Paloma piscou, confusa, o coração disparado.
— Sr. Monteiro! Eu... eu não o reconheci...
— Sem camisa? — ele retrucou com uma sobrancelha arqueada, a voz carregada de ironia.
Ela sentiu o rosto queimar. Tentava não encarar o tórax dele, mas seus olhos insistiam em voltar. Então, forçou o olhar para as próprias mãos, tentando encontrar alguma dignidade ali.
— Não! Não foi isso que eu quis dizer... claro que não...
E lá estava ela de novo, tropeçando nas palavras, completamente desarmada.
Ele a observou por um instante, como se se divertisse com o embaraço.
— Me desculpe — disse por fim, num tom calmo, quase indiferente. — Eu estava nadando. Depois, achei que o dia estava ótimo pra observar pássaros... então vesti um jeans velho, peguei a luneta e minha prancheta de desenho.
Fez uma pausa e sorriu, com aquele mesmo ar cínico que já a irritava e a intrigava ao mesmo tempo.
— Teria escolhido uma camisa, claro, se soubesse que teria companhia... especialmente uma companhia tão atraente.
Pa