capítulo 10

— Ai, meu Deus... — murmurou, apavorada, enquanto tentava se equilibrar.

Um grito escapou-lhe da garganta quando se abaixou e agarrou o pé. A ponta aguda e quente queimou-lhe a mão também, arrancando outro gemido de dor.

Um turbilhão de imagens horríveis invadiu sua mente: uma cobra escondida na grama, um escorpião venenoso prestes a matá-la.

Desesperada, começou a sacudir a mão de forma histérica, como se pudesse se livrar da dor só com aquilo.

De repente, dedos firmes prenderam seu pulso.

— Pare com isso. Pare! — ele comandou, ríspido.

— Uma coisa me mordeu!

— Para de sacudir.

— Rápido, você precisa chupar o veneno, senão vou morrer! — ela insistiu, ofegante.

— Paloma... — ele disse, como quem tentava manter a calma diante de um drama desnecessário.

— Ai, você prefere que eu morra aqui

— Não. — Ele a segurou pelos ombros, firme, para interromper seus movimentos histéricos. — É só um pedaço de xique-xique. Calma.

Ainda desconfiada, Paloma abaixou os olhos e examinou a mão
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