DOMINICK
O relógio marcava 18h45.
A mansão Santorini estava mais movimentada do que o habitual. Funcionários apressavam-se pelos corredores, preparando o salão principal para o jantar que reuniria os principais capos aliados de Dominick — uma tradição antiga, mantida sob os códigos silenciosos da máfia.
Mas aquela noite não seria apenas sobre vinho e diplomacia.
Seria uma armadilha.
Dominick sabia disso. E por isso, cada passo era cuidadosamente calculado. Cada guarda posicionado nos pontos estratégicos. Cada garrafa de vinho inspecionada. Cada garfo, contado.
No andar superior, ele vestia sua camisa preta ajustada, gravata fina, blazer de veludo e seu inseparável relógio de ouro herdado do pai. Olhava-se no espelho com o mesmo olhar de sempre: sereno por fora, mas com tempestades dentro.
Laura apareceu na porta do closet. Vestia um vestido longo vinho, justo no corpo e com fenda alta na perna esquerda. O cabelo preso num coque sofisticado. Maquiagem suave, mas com os olhos marcados.