Ela Sequestrou o Homem Errado Tudo o que Valentina Costa queria era vingança. Cada passo, cada detalhe, foi calculado para capturar o empresário corrupto que destruiu sua família. Mas um único erro muda o rumo de tudo. O homem que acaba nas mãos dela não é o alvo… é Dominic Ferraz — um CEO poderoso, misterioso e muito mais perigoso do que ela imaginava. Dominic não se intimida. Amarrado, ele encara a situação como um jogo… e decide virar as regras a seu favor. Com um olhar que desnuda, palavras afiadas e a calma letal de um predador, ele transforma o sequestro em um duelo de vontades. Entre mentiras, atração e segredos sombrios, Valentina e Dominic mergulham em um perigoso jogo de poder e sedução. Porque ele também tem inimigos — e talvez ela seja a peça que faltava para vencê-los. Ela queria justiça. Ele queria controle. Mas nenhum dos dois esperava se perder no meio.
Ler maisCapítulo 1 – O homem errado
A van aguardava no beco, motor ligado, faróis apagados. Valentina apertou o volante com força, sentindo o couro frio sob as luvas. O relógio no painel marcava 22h17. O alvo passaria a qualquer momento. Respire. Entre, pegue, saia. Nada de hesitar. Dois anos planejando aquele instante. Dois anos alimentando o ódio pelo homem que destruíra sua família, deixando o pai arruinado e a mãe doente. Ela sabia cada passo, cada hábito dele, até o cigarro barato que fumava antes de entrar no carro. O som de passos ecoou na rua deserta. Ela deslizou para fora da van, a arma de choque firme na mão. A silhueta se aproximava: alto, ombros largos, sobretudo escuro. Era ele. Tinha que ser. Quando o homem dobrou a esquina, o poste de luz iluminou parcialmente seu rosto. Ela mal registrou o olhar atento antes de agir. Avançou, encostou o cano frio no pescoço dele e apertou o gatilho. O corpo rígido tombou, pesado. Ofegante, ela o arrastou para dentro da van, prendeu seus pulsos com abraçadeiras e ajustou a venda sobre os olhos. Só então percebeu algo errado — o perfume. Não era o mesmo. Forte, amadeirado… e caro. A van percorreu alguns quarteirões até o galpão abandonado. Lá dentro, ela o jogou na cadeira e arrancou a venda. Os olhos que a encararam eram de um castanho tão escuro que quase pareciam pretos. Havia algo hipnótico e perigoso neles — e nenhuma sombra de medo. — Interessante… — ele falou, a voz grave, arrastada, como quem saboreia uma provocação. — Você não faz ideia de quem colocou nessa cadeira. Valentina sentiu o sangue gelar. Aquele não era seu alvo. — Quem é você? — ela perguntou, tentando manter a voz firme. Um meio sorriso surgiu nos lábios dele. — O homem errado. E naquele instante, ela entendeu que talvez não fosse a caçadora… mas a presa. Valentina tentou manter o controle da situação, ajustando a postura para não demonstrar a inquietação que começava a pulsar dentro dela. — Ótimo. Então me diga quem é, antes que eu perca a paciência. Ele inclinou levemente a cabeça, estudando-a como se ela fosse um enigma que valia a pena decifrar. Apesar das mãos presas e das pernas amarradas à cadeira, Dominic Ferraz — embora ela ainda não soubesse seu nome — exalava algo que nenhum cativeiro parecia capaz de prender: domínio. — Você me pegou como se fosse um fantasma… mas está claro que não sabe o que fazer agora, não é? — O tom era de provocação, quase um sussurro, mas carregado de confiança. Valentina aproximou o rosto, deixando a lâmina da faca brilhar sob a luz fraca do galpão. — Eu sei exatamente o que fazer. A pergunta é: você vai colaborar ou vai preferir o caminho difícil? Ele sorriu, mas o sorriso não chegou aos olhos. — Faça o seu pior. Um arrepio subiu pela espinha dela. Não era desafio de quem se sentia forte… era o de quem tinha certeza de que já estava ganhando. O celular dela vibrou no bolso, quebrando o silêncio. Uma mensagem piscava na tela: “Mudança de planos. Nosso alvo foi visto entrando em um restaurante no centro. Confirme a posição.” O coração de Valentina deu um salto. Droga. Droga. Droga. O homem diante dela percebeu a hesitação e se inclinou para frente, as correntes rangendo. — Parece que alguém cometeu um erro caro — disse ele, com um brilho perigoso nos olhos. — E agora… você vai descobrir quanto custa sequestrar o homem errado. A porta do galpão rangeu ao ser empurrada pelo vento. Lá fora, passos ecoaram na calçada. E foi nesse instante que Valentina percebeu que o verdadeiro perigo talvez estivesse apenas começando.Jogando com o perigo O silêncio que se seguiu à acusação parecia durar minutos, embora fossem apenas segundos. O olhar do homem estava cravado nela, pesado, como se quisesse arrancar a verdade à força. Dominic continuava recostado, observando cada detalhe — e o pior era que Valentina sabia que, se ele se levantasse, não seria para salvá-la… mas para decidir se valia a pena mantê-la viva. Ela inspirou fundo, sentindo o coração bater rápido. Pense rápido, Valentina. — Fiz perguntas, sim — disse, finalmente. O tom era controlado, como se estivesse prestes a revelar um trunfo. — Mas não sobre você… e sim sobre quem anda ao seu redor. A sobrancelha dele se arqueou. — E por quê? — Porque sei que o maior perigo nunca está sentado à mesa — respondeu, inclinando-se levemente para frente. — Está atrás dela. E achei que você gostaria de saber quem pode estar jogando contra você. Um lampejo passou pelo olhar do homem, misto de curiosidade e desconfiança. Ele recostou-se, estudando-a. — Co
