Capítulo 95

— Ela acordou. — disse Bella, com um sorriso discreto. — Vou deixá-los um pouco. Procurar uma máquina de café.

César apenas assentiu, agradecendo num gesto. Quando a sogra deixou o quarto, o som da porta se fechando soou alto demais, afundando os dois em um silêncio pesado.

Ele ficou de pé por alguns segundos, sem saber por onde começar. O ar do hospital era frio, mas o peito de César parecia queimando.

Aproximou-se da cama devagar, os passos lentos, o rosto abatido. Paloma o acompanhou com o olhar, sem emoção, apenas uma observação distante, como se olhasse um estranho que invadira seu quarto por engano.

César puxou uma cadeira, arrastando-a pelo chão com um leve rangido, e sentou-se. Passou as mãos pelo rosto, tentando encontrar forças para falar.

Paloma o observava em silêncio. Continuava tão bonito, uma beleza rebelde em sua camisa branca de gola em V e calças de alfaiataria.

— Você quer água? — perguntou ele, por fim, a voz grave.

— Não. — respondeu sem hesitar, sem olhar para el
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