Giulia Ricciardi sempre soube que seu destino estava preso às rígidas expectativas de seu pai, o impiedoso Domenico Ricciardi, chefe de uma poderosa máfia europeia disfarçada de uma empresa de construção. No entanto, ela guarda um segredo: uma paixão ardente e proibida por Lorenzo, o chefe de segurança mais confiável e implacável de seu pai. A atração entre eles sempre foi inegável, mas Giulia nunca ousou se entregar a esse amor, temendo as consequências devastadoras que poderiam vir da rejeição de Lorenzo ou da fúria de seu pai. Lorenzo, por sua vez, carrega um passado sombrio e um segredo ainda mais profundo. Criado em uma família humilde, ele é um homem frio e calculista, que nunca acreditou no amor, considerando-o uma fraqueza. Ele se mantém distante de Giulia, acreditando que ela está fora de seu alcance, mas a conexão entre eles é impossível de ignorar. No entanto, ele não sabe que seu destino está prestes a ser mudado de maneira irreversível: a verdade sobre sua origem e sua herança que pode mudar tudo que ele construiu. Enquanto os dois lutam contra o desejo e os segredos que os cercam, uma paixão quente e perigosa ameaça desmoronar tudo o que Giulia e Lorenzo conhecem. Mas, em um mundo onde traição e lealdade andam de mãos dadas, nenhum dos dois sabe em quem pode confiar. O que começou como um amor proibido pode, finalmente, se tornar uma guerra de lealdades, onde os sentimentos e os segredos de cada um poderão ser sua ruína ou redenção.
Ler maisGiulia Ricciardi
Passei os dedos pelo tecido macio do vestido vermelho, admirando como ele caía perfeitamente em meu corpo. Longo, elegante, com uma fenda lateral que mostrava parte da minha perna e uma abertura nas costas que revelava minha tatuagem delicada — uma flor de lótus que eu fizera em um impulso, como uma pequena forma de expressão pessoal. Era sensual, mas nada vulgar. Papà nunca aceitaria algo vulgar.
O reflexo no espelho me devolvia uma imagem que eu sabia interpretar bem. Filha de Domenico Ricciardi, poderosa, graciosa, uma Ricciardi em todos os sentidos. Mas, no fundo, eu ainda era apenas Giulia, uma mulher de 26 anos que conhecia cada canto desse universo de luxo e perigo, mas que, às vezes, desejava um pouco mais.
O som da música e das vozes subia do andar de baixo, onde a festa estava em pleno andamento. Papà fazia questão de comemorar cada vitória, e esta era uma das maiores: um novo território conquistado, um passo a mais para solidificar o poder da nossa família.
Havia um certo orgulho em ser parte disso. Nós, Ricciardi, éramos uma família unida. Marco, meu irmão mais velho, era o herdeiro óbvio do legado de Papà, enquanto Francesca, minha irmã caçula, vivia com uma leveza que eu admirava. Mamà sempre nos ensinou a sermos gratos pelo que tínhamos, e eu realmente era. Ainda assim, havia momentos em que me perguntava se algum dia teria liberdade para escolher por mim mesma.
Toquei minha tatuagem, sentindo a textura suave da pele. A flor de lótus era meu pequeno segredo, algo que Papà nunca aprovaria, mas que me fazia lembrar que eu ainda tinha controle sobre algumas partes de quem eu era.
Uma batida na porta interrompeu meus pensamentos.
— Giulia, Papà quer que você desça. — Era Francesca, com a voz doce e impaciente. — Ele disse que já estamos atrasadas.
— Já estou indo. — Sorri, mesmo que ela não pudesse ver. Francesca era a única que sabia dos meus segredos.
Ela saiu, e eu me virei novamente para o espelho. Passei os dedos pelos cabelos negros e lisos, cortados em camadas que caíam como uma moldura perfeita ao redor do meu rosto. Mamà sempre dizia que eu havia herdado a elegância dela, e eu gostava de acreditar nisso.
