Seduzida pelo CEO que prometi Odiar

Seduzida pelo CEO que prometi OdiarPT

Romance
Última atualização: 2025-10-08
Maryah J Cruz   Em andamento
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Índice

Paloma só queria justiça. Foi até o poderoso CEO César Monteiro exigir que ele indenizasse sua tia pelo trabalho não pago de seu primo falecido. Mas em vez de encontrar um homem justo, deparou-se com um magnata arrogante, que a tratou como uma oportunista atrás de dinheiro. O problema? César também era perigosamente sedutor. E, enquanto ela lutava por respeito, ele usava cada olhar, cada palavra e cada toque para levá-la para sua cama. Paloma jurou manter o foco… Mas será que conseguiria resistir ao homem que transformava raiva em desejo?

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Capítulo 1

Capítulo 1

O sol da manhã já ia dourando as ruas de João Pessoa como quem espalha manteiga em pão quente, quando Paloma Franco cruzou a porta da casa da tia Aparecida com um suspiro cheio de coragem...ou quase. A mochila nova, um capricho que ela mesma se deu de presente para essa viagem ao Nordeste, pesava no ombro, não tanto pelas tralhas lá dentro, mas pelo peso da missão que carregava.

Levava com ela as provas de que a tia, aquela mulher de riso fácil e histórias infinitas, ainda tinha direitos a cobrar na cidade de Cabaceiras. Era dificil não olhar para a figiura fragil da tia e não se solidarizar com ela: O corpo estava mais curvado do que nunca, se recuperando de um AVC...

— Boa sorte, menina! Só Deus pra agradecer o que cê tá fazendo por mim.

— A senhora sabe que não ia te abandonar. E acredito que a justiça existe, e será feita pela senhora. Tenha fé em mim, vai dar tudo certo.

— Não quero que se aveche por minha causa, visse? Já tô velha, não quero que...

— Não se preocupe. E enquanto organizo as coisas, posso passear também. —  Apertei carinhosamente a mão calejada da minha tia.

— Arranjar um namorado, né minha fia? Tá na hora já...moça bonita assim e sempre sozinha.

Apenas sorriu. A vida inteira ouviu as pessoas ao redor estranhar sua solteirice. Eu apenas era cautelosa e não via nada de mal nisso. Talvez um dia se me apaixonasse...ou não. Talvez eu apenas adotasse um cachorro e começasse a fazer yoga...

— Vou nessa, tia.

— Vai com Deus. — Tia Cida falou com aquele sotaque gostoso que ela possuia. Acenando da varanda, os olhos marejados.  — Você tá alembrada de onde tá o “corta gasolina do celta”, né, minha fia?

— Sim, tia. Prometo trazer o carro inteirinho.

Paloma entrou no Celta prateado com a valentia de quem não faz ideia do que vai enfrentar, mas vai mesmo assim. Sabia lá Deus quantos dias aquela empreitada ia durar, mas diante da confusão toda envolvendo os direitos da sua tia, era ela quem tinha sobrado pra resolver o rolo. Ela tinha disposição para brigar, mesmo que misturada com um pouquinho de nervosismo.

Ela sorriu sozinha, dando uma afagada na capa do livro que repousava no banco do carona: O Morro dos Ventos Uivantes, edição antiga, páginas marcadas com florzinha seca.

Era mania sua andar com livros como quem leva um tesouro. Lisa Kleypas, Jane Austen, Clarice Lispector... tudo misturado. Queria que aquelas heroínas de papel lhe emprestassem um tiquinho de coragem. No fundo, ela também era meio assim: sonhadora, cabeça dura e com aquela fé bonita de que no fim das estradas, ou das páginas, sempre há justiça. Ou pelo menos um final que valha a pena.

O motor do carro deu uma roncada meio preguiçosa, quase dizendo: “Tu vai me meter nessa, é?” Paloma ajeitou o espelhinho onde balançava um pingente de coração e respirou fundo.

Quase três horas depois, debaixo de um sol que parecia querer fritar ovo no asfalto, ela já sentia o suor escorrendo até nos pensamentos. Já tinha encarado viagens maiores, mas aquela tava puxada. O calor não perdoava e judiava mesmo. Mas Paloma seguia firme, na fé e no volante, como toda heroína de romance que se preze.

O pequeno Celta estremeceu como se tivesse tomado um susto, assim que mais um caminhão gigantesco surgiu na rodovia PB-148, aquela serpente de asfalto que ligava João Pessoa a Cabaceiras, fazendo uma ultrapassagem pela contramão como se estivesse numa corrida de Fórmula 1. Paloma se agarrou ao volante com tanta força que os dedos chegaram a embranquecer. Por um segundo, teve a aterradora sensação de que poderia ser arremessada pelos ares, direto para os braços nada acolhedores dos cactos espinhentos que desfilavam impassíveis na beira da estrada.

