LOCAL DESCONHECIDO – 03h27
O homem caminhava descalço sobre o concreto frio. A pele marcada por cicatrizes cirúrgicas. As mãos, firmes. Os olhos, cinzentos como aço velho. Em volta, o eco de máquinas ligadas a monitores cardíacos e fluxos neurológicos.
A mulher ao lado dele usava branco, óculos de armação fina e um crachá sem nome.
— Você sabe por que foi acordado?
— O sangue se moveu — ele respondeu, com voz grave.
— Giuliano deixou um código. Se os dois legados se unissem em uma criança, você deveria... retornar.
O homem esticou os dedos, como se sentisse algo invisível.
— E essa criança... é forte?
— Ele moveu objetos com a mente.
Com um ano de idade.
Ele sorriu. Lento. Terrível.
— Giuliano não me criou para reinar.
Me criou para consumir.
Ela estendeu um envelope lacrado com cera negra.
— Seu nome de guerra é Rael.
— E meu nome de sangue?
Ela hesitou.
— Giuliano Vasquez.
Mas... Santorini no DNA.
Rael guardou o envelope no bolso.
— Então chegou a hora de fazer meu nome conhecido.
V