Em 1996, no Texas, Jack Colt é um fazendeiro respeitado, conhecido por sua riqueza e integridade. Mas sua vida toma um rumo inesperado quando Clayton, um antigo amigo, lhe oferece uma proposta impensável: casar-se com sua filha, Charlotte, em troca do perdão de suas dívidas. Apesar da hesitação inicial, Jack aceita o acordo sob a condição de um contrato. No entanto, a situação se complica quando Jack descobre a verdadeira beleza e vulnerabilidade de Charlotte, despertando nele um forte desejo de protegê-la e cuidar dela. Em meio ao caos, nasce um romance improvável, forçando Jack a confrontar seus próprios sentimentos e a lutar por um futuro que nunca imaginou querer.
Ler maisPrólogo
Cidade de Amarillo, Texas, 1996. Jack Colt é um dos fazendeiros mais ricos do Texas, suas terras se estendem até onde seus olhos não podem ver. Mesmo com tanto poder e dinheiro, sente que falta algo em sua vida. Ele entra no casarão da fazenda e anda até o escritório com a testa franzida. Nunca imaginou que algum dia iria querer ter filhos. Essa vontade estranha de ser pai apareceu de um momento para o outro na semana passada, quando foi convidado por um casal de amigos de outra fazenda para um jantar em comemoração aos dois anos de casados e da filha recém-nascida. Quando viu a pequena garota e a segurou todo desajeitado com medo de derrubá-la, seu coração encheu-se de amor pela pequena. Ela era linda, uma pequena princesinha. Sentado à cadeira, não consegue prestar atenção nos documentos à sua frente. Precisa encontrar alguém para ser sua esposa e lhe dar filhos, pelo menos uns cinco. Os papéis de negócios que antes dominavam seus pensamentos agora pareciam insignificantes. As letras em negrito e as planilhas complexas não conseguiam competir com a imagem daquela garotinha nos seus braços. Ele se viu sonhando acordado com uma família própria, crianças correndo pelos campos, risadas enchendo o ar. Jack suspirou, passando a mão pelo cabelo em um gesto de frustração. Ele sabia que encontrar uma esposa não seria tão simples quanto fechar um negócio. Precisava de alguém que compartilhasse sua visão de vida no campo, que estivesse pronta para enfrentar as dificuldades e desfrutar das alegrias de criar uma família em uma fazenda. Levantou-se e caminhou até a janela do escritório, olhando para o vasto horizonte de suas terras. A vastidão e a solidão que antes o confortavam agora só acentuavam o vazio que sentia. Ele precisava de um plano. Talvez fosse hora de socializar mais, frequentar eventos locais, participar das feiras e dos bailes. A vida no campo podia ser isolada, mas Amarillo era uma cidade grande o suficiente para proporcionar oportunidades de conhecer novas pessoas. Jack sabia que tinha muito a oferecer. Não era apenas um fazendeiro rico, mas um homem honesto e trabalhador, com valores sólidos e um desejo genuíno de formar uma família. Só precisava encontrar a pessoa certa para compartilhar tudo isso. Determinando-se a seguir em frente, ele saiu do escritório com uma nova resolução. Amarillo tinha muitas possibilidades, e ele estava pronto para explorar cada uma delas. Afinal, um homem como ele, com a determinação de Jack Colt, nunca fugia de um desafio. E encontrar o amor e construir uma família seria sua nova e mais importante missão. *** Capítulo 1 Enquanto caminhava até o estábulo para selar seu garanhão, Jack ouviu passos atrás de si. Embora estivesse desarmado, fingiu não perceber e continuou até as selas, onde guardava uma pistola 38 embaixo de uma delas. Com rapidez, pegou a arma e se virou, apontando-a, mas abaixou o revólver assim que reconheceu a pessoa. - Clayton, seu desgraçado! Quase te acertei! Clayton deu