Na lateral da carroceria do caminhão, conseguiu ler rapidamente, pintado com letras de forma: Indústrias Monteiro. E foi aí que a indignação tomou conta. Apertou os lábios, o coração ainda acelerado, e anotou mentalmente uma lista de verdades, recheada de indignação e boas intenções, que pretendia despejar pessoalmente no Sr. C. A. Monteiro assim que pusesse os olhos nele.

Ainda não conhecia o tal do Sr. Monteiro, nunca tinha nem visto uma foto, mas já nutria por ele um desgosto automático, quase instintivo. Afinal, depois de tudo o que lera nas cartas deixadas por seu primo antes de falecer; as injustiças, as humilhações, os projetos engavetados e, principalmente, o tom de frustração de quem morre sentindo-se roubado...

Paloma já sabia: aquela conversa não ia ser das mais cordiais.

A estrada fez uma curva suave e começou a subir, revelando ao longe a silhueta de Cabaceiras, encravada no sertão da Paraíba. A cidade parecia pequena, quase que um fiapo de civilização perdido entre o chão rachado e o céu azul sem nuvem. Era cercada por uma imensidão de terra plana e, ao fundo, pelas sombras imponentes das montanhas que mais pareciam guardiãs do lugar.

Na entrada da cidade, uma placa azul, já um pouco desbotada pelo sol inclemente, exibia com orgulho: Cabaceiras — Terra das Indústrias Monteiro

Logo abaixo, uma frase em letras garrafais prometia: Emprego, progresso e prosperidade para o nosso povo.

Paloma revirou os olhos. Prosperidade pra quem, meu Deus?, pensou, bufando. Mas não teve muito tempo pra filosofar pois um mapa à margem da estrada indicava o caminho até a tal companhia, embora não fosse exatamente necessário.

Os prédios da fábrica eram tão grandes e cinzentos que pareciam ter brotado do chão, destoando de tudo à volta. Dava pra ver de longe que ali tinha dinheiro e também uma boa dose de arrogância empresarial.

Paloma apertou os olhos, ajustou os ombros e seguiu em frente, com o motor do Celta já reclamando de calor e poeira. Mas ela nem se abalava. Tinha chegado até ali por um motivo justo, com o coração pesado de saudade e indignação, e com a firme certeza de que o tal Sr. Monteiro, gostasse ou não, ia ter que ouvi-la.

Cabaceiras, apelidada de “Roliúde Nordestina”, atraía turistas com suas paisagens semiáridas. Paloma guiava o Celta da tia Cida por uma encosta quando atravessou uma ponte sobre o leito seco de um rio e percebeu como a cidade era nitidamente dividida em duas partes.

De um lado, a área urbanizada: charmosa, bem cuidada, com casinhas coloridas, sem portões ou jardins. Do outro, um salto brusco para a zona rural, onde o asfalto cedia lugar à caatinga, lajedos, cactos e pedras espalhadas. Uma transição que a deixava intrigada. Aquela paisagem árida, crua, era o completo oposto da São Paulo onde cresceu.

Olhou o relógio. Quase meio-dia.

Durante a viagem, já ensaiara mil vezes o que diria. Estava preparada. Seria educada, mas firme. Agiria com tato, mas com a segurança de quem tem razão. Se mostraria aberta ao diálogo até certo ponto.

E se isso não bastasse, bom… então acusaria o Sr. Monteiro de roubo sem rodeios e deixaria claro que a mãe de Charles moveria céus e terra; e o cartório inteiro de Cabaceiras, se preciso, para reaver o que era deles por direito.

Estacionou no pátio amplo das Indústrias Monteiro, procurando uma vaga sob a sombra do prédio. Antes de descer, secou o suor com uma toalha e retocou a maquiagem.

De perto, os edifícios pareciam ainda mais imponentes. Uma placa discreta apontava o caminho até o escritório: um galpão de dois andares, telhado vermelho e paredes de concreto queimado. Um jardim caprichado com mandacarus, coroas-de-frade e pedras brancas decorava a entrada. Tudo ali cheirava a ordem, limpeza e controle.

Ao fundo, o canto rouco de uma gralha-cancã dava um charme inesperado ao cenário escaldante de Cabaceiras. Difícil acreditar que dias atrás, em São Paulo, Paloma ainda enfrentava o frio de casaco e cachecol.

Abriu a porta de vidro.

Uma jovem recepcionista de cabelos crespos se levantou para recebê-la com um sorriso profissional.

 

— Bom dia. Em que posso ajudar, moça?

 

— Bom dia. Me chamo Paloma Franco, sou prima do Charles. Tenho uma entrevista à uma com o Sr. Monteiro — respondeu, firme.

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