Melinda Campbell passou por grandes perdas e traumas no passado. Depois que completou a maior idade fugiu sem olhar para trás. No decorrer de sua trajetória, esbarrou com um desconhecido na rua. Depois disso as coisas não foram as mesmas. Andrei Makarov um CEO de renome, acostumado a ter tudo que quer, veria vida bagunçada na ao trombar com uma desconhecida na rua, que o enfrentou como ninguém outro. Ele quis se vingar, mas tudo fugiu ao seu controle. A ânsia de se vingar virou obsessão. Será que esse sentimento pode evoluir para algo mais?
Leer másMelinda
— Infelizmente, todas as vagas foram preenchidas, senhorita! — O rapaz informou me dispensando. Novamente um não! Não sei vocês, mas acho horrível receber um não.E isso não é novo, recebi muitos nãos no decorrer da minha patética existência. Há, vocês não fazem ideia! Fui rejeitada pelo meu pai, minha mãe se casou com um homem desprezível que, tenho até pavor de lembrar. Minha rainha morreu quando mais precisava dela, resumindo, nada foi fácil na minha vida, e pelo que vir não será tão cedo… Resumindo, o destino foi foda comigo, simplesmente assim. Não estou me lamentando, longe disso, apenas estou cansada, e se fosse possível gostaria de sentir paz, pelo menos uma vez.— Agradeço pela oportunidade, senhor, tenha uma excelente tarde! — Disse saindo de cabeça erguida. É nessas horas que sinto falta da minha mãe, ela sempre sabia o que dizer. Engoli o choro e pensei na fé que ela sempre tinha. É isso, não posso perder a fé, ao contrário do que todos dizem a fé, não pode morrer em nossas vidas, loucos são aqueles que pensam dessa forma.— Levanta a cabeça, Melinda Campbell… — Falei para mim mesma. Já que não tenho ela para me motivar, concretizo eu mesma. Sou uma mulher negra de 23 anos, independente e com muitos sonhos. Não será mais um não que vai me paralisar.Hoje, resido aqui em Moscou, a capital da Rússia, porém vivi toda a minha infância e adolescência no Brasil. Nasci aqui, todavia quando fiz 9 anos, eu, e minha mãe fomos embora para o Brasil com o novo esposo dela. Sou a cópia exata dela. Seus olhos castanhos, seus cabelos cacheados. Mesmo pensando que ela era uma mulher linda, não vejo isso em mim. Me sinto sem graça, e sem nenhum atrativo.Não que eu pense em me envolver com alguém. Sou virgem, e não pretendo me entregar a qualquer um, pelo contrário, desejo me envolver com o homem que abale as minhas estruturas. Que me enxergue, antes de ver o meu corpo, que olhe para mim como a mulher mais linda do mundo. Vocês podem dizer ser um absurdo, que fazer sexo casual é normal, pois todo mundo faz. Porém, direi uma coisa a vocês: não sou todo mundo. Nasci para fazer e conquistar grandes coisas, então, não negocio meus valores com ninguém. Posso até me entregar a um homem, mas aquele que o meu coração escolher. Saio dos meus devaneios, com o toque insistente do meu celular.— Oi, Nat! — Saudei o mais, tranquila possível. Ela é uma das minhas melhores amigas. Ela, Lara e Nick. Somos inseparáveis.— “Que voz é essa?” — Indagou séria. Nada escapa dessa doida, nem sei porque tento.— Sair para procurar emprego, e não achei nada.— “Oh Mel, não fique assim conseguirá algo, sei disso.” — sorriu carinhosa — “Ei, amanhã quero que almoce comigo!”— Claro, que horas nos encontramos?— “No meu horário de almoço, sua lerda.” — Avisou gargalhando.— Eu não vou lhe dizer quem é besta, porque sei que patrocinará meu almoço, se não fosse isso… — Falei deixando em aberto.— “Você não falará por que me ama. Agora beijo sua gostosa, meu horário de almoço acabou.”