— Ai, meu Deus... — murmurou, apavorada, enquanto tentava se equilibrar.
Um grito escapou-lhe da garganta quando se abaixou e agarrou o pé. A ponta aguda e quente queimou-lhe a mão também, arrancando outro gemido de dor.
Um turbilhão de imagens horríveis invadiu sua mente: uma cobra escondida na grama, um escorpião venenoso prestes a matá-la.
Desesperada, começou a sacudir a mão de forma histérica, como se pudesse se livrar da dor só com aquilo.
De repente, dedos firmes prenderam seu pulso.
— Pare com isso. Pare! — ele comandou, ríspido.
— Uma coisa me mordeu!
— Para de sacudir.
— Rápido, você precisa chupar o veneno, senão vou morrer! — ela insistiu, ofegante.
— Paloma... — ele disse, como quem tentava manter a calma diante de um drama desnecessário.
— Ai, você prefere que eu morra aqui
— Não. — Ele a segurou pelos ombros, firme, para interromper seus movimentos histéricos. — É só um pedaço de xique-xique. Calma.
Ainda desconfiada, Paloma abaixou os olhos e examinou a mão