Minha mente vagou para Lorenzo. Ele estaria lá embaixo, ao lado de Papà, atento a cada detalhe. Lorenzo sempre foi como uma fortaleza inabalável, frio, controlado, distante. Mas havia algo nele que me intrigava, algo que eu nunca consegui ignorar. Talvez fosse o fato de ele ser a única pessoa neste mundo que parecia verdadeiramente intocável.
Balancei a cabeça, afastando o pensamento. Lorenzo não era para mim, e eu sabia disso. Não porque ele não fosse digno, mas porque nosso mundo não permitia essas distrações. Papà nunca aceitaria, e Lorenzo jamais se permitiria cruzar essa linha.
Ergui o queixo, ajeitei a postura e dei um último olhar para o reflexo. Era hora de descer e cumprir meu papel. A vida na nossa família exigia isso: perfeição, lealdade e força.
— Vamos lá — murmurei para mim mesma, saindo do quarto e descendo as escadas, onde o brilho da festa já iluminava todo o salão principal.
A música e as vozes do salão principal me envolveram assim que desci as escadas. O brilho dos lustres de cristal e o som das taças tilintando criavam um cenário de opulência que só os Ricciardi sabiam proporcionar. Olhei ao redor, cumprimentando os convidados com um sorriso educado, enquanto sentia os olhares me acompanharem. Papà sempre dizia que as filhas Ricciardi deviam ser tão poderosas quanto belas.
— Giulia! — Francesca chamou de um canto próximo ao bar, acenando com sua taça de champanhe.
Caminhei até ela, desviando de grupos de pessoas que conversavam animadamente. Francesca estava deslumbrante em um vestido azul que realçava seus cabelos castanhos e os olhos claros que herdou de Mamà. Ela parecia estar se divertindo, como sempre.
— Você está linda, sorella — disse ela, sorrindo de forma travessa.
— E você parece ter planos — respondi, inclinando a cabeça em direção à sua taça. — Já começou a beber antes mesmo de jantar?
Ela riu, balançando a cabeça. — Apenas um gole. E, na verdade, estava prestes a comentar algo. — Seus olhos brilharam enquanto ela inclinava levemente o queixo em direção ao outro lado do salão. — Está vendo aquele homem ali?
Segui seu olhar até um rapaz alto, moreno, de cabelo bem aparado. Ele parecia ter por volta de 30 anos, com um rosto marcado por traços fortes, mas elegantes. A barba estava aparada na medida certa, destacando a mandíbula definida. Vestia um terno cinza escuro que acentuava seu corpo musculoso, ombros largos e postura impecável. Seus olhos castanhos, profundos e calculistas, vagavam pelo salão, analisando as pessoas ao seu redor. Havia algo nele que chamava atenção imediatamente — uma confiança natural.
— Ele é bonito — comentei, desviando o olhar para Francesca. — Quem é?
— É o filho do senhor Moretti, um dos aliados de Papà — respondeu ela, animada. — Matteo, se não me engano. Não acha que ele é... interessante?
Observei o homem mais uma vez. Ele parecia sério, mas não distante, um pouco mais descontraído do que os outros filhos de aliados que conhecíamos. Alguém que, sem dúvida, atrairia a atenção de Papà.
— Talvez Papà gostasse da ideia de uma união com os Moretti. — Minha sugestão foi casual, mas Francesca se animou imediatamente.
— Acha mesmo? Talvez eu deva conversar com ele depois. Quem sabe? — Ela estava visivelmente entusiasmada, e eu sorri. Francesca sempre fora a mais romântica entre nós.
Enquanto ela continuava falando sobre Matteo, meu olhar vagou pelo salão, parando abruptamente em uma figura familiar. Lorenzo.