— Tchau, até amanhã! — Desliguei ainda sorrindo. Ela sempre teve esse dom, de me fazer sorrir. Conhecemo-nos há cinco anos. O dinheiro que tinha, deu apenas para algumas semanas, antes que acabasse, procurei emprego. Consegui em um bar, e foi lá que conheci Natasha que, carinhosamente, chamo de Nat. Logo de cara nos demos super bem, e ela do jeito que é observadora, percebeu que não me encaixava naquele lugar. Conectamo-nos logo de primeira.Ela me ajudou, achou um emprego para mim em uma cafeteria, foi onde me identifiquei, e fiquei até um mês atrás. O problema foi que, o dono faliu e todos que trabalhavam para ele, foram demitidos.Cheguei na minha pequena casa, eu digo pequena sem nenhuma brincadeira. Minha casa é um ovo, divido a sala com a cozinha, tenho um pequeno banheiro e um quarto menor ainda. Só da minha cama e uma pequena cômoda que coloco minhas roupas que não são muitas.Entro no meu quarto, deixo minha bolsa em cima da cômoda e tiro minha roupa suada.— Eca! Detesto ficar dessa maneira.É falo sério. Ouço muitos falando que negro é fedido, é imundo e blá blá blá. Não concordo, claro. Sou uma mulher limpa, detesto sujeira. Mas, não é apenas isso. Na época que morei no Brasil, aprendi a me banhar três vezes ao dia, mesmo agora morando em Moscou, continuo com esse hábito, mesmo que o frio esteja de rachar, não abro mão disso. Li em algum site que os portugueses se invocavam com o hábito dos nativos de se banharem por diversas vezes ao dia, todavia, não é nada novo. Segundo documentos de mais de três mil anos, o ato de tomar banho era sagrado para os antigos egípcios, e parecia ser uma forma de purificar o espírito do indivíduo. Alguns especialistas dizem que, o ritual acabou afugentando essa civilização de várias epidemias e pragas comuns à Antiguidade. Então, resumindo: tomar banho é bom demais, e eu gosto muito.Entrei no banheiro do jeito que vim ao mundo, embaixo da água quentinha, tomo cuidado para não molhar minha juba. Meus cabelos são cacheados e muito cheios. Eles são tipos quatro, quem conhece os tipos de cabelos sabe que estou falando. Para ser mais específica ele é tipo quatro C, me dão um trabalho, além de ser volumosos, são enormes, então para não me estressar eles ficam constantemente presos em um coque abacaxi.Após o banho, visto uma calça de moletom e uma camisa longa masculina. Não tenho dinheiro para comprar roupas para dormir, são muito caras, então optei por camisas masculinas, são mais confortáveis. Quem não sabe Moscou faz muito frio, às vezes até neva, tem dias que passo mais com o frio. Minha casa não tem aquecedor, infelizmente.— Bem, agora matemos quem está nos matando! — Comentei rindo. É umas das coisas que mais gosto de fazer. Comer! Sério, sou ótima nisso, apesar que nesses dias estou regrando até isso. É isso, ou morro de fome.Fui à minha pequena cozinha e fiz ovos mexidos com bacon e uma salada para acompanhar. Quando termino, escovo os dentes, me deito na cama e vejo algumas mensagens no celular, não me demoro muito, logo desligo a luz do abajur e tento dormir. Não foi fácil, pois as preocupações me consumiam. É nessas horas que sou bombardeada, na hora do sono. Suspiro bocejando, depois de duas horas consigo dormir, que maravilha.Acordei bem cedo. Três vezes por semana faço uma corrida matinal, então já sabem como é minha roupa né, a mais pesada que tenho no meu guarda-roupa. Não quero ficar sedentária, morei tanto tempo no Brasil, um país quente, tenho medo de cair na rotina e perder o controle do meu corpo. Corro bastante para tentar esquecer os problemas quando percebo que o cadarço do meu sapato do lado esquerdo está desamarrado.