Mundo de ficçãoIniciar sessãoSyara é uma jovem que com transtorno psicopatas, e Nollan é um homem com Insensibilidade Congênita à Dor com Anidrose (CIPA), e Naila, uma enfermeira que apenas quer construir uma família feliz. Mas tudo muda com a decisão dos pais de Nollan que querem que ele se case com a amiga de infância Syara. A jovem louca que ja tentou o matar 99 vezes. E Naila, não deixa o homem que ama, cair nas garras de um assassina. Uma história diferente. Onde a mulher amada é a vilã, e a mulher que luta pelo homem que ama é quem tem o bom coração e verdadeiramente apaixonada. Qual será a escolha de Nollan?
Ler maisNailaLevei a mão no peito, de repente se tornou impossível de respirar em condições, tanto que a empregada quando me viu, arrastando-me na corrimão para me sentar no chão, veio correndo pra ver se eu estava bem. —Não! Não toque em mim.— disse rápido antes de sequer chegar ao chão. Agora tudo naquela casa me incomodava, o ar, o chão, as pessoas, principalmente elas. Era nítida a lealdade que elas tinham por Syara, talvez por já terem lhe visto crescer. E devem olhar pra mim como uma entranha ou intrusa. Robert e Nolan entraram no escritório junto com Rose faz quase quinze minutos. Não se ouvia nada na casa. Nem uma alma andando. Quando o mordomo passou, perguntei, achando que aconteceu alguma coisa. —Desculpa!—disse alto o suficiente pra que me ouvisse! Ele veio até mim.—Porquê a casa está vazia desse jeito? Aconteceu alguma coisa? Ele olhou bem no fundo dos meus olhos, o silêncio foi breve, mas intencional demais pra não notar. —Todos os empregados a essa hora já não deve
Quando percebeu que a víamos, ergueu o copo num brinde silencioso e sorriu.Aquele sorriso.O tipo de sorriso que anuncia tempestades.Entramos novamente. O ar da casa parecia mais denso do que antes, como se até as paredes tivessem ouvido a conversa no jardim.Sofia caminhava à frente, elegante, com aquele porte que impunha respeito sem precisar levantar a voz. Eu vinha logo atrás, tentando disfarçar a confusão que ainda me rodava a cabeça.Syara estava na sala.A mesma postura de sempre, relaxada demais para ser inocente. Fingiu surpresa, ergueu o rosto e sorriu como quem cumprimenta sem realmente se importar.—Doutora West, não é? — perguntou, num tom leve, quase doce. — Sempre ouço falar muito da sua competência.Sofia parou. O olhar dela, embora educado, era frio e direto.—Obrigada. — respondeu apenas, com a voz firme. — Faço o que é preciso ser feito.O silêncio que se seguiu era feito de coisas não ditas. Syara inclinou a cabeça, esperando algo mais — uma explicação,
Aquelas palavras ainda ecoam na minha cabeça. Ele conseguiu me despedaçar sem muito esforço. Gritou na cara do seu pai que sempre a desejou como mulher. Nesse instante todos os momentos que tivemos os três me lembrei deles, a interação, o carinho dele por ela, as brincadeiras de mal gosto e a liberdade que ela tem sobre a vida e a casa dele. Achava eu que era coisa de amigos de infância… irmãos. Mas não podia estar mais enganada. —Naila! — A voz de sua mãe tirou-me do emaranhado de pensamentos que estava. O quarto escuro pelas cortinas pesadas que cobrem as janelas. De certeza que o dia lá fora está bastante lindo. Mas o meu coração aperta como se quisesse que o mundo também sentisse e se encarregasse da minha dor. —Você precisa sair desse quarto.— ela disse, mais baixo. Como se não quisesse me quebrar de vez. Mas eu já estava quebrada. Aos cacos no chão. E precisava de alguém para os recolher. Abanei a cabeça. Ainda sem força para dizer alguma palavra, sem força para fazer sequ
|NOLAN| Eu me recordo das vezes que a surpreendi em pensamentos que ninguém deveria ter. Lembrava de noites em que eu a observava dormindo, tentando decifrar se a escuridão dos seus olhos escondia algo que o mundo não podia suportar. Lembro-me de sentir medo por ela, mas também um fascínio que me envergonhava. A responsabilidade que assumi para protegê-la se misturava com algo mais obscuro, algo carnal e íntimo, que eu não tinha coragem de admitir nem para mim mesmo. E agora, olhando para ela ali, tranquila, percebi que toda a construção que fiz para me conter estava desmoronando. Não era apenas desejo físico; era algo mais profundo, algo que misturava cuidado, obsessão e um amor que eu só agora começava a reconhecer. A verdade que eu sempre suprimira estava à flor da pele, e nada — nem regras, nem pais, nem a própria moral — poderia impedir que eu sentisse aquilo. Aos meus treze anos, foi a primeira vez que percebi que seus interesses não eram normais — nã
|NOLAN|Os olhos dela procuravam os meus, desesperados, tentando encontrar ali qualquer sinal de ternura, de arrependimento, de algo que a fizesse sentir segura.— Você disse que não queria filhos… que não era hora, que não estávamos prontos. — A voz dela embargou. — Eu ia contar hoje. Pra todos. Mas você… você estragou tudo.As palavras atravessaram-me como lâminas.Fiquei imóvel, sem saber onde colocar as mãos.A respiração pesada, a mente tentando equilibrar mil pensamentos ao mesmo tempo.O chão parecia mover-se sob os meus pés.Ela grávida.Eu… pai?Passei a mão pelo rosto, sentindo a confusão pulsar.— Naila… eu… — respirei fundo. — Eu preciso de tempo. Pra processar tudo isso.Ela me olhou como se eu tivesse acabado de empurrá-la outra vez, só que agora com palavras.— Mas quero que saiba que eu não vou deixar de cuidar de vocês. — completei, firme. — Posso comprar uma casa, um carro, o que for preciso pra você e
|NOLAN|Eu estava prestes a me mover, indeciso, quando vi Naila ali, parada na sala, me olhando como se cada parte do meu corpo fosse responsável pela dor que ela carregava.Um choque atravessou meu peito — surpresa misturada com algo que não consigo nomear direito. Raiva? Culpa? Angústia? Não sei. Só sei que o corpo dela ali, tão vulnerável e ao mesmo tempo tão firme, me deixou confuso.Mesmo com todas as minhas decisões, com tudo que já fiz, ver ela ali, na casa da minha família, na minha frente, trouxe uma enxurrada de sentimentos que eu não sabia lidar.Senti meu coração acelerar, a raiva de mim mesmo por tê-la magoado se misturando com a frustração de tudo que estava fora do meu controle.Ela deu um passo cambaleante até mim. Vi o fogo nos olhos dela.Antes que pudesse reagir, senti o tapa atingir meu rosto.O impacto ecoou pela minha pele e pelo meu corpo, mas o que me atingiu de verdade foi a dor na voz dela, o grito dela:—
Último capítulo