uma risada ruidosa. Seus olhos estreitaram-se com malícia enquanto ele avançava, exalando uma aura de desprezo. - Você está sempre tão tenso, Jack. Acha que eu viria até aqui para te machucar? Não seja paranoico. Jack apertou os lábios com desconfiança, mas relaxou ligeiramente ao ver que Clayton não representava uma ameaça imediata. No entanto, a presença do homem sempre trazia consigo uma sensação de intranquilidade. - O que você quer, Clayton? Não tenho tempo para brincadeiras - disse Jack, sua voz carregada de desdém. Clayton deu de ombros, seus olhos brilhando com uma mistura de desafio e diversão. - Ah, Jack, sempre direto ao ponto. Eu gosto disso. Mas relaxe, não estou aqui para causar problemas. Na verdade, estou aqui com uma proposta que pode lhe interessar. Jack arqueou uma sobrancelha, intrigado apesar de si mesmo. Clayton não era conhecido por suas propostas benevolentes, mas a curiosidade de Jack foi despertada. - Continue - disse ele, sua voz cautelosa. Clayton sorriu, revelando um conjunto de dentes amarelados do tempo e mal cuidado. - Tenho ouvido falar das suas ambições, Jack. Parece que você está querendo expandir seus negócios, talvez até mesmo encontrar uma esposa para compartilhar sua fortuna. E eu tenho uma oferta que pode tornar tudo isso muito mais fácil para você. Jack franziu a testa, desconfiado. Ele sabia que qualquer oferta de Clayton vinha com uma série de forcas para escolher uma e se arrepender depois. Não estava disposto a se envolver em nada que comprometesse sua integridade ou sua independência. - Vá direto ao ponto, Clayton. O que você quer? Clayton inclinou-se para frente, seu sorriso se alargando como se estivesse prestes a revelar um grande segredo. - Jack, como você sabe, tenho uma filha, Charlotte. Ela tem 23 anos, uma jovem encantadora e inteligente. Estou disposto a oferecê-la em casamento para você. Os olhos de Jack se arregalaram em surpresa e indignação. Ele mal conseguia acreditar no que estava ouvindo. Oferecer a própria filha em troca de uma dívida era uma proposta ultrajante e repugnante. - Você está louco, Clayton? Você acha que eu aceitaria isso? Charlotte é uma mulher, não uma mercadoria para ser trocada como um bem - respondeu Jack, sua voz repleta de repulsa. Clayton ergueu as mãos em um gesto de defesa, tentando acalmar os ânimos de Jack. - Agora, não seja precipitado, Jack. Charlotte concorda com isso. Ela sabe que é uma oportunidade única para ela. E, claro, se você aceitar essa oferta generosa, podemos esquecer completamente minha dívida. E você terá uma esposa para compartilhar sua fortuna. Jack sentiu uma mistura de choque, raiva e nojo. Ele jamais poderia aceitar uma proposta tão repugnante. Charlotte não merecia ser tratada como uma peça em um jogo de negócios entre seu pai e um amigo. Apesar de nunca ter visto a jovem mulher, o amigo só descobriu que era pai quando avisaram que a esposa que abandonou a mais de vinte anos tinha falecido. - Você é um monstro, Clayton. Eu nunca aceitaria tal proposta. E se você acredita que isso me fará esquecer a sua dívida, está enganado. Jamais me sujeitarei a algo tão abominável - declarou Jack, sua voz ecoando firme no estábulo. Clayton arregalou os olhos, surpreso pela recusa firme de Jack. Ele tentou argumentar, mas Jack não estava interessado em ouvir. Com uma expressão de desgosto, disse: - Arrume outra forma de me pagar, Clayton. Eu não aceitarei essa proposta - Jack disse com firmeza, virando-se para sair do estábulo. Clayton observou Jack sair, seus olhos brilhando com uma mistura de raiva e frustração. Mas então, um sorriso malicioso surgiu em seu rosto. - Bem, se você não quer minha filha, talvez