O outro lado do jogo
O carro preto seguiu em silêncio até parar diante de um galpão afastado. As luzes fracas do pátio iluminavam apenas o necessário: um espaço onde nada de bom costumava acontecer.
Dominic desceu primeiro, ajeitando o paletó com calma irritante. Não havia pressa em seus passos, como se já soubesse o desfecho da noite. À porta, dois homens o aguardavam, segurando um sujeito amarrado e com o rosto ensanguentado.
— Um rato — disse Victor, empurrando o traidor para frente. — Tentou passar relatórios para o rival.
O homem gemeu, implorando algo que ninguém pareceu ouvir. Dominic apenas passou os olhos por ele, como quem avalia uma mercadoria danificada. Em seguida, virou-se para Rafael Cortez.
Rafael era diferente de Victor. Enquanto o executor ficava nas sombras e cuidava do serviço sujo, Rafael era o braço direito que mantinha as mãos limpas. Aparecia em reuniões, eventos e viagens, sempre impecável, sempre educado. Mas Dominic sabia — e todos que o conheciam també