Duas histórias completas de romance sensual, leve e irresistível, com diálogos afiados, cenas picantes na medida certa e casais que você não vai conseguir esquecer. Chick lit erótico/ Médico: Camila só queria descansar e assistir sua série, mas um tornozelo torcido e um médico de mãos perfeitas mudaram seus planos… e suas noites. Dr. Rafael Lacerda não veio apenas cuidar da dor: misterioso, sexy e com um humor provocante, ele vai revirar o mundo de Camila com um simples toque./ Bombeiro: Luna Santiago, escritora de romances eróticos, decide recomeçar longe do caos e dos homens. Mas quando um incêndio acidental na cozinha coloca Gabriel Fontes, bombeiro viúvo e irresistível, em seu caminho, as faíscas não se limitam às chamas. Entre páginas sensuais espalhadas pelo chão e encontros inesperados, Luna se vê cada vez mais envolvida por Gabriel.
Leer másLivro 1 - O Médico
Parte 1
Camila
Se você acha que a vida de uma mulher de trinta e dois anos solteira, freelancer e apaixonada por séries policiais é excitante, eu adoraria te apresentar a minha realidade:
Sábado à noite, eu estava tentando alcançar um controle remoto que caiu atrás do sofá, de moletom velho, com o cabelo preso num coque desgraçado e com meu gato, Nietzsche, me julgando do encosto da poltrona como se fosse o próprio Freud.
E foi aí que torci o tornozelo.
Juro por Deus. Eu só queria ver um episódio de Criminal Minds pela décima vez, mas aparentemente meu corpo decidiu que era hora de me punir por viver de brigadeiro de colher e procrastinação.
— Filha da... - gritei, quando meu pé virou de um jeito que definitivamente não é anatômico.
Nietzsche me olhou com o desdém de sempre e deu uma lambida na própria pata, porque ele é desses: frio, elegante e emocionalmente indisponível.
Um tipo de homem que infelizmente, também define meu histórico amoroso.
Depois de quinze minutos de pura negação, aceitei que não conseguiria andar direito. E como o pronto-socorro do hospital central parecia uma porta de entrada para o apocalipse zumbi, decidi ir na clínica particular ali do bairro.
Tinha cara de lugar caro, mas meu tornozelo latejava como se estivesse tentando escapar da perna. Isso justificava o investimento, certo?
Eu não estava exatamente apresentável. Estava com uma calça de moletom manchada de tinta, camiseta do colégio, da época em que eu achava que seria atriz e uma cara de quem discutiu com a pia e perdeu.
.A sala era até bonita, com cheiro de álcool e ar-condicionado gelado, o que contrastava com o calor absurdo do lado de fora. A Lívia, minha amiga que trabalhava no hospital, tinha marcado aquele encaixe com um dos médicos novos. Disse que ele era bom. E bonito. Não necessariamente nessa ordem.
Cheguei mancando e fui atendida por uma recepcionista sorridente demais para uma noite de sábado. Provavelmente recém-formada em simpatia forçada.
— Só um instante, senhora Camila. O Dr. Rafael Lacerda vai te atender já.
— Dr. Rafael... - repeti, sem emoção. Eu só queria gelo, analgésico e um carma renovado.
Até que ele entrou.
E, bom… Esqueci a dor.
Rafael Lacerda parecia saído de um episódio de Grey’s Anatomy, mas com um ar mais sério, mais maduro… E mãos grandes.
Era alto, moreno claro, barba por fazer, olhos cor de café que pareciam te examinar por dentro. Vestia o jaleco aberto sobre uma camiseta preta e calça social, como se tivesse saído de uma campanha publicitária de plano de saúde sexy.
— Boa noite, Camila? - perguntou, com uma voz baixa e suave, que escorregou pela minha espinha como se tivesse sido programada para isso.
— Infelizmente, sim - respondi, forçando um sorriso. — Meu tornozelo decidiu que sábado é um bom dia pra drama.
Ele sorriu. Um canto da boca só. Arrogante e bonito, o combo perfeito pra desgraçar a sanidade de qualquer mulher carente.
— Vamos dar uma olhada.
Naquele momento, meu cérebro entrou em colapso interno. Porque “dar uma olhada” significava toque. E aquele homem tinha mãos. Daquelas que pareciam saber o que faziam, não só clinicamente falando, se é que me entende.
Sentei na maca e ele se aproximou com uma postura tão controlada que até o ar do consultório ficou mais denso.