Meu coração acelerou, quase imperceptivelmente, mas o suficiente para me deixar alerta. Ele estava ao lado de Papà, observando o ambiente com a precisão de um predador. O terno preto caía perfeitamente em seu corpo, e os dois primeiros botões da camisa estavam abertos, revelando um pedaço de uma tatuagem que subia pelo peito. Um colar simples pendia em seu pescoço, combinando com a aura misteriosa que sempre o cercava. No ouvido, um fone discreto o conectava à equipe de segurança, mas seus olhos estavam atentos a tudo.
Por um breve instante, o olhar dele encontrou o meu. Foi como se o tempo parasse. Seu olhar era intenso, firme, como se ele pudesse ler tudo o que eu tentava esconder. Meu corpo ficou tenso, e uma leve onda de calor subiu pelo meu rosto.
Desviei o olhar rapidamente, fingindo continuar interessada no que Francesca estava dizendo. Mas algo em mim sabia que Lorenzo ainda estava me observando, mesmo enquanto voltava a varrer o salão com o olhar.
— Giulia? Está me ouvindo? — Francesca interrompeu meus pensamentos.
— Sim, claro — respondi, recuperando a compostura.
Ela riu, sem perceber minha distração. — Espero que Papà aprove a ideia de Matteo.
Eu apenas assenti, tentando esconder o turbilhão de emoções que Lorenzo sempre causava em mim.
(Sorella: Irmã)
(Papà: Papai)
Queridos(as) e amados(as) leitores(as),Escrever estas palavras de agradecimento para vocês, que estiveram comigo em cada página, cada capítulo e cada reviravolta desta história, é um momento de grande emoção para mim. Poder compartilhar essa jornada com vocês foi uma das experiências mais enriquecedoras da minha vida.Quando comecei a escrever O Segurança e a Filha do Mafioso, eu queria contar uma história intensa, cheia de paixão, desafios e segredos, onde o amor precisasse enfrentar barreiras quase intransponíveis. Giulia e Lorenzo ganharam vida na minha mente, mas foi graças a vocês que eles se tornaram reais, que seus dilemas e sentimentos encontraram eco no coração de tantas pessoas.Quero agradecer a cada um de vocês por cada minuto dedicado à leitura, por cada emoção sentida, por cada comentário e mensagem que recebi ao longo dessa trajetória. Vocês não são apenas leitores, são parte essencial desse universo. Sem vocês, essa história não teria o mesmo significado. Cada interaç
Giulia Ricciardi — Amor! — gritei por Lorenzo, enquanto corria atrás de Dom pelo quarto. — Preciso de ajuda!— Já estou indo! — ele respondeu do corredor, apressado.Enquanto isso, Marco, já pronto e sentado em sua cama, assistia à cena com um sorrisinho divertido, balançando as pernas no ar. Ele ria da fuga do irmão, que corria de um lado para o outro, desviando de mim com uma agilidade impressionante para alguém tão pequeno.— Dom! — Lorenzo chamou com firmeza assim que entrou no quarto.No mesmo instante, nosso pequeno maroto congelou no lugar. Ele olhou para o pai com os olhos arregalados, sabendo que não havia mais escapatória.— Não faça isso com sua mãe! — Lorenzo disse, cruzando os braços. — Peça desculpas agora.Dom abaixou a cabeça, remexendo os dedinhos, e murmurou baixinho:— Mi dispiace, mamma…O tom arrependido teria me comovido, se eu não soubesse que ele faria tudo de novo na primeira oportunidade. Marco, que até então segurava o riso, não conseguiu se conter e soltou
