Uma notificação iluminou a tela escura do celular.
+5.000.000,00
Conta: Instituto Privado Monteverdi (D.F.)
Nenhuma mensagem acompanhava.
Nenhuma explicação.
Nenhuma ordem.
Dominic falava assim: com dinheiro, território e silêncio.
Valentina ficou olhando a tela por longos segundos, sentada à mesa da suíte que agora chamavam de “o quarto dela” na mansão.
A xícara de café esfriava ao lado da mão, intocada.
Cinco milhões.
Cinco milhões que diziam:
Agora é com você.
Ela respirou fundo.
— Muito bem, Ferraz. — sussurrou, apoiando o queixo sobre a mão. — Quer ver se eu afundo… ou se eu reino.
Levantou-se.
A cidade surgia além do vidro — prédios, fumaça, vida.
Era estranho pensar que, há poucos meses, ela atravessava catracas de metrô correndo para bater ponto.
Agora, era ela quem definia hora, lugar e quem sobrevivia ao dia.
Valentina espalhou pastas sobre a mesa.
Rotas de distribuição.
Níveis de demanda.
Pontos neutros.
E o mapa da Zona Sul — t