Nos dois dias seguintes, Cesar quase não saiu do hospital. Ficava ali, na mesma poltrona, lendo relatórios que trazia da empresa ou apenas observando-a dormir. Quando precisava ir resolver algo urgente, Bella vinha substituí-lo, e Paloma percebia o cuidado sincero da sogra.
Mas ela não falava muito. Não era cansaço, nem o trauma.
Era outra coisa; um silêncio que nascia de dentro, feito de percepções que se acomodavam com dolorosa clareza.
No segundo dia, o médico apareceu pela manhã, confirmou que ela estava se recuperando bem e que poderia ter alta no dia seguinte. Bella sorriu, aliviada. César apenas assentiu.
Quando o médico saiu, Paloma continuou deitada, olhando o teto.
— Você vai voltar pra casa amanhã. — disse César, rompendo o silêncio.
Não estava muito animada quando voltou para a propriedade dos Monteiro.
Bella contou que a família dela fez contato para saber do estado dela assim que tia Cida espalhou para todos a perda do bebê. Preferiram ligar para sua sogra, pois tinham