__ Droga! Agora terei que parar. __ Declarei irritada. O fato de parar significa que o meu corpo vai se acalmar com a adrenalina, aí terei que recomeçar.AffParo próximo a um carro, abaixo e amarro o sapato, mas quando estou para levantar, um homem passa correndo e por pouco não me derruba ao chão.Idiota!Nem parou para pedir desculpa. Resmunguei contrariada, contudo, algo me chamou a minha atenção. Não foi sua face, pois não a vi tão rápido que correu, o que me chamou a atenção foi o cheiro do seu perfume. Artemísia, Alcaravia, Coentro, Bagas de Zimbro, Manjericão e Bergamota, foi o que consegui identificar. Meu olfato é excelente, e o fato de ter prestado tanta atenção no cheiro do desconhecido me desconcertou.Voltei a correr me sentindo tola. Em vez de continuar na mesma direção que ele, volto por onde passei. Para mim essa corrida já deu, e também não quero encontrar o homem, vai que eu aja que nem uma idiota. Não sei lidar com o sexo oposto. Sou um tremendo desastre.— Esqueça esse homem misterioso, Melinda! — Pedir a mim mesma, tentando pensar em outra coisa. Pelo que vi, é cheio de grana, sei disso pelas roupas que vestia quando corria, ou seja, tudo de marca. Ele jamais olharia para uma, Zé-ninguém como eu. Chego em casa com a energia renovada, tomo um banho rápido e me arrumo para colocar currículo.— Droga!Passei o dia todo colocando currículo e como sempre, recebendo um não.Cheguei ao restaurante onde Nat trabalha, entrei pelos fundos. De tanto ir lá conheci muitas pessoas, ainda não tive contato com a dona, mas os restantes, sim, e posso dizer que todos são incríveis.Andrei — Mamãe! — Disseram assustados. Certeza que aprontaram. Minha esposa se aproximou com as mãos na cadeira. Minha mulher está cada dia mais gostosa, ao contrário do que muitos dizem, quanto mais tempo passamos juntos, o sexo fica delicioso, nos tornamos um. Em relação à educação das crianças, ela é mais rígida. Se todos pensaram que eu faria esse papel, estão muito enganados. Minha pérola é osso duro de roer. — Klaus, Kira, Violette e Valentim, todos estão de castigo. — Melinda salientou apontando para cada um. — Mamãe, não é justo. — Klaus Proferiu zangado. — O que não é justo, Klaus, é vocês tratarem as pessoas como lixo, não foi a educação que eu e seu pai passamos para vocês. — Declarou com dureza. Todos abaixaram a cabeça, provavelmente revendo os atos deles. — Desculpa, mamãe. — Não é a mim que devem pedir desculpas, Violette. — Mamãe está certa, vamos pedir desculpas para as “babás”. — Kira falou descendo do meu colo, chamando os irmãos, que obedeceram sem pestane
Melinda— As alianças! — O padre falou sorrindo. Olhamos para o início da nave da igreja e sorrimos ao ver Mine nós trazendo o símbolo do nosso compromisso. Nos sentimos privilegiados em ser ela a nos trazer. O doutor Ivanov nos disse que ela está em total remissão, claro que para termos certeza necessita-se passar cinco anos para ter certeza que o câncer não voltará. Temos fé que isso não irá acontecer. Marine está com um vestido de princesa bufante, semelhante ao meu, seus cabelos estão curtinhos, mas lindos, enfeitados com uma linda tiara de princesa.Ela vinha ereta, cheia de atitude, com um baú de madeira nas mãos. Mine entregou as alianças ao padre e saiu sorrindo para ficar perto de sua mãe. O padre orou as alianças e entregou em nossas mãos. Fui a primeira a colocar nele, em seguida dei um beijo. Andrei fez o mesmo, pôs a aliança em meu dedo e beijou.— Com o poder investido em mim pela igreja, eu vos declaro marido e mulher. Fiquem à vontade para se beijarem! — Selou. Andrei
