Ascensão dos Santorini: O Herdeiro Final mergulha na escuridão sedutora do submundo europeu, onde o trono da máfia não é herdado… é conquistado com sangue. Vinte anos após o reinado implacável de Dominick e Domenico, um novo nome ergue-se no império Santorini: Leonardo, herdeiro final e promessa de um domínio ainda mais cruel. Frio, estratégico e letal, ele governa Viena com punho de ferro. Mas o poder absoluto tem um preço — e ele chega na forma de uma mulher marcada por vingança. Isadora Vasquez, filha do último inimigo vivo da família Santorini, é capturada após uma invasão ousada. Bela, perigosa e orgulhosa, ela é tudo o que Leonardo foi treinado para destruir... e tudo o que seu instinto mais selvagem deseja dominar. Entre alianças quebradas, pactos mafiosos e uma paixão proibida que ameaça incendiar dois impérios, Leonardo precisará decidir: manter sua coroa ou queimar o mundo por ela. Porque no universo dos Santorini, o amor é só mais uma arma. E o último herdeiro... é o mais letal.
Ler mais– O Caderno Que Não Era de Ninguém)MONTAGNE – CASA PEQUENA ENTRE PEDRAS – 06h50Era uma construção simples.Pedras cinzas.Janelas largas.Silêncio por dentro.Riel acordava cedo.Fazia chá.Observava a luz entrando.Nenhum compromisso.Nenhuma espera.Apenas… presença.Sobre a mesa, um caderno novo.Capa crua.Páginas limpas.A última que ele ainda não havia escrito.—FLASHBACK – DOMENICO, DIÁRIO TRANCADO> “Escrevi para o mundo.Para a história.Para a função.Mas nunca escrevi… só para mim.”—MONTAGNE – 07h12Riel abre a primeira página.Escreve:> “Hoje ninguém me espera.Hoje… só estou.”Ele pausa.Bebe o chá.O mundo, pela primeira vez, não exige dele nada.Ele continua:> “Tentei por muito tempo ser ponte, raiz, abrigo.E agora que sou apenas homem…estou aprendendo a ser semente.”—TARDE – CAMINHADA ENTRE PEDRASEle anda.Sozinho.Toca a parede de uma casa.Sorri para um cão que passa.Escuta o som do rio.Tudo simples.Mas intenso.—NOITE – SEGUNDA PÁGINA> “Hoje ningué
– A Criança Que Queria Escolher)GENEBRA – CASA DE ESCUTA – 07h02A manhã era de neblina leve e chão úmido.Riel organizava a sala quando ouviu batidas leves na porta.Abriu.Era um menino.Dez anos, no máximo.Sapatos gastos.Olhar direto.— Você é o homem que não manda?Riel sorriu.— Sou o que escuta.O menino assentiu.— Então posso perguntar?— Sempre.—SALA DE ENCOSTO – 07h18Sentaram lado a lado.O menino abriu uma pequena mochila e tirou um caderno.— Minha mãe diz que você salvou o silêncio.Riel não respondeu.Esperou.— Mas eu queria saber…— como se escolhe o que se sente?— Porque às vezes eu sinto muito.— E outras vezes… nada.Riel fechou os olhos por um segundo.— E quem te ensinou que precisava escolher?— Ninguém.— É que… parece que todo mundo já sabe.Menos eu.—FLASHBACK – RAVENA, ÚLTIMA ANOTAÇÃO> “Se um dia uma criança perguntar como se sente…não ensine.Só fique.E sinta com ela.”—GENEBRA – JARDIM DAS VOZES – 09h00Riel levou o menino até uma pequena muda
– Aqueles Que Vieram Sem Nome)GENEBRA – CASA DE ESCUTA – 06h40Riel estava sozinho, como de costume, quando a primeira chegou.Uma mulher de meia-idade, rosto duro, mãos trêmulas.— Não quero conselhos — disse ela.— Só… queria que alguém me visse como ainda sou.— Mesmo sem saber mais quem fui.Riel não perguntou nada.Apenas puxou uma cadeira.E ficou.—DIA 2 – NOVOS PASSOSChegou um garoto. Treze anos.Sem sapatos.Sem fala.Mas com os olhos cheios de tudo que nunca disseram a ele.Depois uma idosa, carregando uma caixa com bilhetes que ninguém leu.E então… mais um.E outro.E outro.Não seguidores.Não peregrinos.Apenas… histórias.—FLASHBACK – DOMENICO, 43 ANOS> “Quando o mundo cansar de buscar líderes…ele vai buscar presenças.E quem tiver coragem de ficar, mesmo sem prometer…vai ser lembrado como o novo verbo.”—GENEBRA – SALA CENTRAL – 11h12Riel os escutava, um por um.Não havia filas. Nem ordem.Apenas o tempo que cada um precisava para não se calar.Uma jovem escre
