Wendy Montenegro é uma jovem independente e determinada cuja vida vira de cabeça para baixo quando seu pai, um rico empresário, falece inesperadamente. Para sua surpresa, a leitura do testamento revela uma cláusula peculiar: Wendy só herdará sua fortuna se casar-se com um completo desconhecido, Ethan Blackwell, um empresário misterioso que fazia parte do círculo social de seu pai. Sentindo-se traída e furiosa por ser obrigada a compartilhar sua vida com um estranho, Wendy não entende a razão por trás dessa condição absurda. Conforme Wendy se encontra pessoalmente com Ethan, o homem desconhecido, ela começa a desvendar segredos e a descobrir a verdade por trás do testamento. Eventualmente, percebe que Ethan Blackwell não é apenas um empresário misterioso, mas também um poderoso lutador. À medida que mergulha nesse mundo perigoso e desconhecido, Wendy é confrontada com escolhas difíceis e um dilema emocional: seguir seus próprios desejos e encontrar o amor verdadeiro, ou cumprir o acordo para garantir sua herança? Neste romance repleto de reviravoltas, segredos obscuros e paixão proibida, Wendy Montenegro terá que confrontar suas emoções, questionar suas convicções e decidir se pode confiar no homem desconhecido que agora faz parte de sua vida.
Ler maisLondres, 2013.
— Isso é ridículo! Eu não posso aparecer na frente de toda aquela gente, usando essa coisa horrenda.
— Seu pai escolheu. Você está mais do que careca que saber, que as decisões do seu pai são irrefutáveis.
Wendy encara o espelho mais uma vez e cruza os braços, extremamente irritada. Ela chega à conclusão de que seu pai só pode enxergá-la como uma palhaça, para fazer com que vista aquele vestido roxo todo armado e com mangas bufantes.
— É meu aniversário de quinze anos. Eu deveria ter pelo menos o direito de escolher o que vestir.
Abby, a babá de Wendy, apenas encolhe os ombros e sorri para a menina através do espelho.
— Você sabe que não é apenas o seu aniversário. — a velha mulher diz, abraçando a garota de lado. — E não importa a roupa que você vista, menina. Você sempre estará linda.
— Sua opinião não vale, babá. Eu duvido que Steve vá me achar bonita dentro desse troço enorme e roxo.
— Claro que...
Abby teve sua fala cortada, pela presença de uma das empregadas, informando que o pai de Wendy está a chamando. A festa já tinha mais de uma hora de duração e a aniversariante ainda não havia saído do quarto.
— Babá...
Ignorando aquela voz arrastada, Abby conduz Wendy para fora do quarto. Ela se ocupa em arrumar o longo e dourado cabelos da menina, antes que ela descesse a escada do castelo.
Wendy não conhecia quase ninguém que estava no enorme salão. As pessoas engravatadas e mais velhas, lhe faziam perceber que não importava aquele vestido feio que estava usando. Apesar de ser seu aniversário, aquela festa não era para ela.
No dia em que estava vindo ao mundo, seu pai, Oliver Montenegro, fundava a grandiosa fábrica de vinhos, que viria a ser a maior fonte de renda da família. Por esse motivo, ele não esteve no nascimento de sua primogênita. Por esse motivo, aquela festa era para comemorar os quinze anos de grande sucesso da Vinhos Montenegro.
Ela olha em volta, procurando algum resquício de que sua melhor amiga esteja por ali. Se Antonella não estivesse no aniversário de Wendy, a garota podia se declarar oficialmente não amada.
Ao ter um vislumbre de um cabelo tingido de roxo, passando pelas portas que dava para os fundos do castelo, Wendy resolve ir até lá. Aquele breve caminho, leva alguns minutos a mais para ser feito, devido a algumas pessoas terem a parado para parabenizá-la.
— Isso está tão chato! Quem comemora o aniversário de quinze anos, junto com o de uma empresa?
Wendy estava prestes a responder sua amiga, quando ela escutou a resposta vir de uma voz masculina.
— Quem liga? Nós não viemos aqui por causa de festa algum mesmo.
A aniversariante para e pisca repetidas vezes. Ela não acreditava na voz que tinha acabado de escutar.
— Steve? – ela murmura para si mesma, procurando uma brecha para espiar o que estava acontecendo.
M*****a foi a hora em que ela encontrou um buraco em um arbusto. Wendy viu a sua melhor amiga de infância, aos beijos com o garoto que ele é apaixonada há mais de um ano.
— Você é tão linda, Antonella. – Steve diz, passando a mão por baixo do vestido liso da garota. – Eu não entendo por que temos que ficar as escondidas.
— Eu já te expliquei. Wendy é apaixonada por você. Eu não posso furar o olho da minha melhor amiga.
