Epílogo

Desceram do jipe com duas cestas de vime, o vento quente do litoral bagunçando os cabelos de Paloma. Assim que seus pés tocaram a areia fina e dourada, ela fez menção de correr, sentindo-se leve como há muito não se sentia.

Mas César foi mais rápido.

— Você está grávida. Nada de correr.

Ela girou nos calcanhares, irritada, as sobrancelhas arqueadas.

— Pelo amor de Deus, César! Não sou uma inválida.

Ele sustentou o olhar dela, mas um sorriso brincou no canto da boca. Desde que ela lhe mostrara o teste positivo de gravidez, seis meses antes, César havia se transformado no retrato da superproteção. Às vezes, o cuidado exagerado era adorável. Outras, sufocante.

Carregou sozinho as duas cestas e até a bolsa dela, que mal pesava um quilo. Abriu a cadeira de praia, ajeitou a toalha, verificou a sombra do guarda-sol. Paloma, no entanto, preferia a areia quente sob o corpo, o toque salgado do vento, a sensação de liberdade.

Enquanto ele montava a mesinha dobrável com os lanches do piquenique,
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