– Quando o Sangue Volta com Outro Nome)GENEBRA – CASA DE ESCUTA – 05h58A manhã ainda estava azul escuro quando a porta principal foi tocada.Riel, que já estava acordado, desceu sem pressa.Abriu.Um jovem.Roupas simples. Cabelo escuro preso atrás.Mas os olhos…Verdes. Exatamente como os de Dominick.Mas sem o peso.Sem o comando.Apenas… espera.— Você é Riel? — perguntou o jovem.Riel assentiu.— Eu não vim por causa de você.— Vim por causa de mim.E entregou um envelope.—FLASHBACK – DOMENICO, 42 ANOS> “Se um dia alguém bater à tua porta com o teu sangue no rosto…escuta antes de negar.Pode ser eco.Pode ser culpa.Mas pode ser…semente.”—GENEBRA – SALA DE ESCUTA – 06h21Riel abriu o envelope.Uma certidão.Ano: 2008.Nome da mãe: Alessa Moré.Nome do filho: Cael.Pai não registrado.Abaixo, manuscrito:“Ele nunca soube que eu existia.Mas o nome dele…sempre existiu em mim.”Riel olhou para o jovem.— Você acha que carrega Santorini?— Não.— Eu carrego… o que ele não te
– O Homem Que Não Sentia)GENEBRA – CASA DE ESCUTA – 06h17Riel chegou antes do sol. A sala ainda cheirava a madeira úmida e papel antigo. Ele acendia a vela do centro quando ouviu os passos.Não eram hesitantes.Eram calculados.Entrou um homem alto, de rosto limpo, olhos cinzentos.— Você é o que escuta? — perguntou.Riel assentiu.— E você é o que nunca falou?O homem não sorriu.Apenas sentou.—FLASHBACK – RAVENA, CADERNO DE ESTUDOS> “Alguns seres não foram educados para o sentir.Foram adestrados para sobreviver.Ensinar-lhes emoção não exige fala…exige presença que não desiste.”—GENEBRA – SALA VAZIA – 06h41— Qual seu nome? — perguntou Riel.— Não uso. Só me chamavam quando era necessário.— Posso te chamar de algo?O homem refletiu.— Chame-me de Som.— Porque, pelo que dizem, é o que falta em mim.—PRIMEIRO DIA – OBSERVAÇÃORiel não perguntou. Não instruiu.Apenas deixou Som estar.Ofereceu chá. Uma manta. Um espaço ao lado.Nada foi dito.E mesmo assim…quando Som saiu
– O Primeiro Passo Sem Herança) GENEBRA – 05h44 A cidade acordava com mais névoa do que luz. Riel saía de casa sem anéis. Sem escolta. Sem sobrenome visível. No peito, carregava apenas um pequeno broche com um símbolo recém-criado: um traço curvo aberto, como uma concha. Silêncio que acolhe. Ao cruzar a rua, ouviu alguém sussurrar: — É ele. — O que renunciou ao nome. Riel apenas assentiu com o olhar. Sem orgulho. Sem culpa. — CASA DE ESCUTA – 07h00 No centro da nova sala, uma criança perguntou: — Você é o filho de quem, agora? Riel respondeu, sem hesitar: — De quem me escutou primeiro. A frase não era resposta. Era fundação. — FLASHBACK – DOMENICO, 35 ANOS > “A gente nasce filho de nomes. Mas morre… sendo pai das escolhas que teve coragem de fazer.” — VIENA – CÍRCULO DE RECONSTRUÇÃO – 10h22 Riel foi chamado como observador, não líder. Grupos reconstruíam zonas devastadas com foco em memória comunitária: estatuetas feitas de argila com olhos fechados e ouvido
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