Silas a queira - disse num tom ligeiramente alto para o amigo ouvir. Jack congelou no lugar, seus olhos se estreitando em descrença. Silas era um homem de idade avançada, conhecido na região por sua brutalidade com as esposas. Todos sabem que suas mulheres não faleceram de causas naturais, mas nunca encontraram nada que o incriminasse a ponto de o prender. Apenas suspeitas. Ele era temido e evitado por todos, principalmente pelas mulheres. Engole seco antes de se virar. - Você está louco, Clayton. Silas é um homem velho e violento. Nenhuma mulher merece ser submetida a ele, muito menos à sua própria filha - Jack respondeu, sua voz tremendo de indignação. Clayton deu de ombros, seus olhos cintilando com satisfação por ter provocado seu amigo. - Bem, isso é problema meu, Jack. Se não quer Charlotte, então ela terá que lidar com Silas. Jack sentiu-se nauseado com a ideia. Ele sabia que não podia deixar Clayton usar sua filha como uma moeda de troca, mas também sabia que não podia permitir que ela fosse entregue a alguém como Silas. - Duvido que você faça isso. Não seria um pai tão abominável. Com um último olhar de desprezo para Clayton, Jack saiu do estábulo. - Veremos Jack! Está convidado para o casamento que será em uma semana! - disse num tom alto em seguida gargalhou. - Em uma semana terei o dinheiro que te devo. Até mais, meu amigo.Capítulo 106 Meses depois... Madelyn estava no hospital, as contrações se intensificavam cada vez mais. Matthew estava ao seu lado, segurando sua mão, tentando oferecer o máximo de conforto. Charlotte, Jack e Joshua aguardavam ansiosos do lado de fora, enquanto os minutos se arrastavam como horas. Finalmente, o som do choro de um recém-nascido encheu o quarto. A enfermeira, com um sorriso caloroso, entregou o pequeno bebê nos braços de Madelyn. Seus olhos se encheram de lágrimas ao olhar para o filho, um menino saudável com os cabelos loiros, tão parecidos com os de Matthew. — Ele é perfeito, Madelyn — Matthew sussurrou emocionado, beijando sua testa. — Sim, ele é — Madelyn respondeu, com um sorriso radiante. — Quero dar a ele o nome de Maxwell, em homenagem a você e ao meu tio Max. Ele sempre foi uma figura importante na minha vida, assim como meu pai. Matthew concordou com um aceno de cabeça, sentindo o peso e a importância da homenagem. Jack, que entrou no quarto com os ol
Capítulo 105A perseguição começou feroz, com a caminhonete de Joshua disparando pela estrada de terra, levantando uma nuvem de poeira enquanto os outros veículos da fazenda e as viaturas da xerife seguiam logo atrás. Jack estava na carroceria com Matthew e Jackson, com o rosto endurecido pela raiva e a preocupação.Do outro lado, os sequestradores, confiantes de que conseguiriam despistar os Colt, aceleravam pela estrada sinuosa. Eles conheciam o terreno e tinham preparado um plano. Num ponto estratégico, o motorista da caminhonete sequestrada fez uma curva brusca, saindo da estrada principal e entrando em uma trilha quase imperceptível, coberta por uma vegetação densa. O objetivo era simples: perder os perseguidores no labirinto de trilhas secundárias.- Eles não vão conseguir nos seguir aqui - disse um dos sequestradores com um sorriso presunçoso.Enquanto os sequestradores dirigiam pela estrada de terra, um deles olhou para o outro, confuso.- Ei, onde está a Charlotte? O Clayton