— Isso dói? - perguntou, tocando meu pé com firmeza, mas delicadeza.
— Depende. Dói fisicamente ou emocionalmente?
Ele soltou um risinho, o que me deu um ponto no placar interno da sedução. Eu estava com dor sim, mas também com dignidade o suficiente para flertar discretamente.
— Vamos descobrir - respondeu, e começou a girar meu pé com cuidado.
Ai.
Quer dizer, ai, a dor... E ai, o toque.
Eu sabia que estava suando mais por causa da proximidade dele do que da torção. E quando ele se agachou para ficar mais perto do meu tornozelo, tive uma visão clara da linha do maxilar dele. E do antebraço musculoso.
— Não parece fratura. Mas pode ter sido uma torção moderada. Vou te prescrever anti-inflamatório e compressa. Pode caminhar com cuidado, mas evite subir escadas correndo atrás do gato.
— Espera. Como você sabe que foi o gato?
Ele levantou os olhos com um sorrisinho.
— Você está com pelos de gato no moletom, e tem marcas de arranhão no antebraço esquerdo. Além disso, falou o nome “Nietzsche” enquanto mancou até a maca.
Eu o encarei, chocada. Sherlock Holmes de jaleco e corpo de modelo.
— Eu estava delirando?
— Você disse “Nietzsche é um ingrato desgraçado” bem alto. Não parecia delírio.
Aí eu ri. Alto. Gargalhei de verdade. E ele riu também. E por um instante, o consultório deixou de ser uma sala branca com cheiro de álcool e virou uma bolha. Uma daquelas bolhas onde o mundo desacelera e tudo parece possível.
— Obrigada, doutor Rafael. Já posso ir mancar com estilo.
Ele me entregou a receita, mas antes de se afastar, disse:
— Se sentir dor persistente, volta. E se o Nietzsche continuar te atacando, traga ele também. Gosto de desafios.
Desculpa, o quê?
Ele saiu antes que eu conseguisse responder, me deixando com a receita na mão, o coração batendo fora de compasso e a certeza absoluta de que aquele médico não era só um profissional competente.
Ele era perigoso.
E, pelo visto, meu tornozelo sabia disso desde o início.
Autora Ninha Cardoso
Um chick lit moderno, elegante e levemente picante para você.
Comente para que eu saiba se você está gostando.
Parte 15...LunaEra para ser um jantar tranquilo. Só nós três, num daqueles bistrôs charmosos com luz baixa, velas acesas e guardanapos dobrados com mais capricho do que eu jamais tive na vida.Lara, toda empolgada, mal tocava no macarrão enquanto contava sua última aventura científica.— E aí a professora mostrou como fazer um vulcão de bicarbonato! Tinha espuma por todo lado! - ela explicava, com os olhos brilhando e as mãos desenhando erupções invisíveis no ar.Gabriel estava todo babão. E eu, claro, completamente rendida a essa mini versão dramática que ele criou.— Aposto que você fez a maior bagunça da sala - ele provocou, erguendo uma sobrancelha.— Foi só um pouquinho - respondeu, com aquele tom ensaiado de inocência que ninguém acreditava mais.Nós rimos. Rimos como quem sabe que esses pequenos momentos vão ser lembrados para sempre.Mas a calmaria teve um leve terremoto. Duas garotas se aproximaram da nossa mesa com aquele sorrisinho nervoso de quem está entre o "vou" e o "
Parte 14...LunaTerminar aquele livro foi como respirar fundo depois de um mergulho longo. Fechei o notebook e fiquei olhando a capa improvisada que eu mesma montei no editor de imagem.Fundo escuro, uma chama estilizada e o título em letras vermelhas.“Chamas Noturnas”.O melhor e mais provocante romance que eu já havia escrito. E tudo por causa dele.Naquela manhã, entreguei o pendrive na mão da Fernanda, minha editora. Ela era uma mulher prática, elegante, que raramente elogiava qualquer coisa de primeira. Mas, depois de passar os olhos pelos últimos capítulos, ergueu a sobrancelha, surpresa.— Isso aqui está... Ousado - comentou, folheando na tela. — E ótimo. Muito melhor do que seu último livro.— Então vai aprovar?— Vou mandar rodar a primeira prova de impressão ainda hoje. Também vamos começar o planejamento de divulgação.Soltei o ar, aliviada. Queria comemorar. Beijar alguém. Beijar especificamente um certo bombeiro que ainda nem sabia que era protagonista de mais um sucess
