— Ela acordou. — disse Bella, com um sorriso discreto. — Vou deixá-los um pouco. Procurar uma máquina de café.
César apenas assentiu, agradecendo num gesto. Quando a sogra deixou o quarto, o som da porta se fechando soou alto demais, afundando os dois em um silêncio pesado.
Ele ficou de pé por alguns segundos, sem saber por onde começar. O ar do hospital era frio, mas o peito de César parecia queimando.
Aproximou-se da cama devagar, os passos lentos, o rosto abatido. Paloma o acompanhou com o olhar, sem emoção, apenas uma observação distante, como se olhasse um estranho que invadira seu quarto por engano.
César puxou uma cadeira, arrastando-a pelo chão com um leve rangido, e sentou-se. Passou as mãos pelo rosto, tentando encontrar forças para falar.
Paloma o observava em silêncio. Continuava tão bonito, uma beleza rebelde em sua camisa branca de gola em V e calças de alfaiataria.
— Você quer água? — perguntou ele, por fim, a voz grave.
— Não. — respondeu sem hesitar, sem olhar para el