Capítulo 104A semana passou em um piscar de olhos para Jackson e Joshua. Durante os dias que esteve na fazenda, Jackson deixou de lado o terno e gravata que usava em sua rotina empresarial com o pai e vestiu-se como um verdadeiro cowboy: calça jeans surrada, camisa xadrez, chapéu de aba larga e botas que soavam firme contra o chão de terra. Era uma mudança que ele sempre apreciava, um retorno às raízes que lhe trazia uma sensação de pertencimento e paz.Ele adorava estar com os pais, mas havia algo de especial em estar na fazenda dos tios, cercado pelos primos. As vidas deles seguiam caminhos tão distintos, em países diferentes, mas sempre que se reuniam, a conexão familiar parecia ser reforçada, como se os laços entre eles fossem indestrutíveis.A notícia de que Maddie estava esperando um bebê encheu o coração de Jackson de alegria. Saber que o legado da família Colt continuaria, crescendo e se fortalecendo, o deixava orgulhoso. Era como se ele pudesse ver a história da família se d
Capítulo 103Clayton mal conseguia esconder a frustração enquanto encarava o relógio de luz que girava inutilmente. Já se passavam três dias desde que os técnicos haviam religado a energia na fazenda, mas a casa continuava mergulhada na escuridão. O tempo só agravava sua irritação e ele sabia que precisava agir rapidamente. Com a mandíbula cerrada, montou na velha caranga e dirigiu-se de volta à cidade, determinado a encontrar um eletricista.Ao chegar, a nostalgia o invadiu. Vinte anos haviam se passado, e a cidade que ele conhecera estava diferente, quase irreconhecível. A vida que foi arrancada dele havia mudado de forma irreversível, mas seu propósito continuava claro como o dia: a vingança.Enquanto procurava por um eletricista, seus olhos captaram uma visão que o fez parar abruptamente.Ao longe, andando pela calçada, ele viu uma jovem mulher de cabelos negros caminhando ao lado de outra, com a mesma cor de cabelo. A semelhança era inegável, e algo em seu interior dizia que aque
Capítulo 102Na manhã seguinte, Clayton despertou com o primeiro raio de sol filtrando pelas janelas sujas de sua casa que ficou vinte anos abandonada.Ele foi até a cozinha, o cheiro da fumaça do fogão a lenha ainda pairava no ar, e o gosto amargo do café preto, a única coisa decente que ele tinha para beber.Ele sabia que precisava resolver o problema da luz, mas para isso, teria que ir até a cidade. A velha caranga encostada no quintal, que mal funcionava, seria sua única opção de transporte. Clayton deu partida no motor, que roncou e tossiu antes de finalmente pegar, e seguiu pela estrada de terra, com os pensamentos focados no que precisava ser feito.Durante o caminho, ele pensava no futuro. A sorte estava do seu lado, afinal, ele havia sido esperto o suficiente para enterrar uma quantia considerável de dinheiro no quintal, dinheiro que ninguém sabia que existia. Isso o manteria por alguns meses, pelo menos até que ele conseguisse ganhar uma quantia maior.Quando chegou à cidade
Capítulo 101O homem estacionou na frente da casa da fazenda, o motor do carro emitindo um ronco alto antes de silenciar. Desceu lentamente, os ombros curvados sob o peso dos anos e das lembranças, enquanto sua mão áspera coçava a barba desgrenhada que já não via uma lâmina há semanas. Em sua outra mão, segurava firmemente o resultado do exame de Madelyn Colt, o papel amassado de tanto ser lido e relido.A porta da casa estava entreaberta, rangendo com o vento que trazia o cheiro de terra e folhas secas. Ele entrou sem hesitar, seus passos ecoando pelos corredores vazios. O lugar estava em ruínas, tomado por teias de aranha, ratos e a sujeira do abandono. Mas para ele, isso não importava. Aquilo era apenas um reflexo de sua própria decadência.Seu primeiro passo foi em direção ao interruptor. Como esperava, a energia estava cortada. Precisaria religá-la se quisesse qualquer esperança de reerguer a casa, assim como ele precisaria se reerguer.Com um suspiro cansado, ele prendeu o exame
Último capítulo