— Isso não é justo! – o garoto reclama, se afastando de Antonella. – Não há nada que eu goste naquela garota. Além de nerd, sem graça, usa aquelas roupas estranhas e parece que nunca cortou o cabelo. Ela é feia. Jamais ficaria com aquela menina.
Aquela última frase foi o suficiente para que Wendy desabasse. Se ela já se sentia feia com aquele vestido roxo, era melhor nem se olhar no espelho. A maquiagem da mesma cor, estava derretida por todo o rosto branco da menina.
Ao invés de se revelar e expor tudo o que sabe para aqueles dois traidores, chorando, Wendy da meia volta e entra no castelo. Ninguém ali se importava com o estado em que ela estava e se importou menos ainda, ao vê-la pegar uma garrafa de champanhe e ir para a parte mais alta do castelo.
Wendy parou diante do pequeno muro e não foi capaz de visualizar a beleza da paisagem a sua frente. Seu coração estava partido. Duas vezes. E a solução que ela encontrou para curar aquilo, foi o álcool.
— Eca. – ela cospe, sendo incapaz de engolir aquilo.
— Champanhe para um primeiro porre não é uma boa escolha.
Wendy se assusta com a voz grossa atrás dela e deixa a garrafa cair.
— Merda. – Wendy murmura, olhando o vidro se espatifar na grama. Ela olha para trás e limpa o nariz com as costas da mão, enquanto encara o homem desconhecido. — Quem é você?
— Por que estava prestes a se embebedar? – ele questiona, ignorando a pergunta feita por ela. – Uma menina tão linda como você, não deveria estar aqui em cima sozinha. É perigoso.
— Eu não sou bonita e gosto de ficar sozinha. Não tem perigo nenhum aqui.
O homem da alguns passos para a frente e para ao lado de Wendy. Ela olha para cima, encarando-o diretamente nos olhos verdes. Wendy gostava de olhos verdes.
— Você é a menina mais linda que eu já vi na vida. – ele tenta tocar o rosto dela, mas Wendy faz uma careta e se desvencilha. – O que foi?
— Está dando em cima de mim? Você tem idade para ser o meu pai.
— Nossa, não. – o homem solta uma risada baixa. – Você tem apenas a metade da minha idade.
— O que já é muito. – Wendy balança a cabeça. Aquela conversa estranha já estava levando tempo demais. Ela sequer conhecia aquele cara e estava sozinha com ele. – Vou embora.
Antes que ela pudesse se afastar, o homem segura em seu braço. Ela encara a mão que a agarrava e depois os olhos verdes que tanto havia gostado.
— Eu gostei de você. Acho que vou esperá-la crescer.
— Eca, seu maluco. Deus me livre.
Como o homem não segurava com força o seu braço, Wendy fez um simples movimento e se soltou, saindo o mais depressa que conseguia, daquele homem estranho.
Mas com lindos olhos verdes.
O barulho dos pequenos pés correndo pelo quintal arrancou um sorriso de Ethan. Ele se recostou na espreguiçadeira, observando Wendy correr atrás da criança de cabelos escuros e riso fácil. Jasper soltava risadas altas, a pequena camiseta amassada pelo calor da brincadeira. Ele corria o mais rápido que suas perninhas de três anos permitiam, desviando de Wendy com agilidade surpreendente. — Você não vai me pegar, vovó Wendy! — ele gritou, a voz infantil cheia de travessura. — Ah, é o que veremos! — Wendy respondeu, acelerando os passos e pegando Jasper nos braços. Ele soltou uma gargalhada enquanto ela girava no ar com ele. Ethan balançou a cabeça, sorrindo. Era uma cena que ele nunca imaginou viver, mas ali estava ele: vendo seu neto crescer, sentindo o calor do sol em sua pele e o coração leve como há muito tempo não sentia. Jasper se contorcia nos braços de Wendy, tentando escapar, e quando finalmente conseguiu, correu na direção de Ethan. — Vovô, me salva! Ethan abriu os braç
Round 4 A luta virou. Maddox dominava agora. Cada golpe parecia pesar o dobro. Ethan tentava respirar fundo, recuperar o ritmo, mas o cansaço se instalava. Maddox viu a oportunidade e atacou sem piedade. Ele acertou um uppercut brutal, jogando Ethan contra a grade. O árbitro quase interveio, mas Ethan ergueu os punhos, mostrando que ainda estava na luta. A campainha soou, e Ethan caminhou para o seu canto sentindo o gosto metálico do sangue na boca. Clifton falava com ele, mas os sons estavam abafados. Round 5 - O Último O round começou com Maddox impiedoso. Ele estava sedento pela vitória. Ethan tentava se defender, mas seus movimentos estavam lentos. Então, aconteceu. Maddox girou o quadril e desferiu um chute alto, atingindo Ethan na têmpora. O impacto foi como um trovão. Seu corpo cedeu, e ele desabou no chão, deslizando até a grade do octógono. Por um instante, tudo ficou em silêncio. A arena pareceu desaparecer. E então, ele ouviu. — Levanta! A voz perfurou sua consci