Parte 13...LunaEstava em casa, sentada com o notebook no colo, tentando fazer o capítulo do meu romance fluir. Mas as palavras não pareciam cooperar. A protagonista estava estagnada, assim como minha criatividade. Eu tinha que encerrar mais nove capítulos para fechar meu romance da forma certa.Suspirei, me esticando no sofá. Deixei a televisão ligada no volume baixo apenas como ruído de fundo. Gabriel tinha saído mais cedo naquele dia, atendendo a uma chamada do quartel. Ele disse que era coisa rápida. Mas, com bombeiros, nunca se sabe.Foi quando a programação foi interrompida por uma vinheta urgente.— Temos notícias ao vivo do centro da cidade. Um incêndio de grandes proporções atinge um prédio histórico no bairro do Centro Antigo. Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas e o trabalho segue intenso...Senti meu coração apertar. O Centro Antigo. Era longe de onde Gabriel normalmente fazia ronda, mas eles sempre se deslocavam conforme a urgência.Larguei o notebook no sofá e
Parte 12...GabrielHavia algo de perigoso naquele desejo que crescia entre nós dois, um vício bom, feito de pele, cheiro, olhar e provocação.Luna não era uma mulher comum. Era tempestade que começa mansa, mas devasta tudo por dentro.Naquela noite, depois de colocar Lara na cama, esperei alguns minutos observando sua respiração calma, o cabelo espalhado no travesseiro, a boneca preferida entre os braços. Meu coração apertava só de pensar em deixá-la ali, mesmo que por algumas horas. Mas a babá já tinha chegado. De confiança, amiga da minha irmã, responsável, atenciosa.— Ela nem vai acordar - garantiu. — Pode ir. Aproveita. Se precisar eu ligo, não se preocupe.E foi o que eu fiz.Luna já me esperava no saguão do prédio, vestida com um casaco leve que mal escondia o vestido vermelho de alcinhas finas. Ela sorriu ao me ver, como se fosse nossa primeira vez, como se tudo que aconteceu entre a gente ainda estivesse em brasa, queimando devagar, intenso e cheio de promessa.No caminho
Parte 11...GabrielNão demorei mais do que sete minutos.A padaria da esquina estava praticamente vazia. Peguei o bolo de cenoura com cobertura de chocolate que a Lara amava e ainda tive tempo de conversar dois minutos com a moça do caixa, que perguntou da escola da minha filha.Sete minutos.Mas bastou esse intervalo para o mundo parecer escorregar um pouco do lugar.A porta do apartamento estava entreaberta quando cheguei. O bolo quase caiu da minha mão.— Lara? - chamei, já entrando com o coração batendo rápido demais.Nada.Corri pelos cômodos como um maluco, abrindo portas, chamando o nome dela, conferindo debaixo da mesa e até atrás das cortinas. Nenhum sinal.A única coisa que encontrei foi um banco tombado na cozinha, ao lado do armário onde ficam os copos. E uma colher no chão. Pequena, daquelas coloridas que ela adorava.Minha cabeça deu um estalo. A geladeira ainda estava aberta. E o vidro de chocolate granulado estava no balcão.Ela tentou fazer brigadeiro. Sozinha.Meu e
Parte 10...LunaFazia uma semana que eu e Gabriel vivíamos um caso secreto. Digno de um best-seller.Todas as noites, depois que Lara dormia, ele atravessava o hall como um ladrão elegante. Entrava no meu apartamento com um sorriso nos lábios e uma desculpa qualquer no celular para o caso de alguém perguntar.E todas os dias, eu escrevia como nunca.Foi a primeira vez na minha vida que transar e trabalhar funcionaram juntos. Talvez porque Gabriel me deixava mais viva do que café forte.Com ele, as palavras vinham, os desejos se espalhavam pela pele e até as vírgulas pareciam respirar melhor.À tarde, Ana estava no meu apartamento.Ela tinha trazido uma torta de frango horrorosa, mas que eu comia mesmo assim porque a gente era amiga há anos e certas coisas não se dizem em voz alta.— Então você me diz que dorme com o bombeiro mais gostoso do bairro, escreve vinte capítulos cheios de safadeza e ainda é elogiada pela editora? - ela perguntou, sentada no meu sofá como se aquilo fosse um
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