– O Sangue que Não Dorme)
LOCAL DESCONHECIDO – BASE CLANDESTINA – 04h42
O ar tinha gosto de ferro e morfina. A sala era branca, demais. Como se a pureza das paredes tentasse esconder o horror de tudo que havia acontecido ali dentro.
Rael Vasquez abriu os olhos pela primeira vez desde a queda.
A luz o cegou por segundos. Em volta, médicos mascarados e soldados silenciosos.
— Ele acordou — anunciou um dos cirurgiões.
Dra. Ilona entrou na sala. Os olhos fundos de noites sem dormir, o jaleco ainda marcado com o sangue dele.
— Rael, você está a salvo.
Ele tentou se mover. Não sentiu as pernas. Depois, não sentiu o peito. Apenas um calor profundo que subia da espinha até o crânio. Uma dor seca, que não sangrava — queimava.
— Onde… estou
SUDOESTE DA BÓSNIA – 02h17
A floresta parecia respirar sob a névoa. Três helicópteros não identificados pairavam acima da base abandonada onde se escondiam os últimos replicantes sobreviventes do ataque ao Silo Alfa. Leonardo planejou a