A dor veio como uma lâmina atravessando-lhe o corpo.
Paloma tentou se mover, mas o mundo girava. As vozes ao redor soavam distantes, fragmentadas, misturadas a passos apressados e gritos que pareciam ecoar dentro de sua cabeça.
— Meu Deus, ela caiu! — alguém gritava.
— Chamem ajuda! — outra voz, mais distante.
Paloma tentou focar o olhar.
Acima dela, o teto dourado do salão girava. Os sons se misturavam com o barulho das taças caindo, o farfalhar das roupas, o choro contido de alguém.
Então uma sombra se inclinou sobre ela.
Leliana.
O rosto da mulher estava pálido, os olhos arregalados de susto.
— Paloma! — disse, ajoelhando-se ao lado dela. — Meu Deus...
A voz de Leliana tremia. Por um instante, Paloma acreditou ver um lampejo sincero de aflição. Tentou responder, mas o ar parecia preso no peito.
Leliana segurou sua mão, mas antes que pudesse dizer algo mais, César apareceu.
Empurrou Leliana com força para o lado, quase fazendo-a cair.
— Saia de perto dela! — a voz dele soou áspera,