Lorenzo Salvatore Assim que chegamos à imponente casa dos Moretti, notei a movimentação intensa na entrada. Carros estavam alinhados pela entrada da mansão, e vozes animadas ecoavam do jardim. Estacionei e desci do carro, estendendo a mão para Giulia, que aceitou com um sorriso terno.— Parece que a festa já está a todo vapor — comentei, observando a agitação dentro da propriedade.Seguimos de mãos dadas até a área onde acontecia o jantar, e logo fomos recebidos pelo tom sarcástico de Filipe.— Finalmente os pombinhos chegaram! — ele brincou, chamando a atenção de todos para nós.— Giulia! — a voz animada de Liz soou ao fundo, e minha noiva virou-se para encontrá-la. — Venham!Trocamos um olhar cúmplice antes de seguir para dentro da casa. Assim que entramos, meus olhos foram atraídos por uma grande caixa no chão. Eu já sabia do plano de Giulia e das meninas para a surpresa, mas ver a empolgação de Liz, mesmo sendo seu próprio aniversário, me fez sorrir.— Vamos logo! Estou mais ansi
Giulia Ricciardi Um mês depois...Hoje finalmente chegara o momento de contar à minha família sobre a gravidez. A expectativa fazia meu coração disparar, uma mistura de ansiedade e empolgação que tomava conta de mim. Minha barriga ainda não estava muito evidente, mas ao me olhar no espelho, percebia o sutil volume se formando. Para evitar qualquer suspeita antes da hora, passei a usar roupas leves e mais folgadas, escondendo qualquer indício da transformação que acontecia dentro de mim. Liz, sempre perspicaz, sugeriu que eu aproveitasse a ocasião do seu aniversário para dar a notícia. Ela estava organizando uma festa na mansão dos Moretti, um evento mais íntimo, apenas com a presença de sua família e da minha. Era a oportunidade perfeita para revelar a novidade, e tanto eu quanto Lorenzo concordamos que não havia momento melhor. Além de nós dois e de Liz, apenas mais uma pessoa sabia do meu segredo: Francesca. Era impossível esconder algo tão grandioso da minha irmã. Assim que ela
Lorenzo Salvatore Saí da sala ao lado de Giulia, em silêncio. Ela estava diferente. Algo nela havia mudado, como se uma marca invisível tivesse sido cravada em sua alma. Eu entendia. Celeste foi a primeira vida que Giulia tirou, e isso não era algo que simplesmente se esquecia. Aquela noite ficaria para sempre na memória dela—e, a partir de agora, ela nunca mais seria a mesma.— Vamos para o meu quarto? — Sua voz soou baixa, mas firme.Apenas assenti.Subimos as escadas, e ao entrarmos em seu quarto, fechei a porta atrás de mim. Giulia caminhou até o guarda-roupa, pegando uma roupa e uma toalha.— Vou tomar um banho e já volto.— Tá bom, princesa.Ela desapareceu no banheiro, e eu me sentei na cama, permitindo que minha mente revisse os momentos de pouco antes. Celeste, inerte na cadeira. Giulia, com o rosto impassível e resquícios de sangue manchando sua pele. Ela não hesitou. Não tremeu. Não fugiu. Foi precisa, determinada.Como uma verdadeira Ricciardi.Acho que essa frieza já nas
Giulia RicciardiMeus olhos estavam cravados na tela, acompanhando cada ponto luminoso no localizador, representando os carros que se aproximavam do prédio abandonado. Cada segundo parecia se arrastar, a tensão pulsando no ar como uma tempestade prestes a desabar.Através das câmeras, eu via nossos soldados se espalhando, como predadores silenciosos cercando sua presa. Eles assumiram suas posições estratégicas, bloqueando todas as saídas e avançando com precisão implacável. Moviam-se como sombras, armas firmes, olhares atentos. A invasão era rápida, cirúrgica, sem espaço para erros.O ambiente ao meu redor estava mergulhado em um silêncio tenso, contrastando com o caos prestes a se desenrolar do outro lado da tela. Minhas unhas cravavam na palma da mão, a ansiedade latejando em meu peito.Então, minutos depois, a voz que eu tanto esperava ecoou pelo rádio:— Pegamos ela, chefe!Um sorriso se formou em meus lábios, lento e cruel. Finalmente. Celeste estava nas nossas mãos.Olhei para m
Último capítulo