Andrei— Ela fez um estrago e tanto nele! — Boris disse orgulhoso — Nunca duvidei que ela não o mataria. Mel é muito boa para fazer isso, jamais se rebaixaria ao nível dele.— Tem toda razão. — O abracei. O delegado se aproximou de mim e meu chefe de segurança se afastou.— Quero agradecer pela ajuda, delegado Volkova.— Vi o dano que ela fez nele. Estávamos com medo dele a machucar, mas estávamos errados. Sua mulher é uma guerreira.— Obrigado! — Disse apertando sua mão. Entrei na ambulância e segurei a mão de minha mulher. Não me afastarei dela tão cedo. Para falar a verdade não iria conseguir nem se quisesse.(...)Passaram-se dois dias depois do sequestro de Melinda, então para quem não se lembra hoje é sexta-feira o dia do nosso casamento. Até tentei remarcar, mas ela não deixou. Disse que não deixaria o desgraçado arruinar a nossa felicidade. Estou muito nervoso, nem conseguir escrever meus votos.— Calma, respira filho. — Minha mãe pediu rindo às minhas custas.— Pode rir, senh
Melinda — Porque ela era minha! EU A VI PRIMEIRO — Gritou — Como uma vadia preferiu outro ao invés de mim. Não podia deixar ela ser feliz, não com aquele desgraçado. — O que você fez para ela deixar meu pai? — Ameacei. Disse que se ela não deixasse Saldanha o mataria. E para comprovar estar falando sério matei um homem em sua frente. — Deu de ombros, como se o que me contou agora, é corriqueiro em sua vida. Não duvido nada. Coitada da menina nua rainha. — Forçou o casamento com ela. — Disse controlando minha fúria. — Descobri que Saldanha voltaria, então a forcei a se casar e, para não contar nada a ele, levei vocês duas para o Brasil. Bastou ameaçar que mataria você na frente dela que a idiota foi pianinha. Se tivesse feito isso, não estaríamos nessa situação. — Destruiu a minha vida! — Exclamei não conseguindo segurar as lágrimas. Tudo por causa de uma obsessão. — Fiz pouco, faria de novo se houvesse outra chance. — Gargalhou. Fui até minha bolsa onde guardo meu canivete que
MelindaEstou vendo toda a minha vida, passando em meus olhos. Saber que você morrerá não é tão assustador como pensei. Por que será? Deve ser porque não penso que isso realmente acontecerá. O que sinto é muita raiva acumulada.— O que fez ao meu segurança?— O matei. — Deu de ombros. Pobre Mikhail, não merecia esse fim. Esse maldito terá o que merece. Enxuguei as lágrimas que teimam em cair. — Deveria pensar no que farei contigo. — Meirelles falou interrompendo meus pensamentos. O máximo que fará comigo, será apenas ameaças vazias. — Suas tatuagens são bem instigantes. — Foda-se, Meirelles! — Expus enojada. — Não se preocupe, foderei cada pedacinho do seu corpo, esse pedaço de mal caminho que me pertence desde que você era pequena. — Transpareceu velhaco. Tenho aversão a esse velho asqueroso. — Cale a boca, vadia! — Mandou colérico. Me calei não porque mandou, mas para me poupar até chegar a hora. Pensei no transmissor que Andrei me deu. Preciso apertá-lo no momento oportuno, ou
Melinda— Está tão na cara assim? — Perguntou sem jeito. Isso é novidade para mim.— Não faz questão de disfarçar. — Olhei do lado de fora e vi meu pai olhando nessa direção. Será que o sentimento é mútuo? — Por que não chegou nele?— Ele é o seu pai, Mel, jamais lhe magoaria.— Isso não me incomoda. Sinta-se à vontade para tentar algo.— Se ele não querer nada comigo? Olha a diferença de idade, provavelmente tentará algo com uma mulher mais madura.— Não existe idade em relação ao amor. Olha eu e Andrei, ele é muito mais velho. — Apenas nas estou receosa. — Admitiu.— O quê? — Gritei. Nunca em todos esses anos vi minha amiga com esse comportamento.— Fala baixo, sua vaca.— Desculpa, apenas estou custando a acreditar. — Dei de ombros.— Também, não faço ideia do que está acontecendo comigo. — Revelou frustrada.— Não se preocupe amiga, lhe darei uma pequena ajuda.— Como?— Deixa comigo. — Disse empolgada. Sair do provador, Lara veio até mim e colocou a presilha que Andrei me deu no
Último capítulo