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ASCENSÃO DOS SANTORINI
ASCENSÃO DOS SANTORINI
Por: ISIS AUTORA
Capítulo 1 – O Encontro

DOMINICK

A cidade estava mergulhada em uma névoa quente e sufocante. As luzes refletiam no para-brisa do carro enquanto Dominick Santorini cortava a noite silenciosa de Milão. Aos trinta e três anos, ele era mais do que um nome poderoso: era um império de ferro e sangue. Empresário brilhante à luz do dia. Chefe da máfia italiana nas sombras. Frio. Calculista. Indomável.

Relações? Inúteis. Amor? Uma ilusão que custava caro. Para Dominick, prazer era uma distração temporária, um alívio físico que se desfazia antes do amanhecer.

Naquela noite, o mundo parecia mais cinza. Um contrato milionário escapara por entre seus dedos. E o motivo? Uma condição absurda: o patriarca da família Lombardi exigira que ele se casasse com a filha como cláusula final da negociação.

Inaceitável.

Acelerou o carro até parar em frente à fachada escura da boate Inferno, seu refúgio pessoal. Eram pouco mais de oito da noite. O local ainda estava silencioso. Subiu diretamente para seu escritório no andar superior. Lá, encontrou Henrique Coppola — seu sócio e o único homem em quem confiava.

— Parece que um caminhão te atropelou — comentou Henrique, sentado no sofá de couro, com um copo de uísque na mão.

Dominick não respondeu. Apenas caminhou até o bar particular, serviu-se de um uísque duplo, tragou fundo um charuto cubano e sentou-se. Os olhos estavam sombrios, carregados de raiva contida.

— Vai me contar ou quer que eu adivinhe?

Ele girou o copo entre os dedos antes de dizer:

— O contrato com os Lombardi foi para o inferno.

Henrique se ajeitou, surpreso.

— O quê? Mas ontem o velho estava bajulando você... o que deu errado?

Dominick soltou uma risada amarga.

— Ele queria me casar com a filha. Disse que só assina se eu oficializar a união.

Henrique assobiou, incrédulo.

— Que merda... Mas os navios deles são perfeitos. Ninguém desconfiaria de uma empresa de turismo transportando armas.

— Exato. Seria o disfarce ideal.

— E agora? Vai recusar?

Dominick bateu o copo vazio com força na mesa.

— Eu não me vendo. E muito menos me amarro a uma mulher só para fechar negócio.

Henrique riu, erguendo as mãos.

— Calma, chefão. Só estava pensando alto...

Mas Dominick não sorria. Seus olhos ardiam com o fogo de alguém que odiava ser controlado. O acordo era perfeito — exceto pela armadilha emocional embutida.

E ele não era um homem que se deixava prender.

---

Três horas depois, o cenário havia mudado completamente.

A boate Inferno agora pulsava como um coração enlouquecido. Música alta, luzes vermelhas, corpos dançando com desejo. Dominick desceu com Henrique para a pista, o olhar vagando entre rostos e vestidos com o mesmo tédio habitual... até que seus olhos cravaram em alguém.

Não uma mulher como as outras. Ela.

Cabelos castanhos longos, pele clara, olhos grandes e assustados, como se aquele não fosse seu mundo. Usava um vestido azul simples, mas havia algo... magnético. Uma delicadeza desconectada da selvageria ao redor.

Henrique a notou também, rindo enquanto sussurrava:

— A de vestido azul parece perdida. A morena ao lado é minha, mas aquela... ela tem cara de problema bom.

Dominick não respondeu. Apenas observava. Havia algo em Laura que o fazia esquecer o ruído. Algo inexplicável. Instintivo.

Ele a queria.

---

LAURA

Laura Bianchi odiava lugares cheios, mas ali estava ela — afogada em luzes e barulho, cercada por corpos que pareciam pertencer a outra dimensão. Sua melhor amiga, Cristina, a arrastara para a comemoração.

— Você passou na faculdade, Laura! Vai ter seu emprego, sua liberdade. Hoje, você vive!

A frase ainda ecoava em sua mente.

Ela tentou sorrir, sentada no balcão. Pediu um refrigerante.

Cristina a encarou como se ela fosse de outro planeta.

— Você vai tomar champanhe! — disse, entregando a taça espumante.

Laura aceitou, timidamente. O sabor doce e estranho invadiu sua boca enquanto tentava relaxar. Dançaram juntas por um tempo. Riram. Pela primeira vez em meses, Laura se permitiu existir.

Mas a ilusão durou pouco.

Na pista, um homem a agarrou por trás. Suas mãos invasivas a fizeram se enrijecer. Ela tentou se afastar, mas ele riu, ignorando seus protestos.

— Me solta! — gritou, se debatendo.

Ele a segurou pelo pescoço, com força.

O coração de Laura disparou. As luzes giraram. O pânico a consumiu.

Cristina gritava por socorro, mas os outros apenas assistiam. Até que ele apareceu.

Um estrondo. Um soco.

O agressor foi lançado para o chão como um boneco. O silêncio se espalhou ao redor. Um homem alto, de expressão assassina, dominava o ambiente. Os olhos escuros e intensos cravaram nos dela.

— Você está bem?

A voz dele era grave, firme, com uma autoridade que fazia seu corpo inteiro vibrar.

Laura apenas assentiu, muda.

Henrique apareceu, sorrindo nervoso.

— Mil desculpas pelo incidente. Sou Henrique, um dos donos. E esse é Dominick... o homem que salvou sua amiga.

— Eu sou Cristina. Essa aqui é Laura — respondeu a amiga.

Henrique continuou:

— Por que não sobem para a área VIP? Vai ser mais seguro. Bebidas por nossa conta.

Laura hesitou, mas Cristina aceitou por ambas. No lounge privativo, ela se sentou ao lado de Dominick. Ele não falou muito. Só observava. O silêncio dele era mais eloquente que mil palavras.

E Laura... sentia algo crescer dentro de si.

Uma tensão desconhecida. Um arrepio que não vinha de medo, mas de fascínio. Ela não sabia quem ele era. Mas seus instintos diziam uma única coisa:

Aquele homem era perigoso.

E, de algum modo, isso só a fazia querer conhecê-lo mais.

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