DOMINICK
A mansão estava mergulhada em silêncio. Um silêncio desconfortável, quase profético. O tipo que precede tempestades.
Dominick Santorini estava de pé diante da grande lareira da sala de guerra, com os braços cruzados, o olhar perdido nas chamas. A notícia da emboscada no porto ainda martelava sua cabeça — não pela perda material, mas pela verdade amarga por trás dela:
Alguém o havia traído.
— Todos os seus homens diretos passaram pelo crivo de segurança? — perguntou ele sem virar o rosto.
Henrique, sentado à mesa ao fundo, consultava um dossiê digital.
— Todos. Cruzamos dados, comunicações, contas bancárias... Nada aparente.
— E o segurança que desapareceu logo após o ataque?
— Matteo Rossi. Passou no rastreio. Histórico limpo. Entrou há dois meses, recomendado por...
Henrique parou. Franziu o cenho.
— Por Enzo.
Dominick se virou devagar.
— O Enzo que está com a gente há dezoito anos?
— Sim.
— Que salvou minha vida três vezes?
— Esse mesmo.
Silêncio.
— Chama ele. Agora.
Minuto