Ethan estava sentado no banco do camarim, os cotovelos apoiados nas coxas, os dedos entrelaçados enquanto encarava o próprio reflexo no espelho. O ar pesado do ambiente parecia vibrar com a expectativa que pairava no ar. O barulho abafado da multidão ecoava pelos corredores, um lembrete constante de que, em poucos minutos, ele estaria no centro do octógono, lutando não apenas por uma vitória, mas por algo muito maior. Clifton, seu treinador, estava de pé ao lado, os braços cruzados sobre o peito. Ele observava Ethan com um olhar firme, porém, carregado de uma determinação quase feroz. — Essa é a oportunidade do século para nós dois, irmão. — Clifton disse, sua voz rouca cortando o silêncio. — Se vencer essa luta, não só você se consagra como o maior dessa geração, mas nós provamos que todo o esforço valeu a pena. E vai conseguir sua vingança pessoal. Ethan soltou um suspiro, passando a mão pelo rosto suado. O peso do momento era esmagador, mas não era isso que o inquietava. Seu cor
— Chloe não está na cidade e Pietra quase não aparece em casa. — Então a casa está praticamente vazia. — Wendy comentou, ajustando a alça da bolsa enquanto seguia Theo pelo estacionamento do aeroporto. — Exato. — Ele confirmou, destravando o carro. — O que significa que você pode ficar lá sem ninguém te incomodar. Wendy parou ao lado do veículo e o encarou. — Theo… — Não quero ouvir desculpas. Você voltou para Londres e não faz sentido se enfiar em um hotel quando o seu quarto espera por você na mansão da família. Ela suspirou, passando a mão pelos cabelos. — Eu não sei se é uma boa ideia… — Por quê? — Ele cruzou os braços. — Quer ir para o apartamento do Ethan? Wendy bufou, revirando os olhos. — Claro que não. — Então qual o problema? Ela apertou os lábios, desviando o olhar. — Eu só... não quero estresse com as gêmeas. Domingo eu volto para a Itália e não quero confusão antes disso. Theo soltou um riso sem humor. — Wendy, pelo amor de Deus. Você acha mesmo que Chloe e
[Meses depois] O sol da Sicília pairava sobre os vinhedos, iluminando a paisagem dourada que se estendia ao longe. Wendy caminhava pelos corredores da sede italiana da empresa com passos firmes, vestida impecavelmente em um conjunto de alfaiataria que exalava confiança. Havia se passado quatro meses desde que decidira permanecer na Itália, e nesse tempo ela se provou uma líder inquestionável. No momento, estava reunida com investidores, apresentando os relatórios do trimestre. Seu italiano fluente e seu tom firme garantiam que sua presença fosse sentida na sala. Ela destacava os números positivos, os novos acordos fechados e o crescimento significativo da distribuição dos vinhos para o mercado europeu. — Como podem ver, nossa estratégia de expansão tem dado resultados consistentes. E com a nova colheita prometendo uma safra ainda mais refinada, nossas projeções só melhoram. Os investidores trocaram olhares satisfeitos, assentindo conforme ela concluía a apresentação. Wendy apertou
O estômago de Ethan se revirou. Ele fechou os olhos por um breve momento, tentando conter a avalanche de emoções que o atingia. — Você destruiu tudo… — Ele murmurou, os punhos tão cerrados que as articulações estavam brancas. — Não, meu bem. — Claire se aproximou lentamente, tocando seu rosto com a ponta dos dedos, mas ele se afastou com nojo. — Foi você. Você quem traiu a sua mulher. — Sai daqui. — Ethan diz, segurando seu celular com força. — SAI DAQUI. Com um sorriso triunfante, Claire jogou o cabelo para trás e saiu do quarto de Ethan. Assim que a porta se fechou atrás dela, Ethan sentiu o peso esmagador da realidade cair sobre ele. Seu peito subia e descia em um ritmo frenético, o suor frio escorrendo por sua nuca. Com dedos trêmulos, desbloqueou o celular e deslizou pelos registros de chamadas. A última ligação de Wendy ainda estava lá. Um nó se formou em sua garganta ao imaginar o que ela deve ter sentido ao vê-lo daquela forma, ao ouvir aquelas palavras de Claire. Ele
Último capítulo