa, não um final.
— Estão prontos para receber Isabella?
Amara assentiu.
— Eu estou. Mas isso não quer dizer que confio nela.
— Nem eu.
Mas ela nos salvou.
E ninguém mais... carrega as duas linhagens no mesmo sangue.
ENTRADA DA MANSÃO – 08h03
Isabella chegou com uma mochila nas costas e os olhos marcados por hematomas recentes. Usava uma