DOMINICK
Chovia forte naquela madrugada.
O céu de Milão estava coberto por nuvens espessas, e o cheiro de maresia misturado com o de óleo industrial criava uma atmosfera carregada no cais 14. As luzes da zona portuária tremeluziam como se previssem o que estava prestes a acontecer.
Dominick Santorini estava parado ao lado de um contêiner, vestindo um sobretudo preto. Ao seu lado, Henrique verificava os últimos dados no tablet. Homens armados cercavam a área.
— Os carregamentos de Lorenzo vão sair em trinta minutos. Temos três caminhões prontos para interceptar — disse Henrique.
— Os homens foram instruídos a não matar?
— Apenas se forem atacados. Seu aviso foi claro: sem sangue desnecessário.
Dominick acendeu um cigarro. O rosto molhado pela chuva, os olhos verdes fixos no horizonte.
— Hoje não é só sobre interceptar. Hoje é pra ele entender que eu posso tomar o que quiser… e quando quiser.
O barulho de motores ecoou à distância.
Caminhões se aproximavam do ponto de carga, liderados p