O primeiro teste O amanhecer tingia o céu de cinza quando Dominic bateu na porta do quarto onde Valentina tinha passado a noite. Não havia batidas apressadas, apenas três toques firmes, ritmados, como se estivesse avisando que não era um pedido. — Levanta, princesa. Temos um lugar para visitar. Ela abriu a porta e o encontrou encostado no batente, camisa social preta dobrada até os cotovelos, o perfume amadeirado dominando o ar. Atrás dele, Victor segurava uma pasta e um coldre preso na cintura. — Isso é sobre as fotos de ontem? — perguntou ela, cruzando os braços. Dominic deu um meio sorriso. — Digamos que… é um teste. Quero ver até onde você consegue ir sem se queimar. O carro preto os levou por ruas que pareciam ainda adormecidas. Dentro, o silêncio era cortado apenas pelo som do motor. Valentina fingia observar a paisagem, mas cada esquina que passava ela memorizava mentalmente. Se precisasse fugir… cada detalhe poderia ser útil. Quando chegaram, Victor abriu a porta para
Capítulo 8 – Jogo duploValentina pegou o celular, sentindo o peso frio do aparelho na mão. Dominic permaneceu em pé, braços cruzados, o olhar fixo nela como se estivesse cronometrando cada segundo antes da decisão.— Número — disse ele, sem alterar o tom.Ela digitou, mantendo o rosto impassível, mas por dentro cada músculo gritava alerta. Quando a linha chamou, sentiu o suor frio escorrer pela nuca.— Alô? — a voz masculina soou do outro lado.Valentina respirou fundo.— É melhor você esquecer tudo o que combinamos. Não vai acontecer mais nada. — Fez uma pausa, a tempo de perceber o pequeno sorriso satisfeito de Dominic. — E… cancela a encomenda para amanhã.Do outro lado, silêncio. Depois, um breve e carregado “Entendido”. A ligação caiu.Dominic se aproximou, tirando o celular da mão dela.— Boa garota.O elogio não tinha calor, apenas um controle frio, como quem acaba de colocar uma peça no lugar certo do tabuleiro.Mas o que ele não sabia… é que “cancelar a encomenda para amanhã
Capítulo 7 – Território deleO carro preto deslizou pelas ruas vazias até parar diante de um prédio discreto, sem placas, com janelas espelhadas que não revelavam nada lá dentro. Rafael saiu primeiro, conferindo a rua antes de abrir a porta para Valentina.— Entrem — disse Dominic, como se estivesse convidando para uma recepção e não conduzindo uma refém.O interior era silencioso e limpo demais para um esconderijo improvisado. Piso de mármore, móveis minimalistas, cheiro de couro novo. Um contraste gritante com o galpão úmido de onde haviam saído.Victor fechou todas as trancas enquanto Rafael desaparecia por um corredor. Dominic caminhou até um bar no canto da sala, serviu uísque para si e água para ela, como se fosse um gesto de cortesia.— Beba — disse, empurrando o copo na direção dela.Valentina cruzou os braços. — Prefiro ficar com sede.Ele deu um meio sorriso. — Orgulho é bom… até o momento em que começa a matar.Dominic sentou-se no sofá, o copo de uísque na mão, e fez um ge
Capítulo 6 – Saindo da tocaO frio da madrugada entrou pelo galpão quando Rafael abriu a porta, revelando o beco estreito iluminado apenas por um poste distante. O vento carregava o cheiro úmido de chuva e gasolina.— Hora de sair, princesa — disse Dominic, como se fosse ele quem estivesse no comando, mesmo ainda com os pulsos amarrados. — A festa vai começar lá fora.Valentina manteve a faca na mão, mas estava alerta demais para não perceber o perigo: sair dali significava entrar num território que ela desconhecia, com três homens que jogavam em conjunto — e um deles claramente já a tinha estudado mais do que ela gostaria.— Não confunda as coisas — disse ela, firme. — Eu não trabalho para você.Dominic sorriu, aquele sorriso irritantemente calmo.— Ainda não.Victor se aproximou e cortou as amarras dos pulsos dele com um movimento rápido. Ao invés de atacar ou fugir, Dominic apenas massageou os pulsos, como se estivesse saboreando a liberdade no tempo dele. O controle não vinha da f
Capítulo 5 – A isca ou a armaDominic girou lentamente o pulso, como se estivesse afinando o tempo do próprio jogo. O olhar dele não vacilava, como se cada respiração de Valentina fosse parte de um interrogatório silencioso.— Sabe qual é a beleza disso tudo, princesa? — A voz dele era baixa, mas carregada de veneno doce. — Você entrou no meu mundo achando que estava no comando… e agora está sentada no meio de um tabuleiro que eu controlo desde o início.Ela fechou a mão em volta da faca, tentando segurar firme o pouco que restava da sua confiança.— Então fala de uma vez. O que acha que sabe?Dominic se inclinou para frente, as correntes de seus pulsos rangendo.— Sei que o homem que você queria… não é apenas o responsável pela falência do seu pai. Ele também é a razão pela qual sua mãe… nunca mais foi a mesma.O sangue sumiu do rosto de Valentina.— Cala a boca.— Acertei em cheio, não é? — Ele sorriu, satisfeito. — Eu faço a lição de casa, princesa. Sempre.Rafael deu um passo lent
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