A Noiva Quebrada do Mafioso

A Noiva Quebrada do Mafioso PT

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Última atualização: 2025-06-10
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Índice

Ela tinha tudo planejado: o vestido dos sonhos, o buquê perfeito e um amor que acreditava ser para a vida toda. Mas tudo desmoronou quando perdeu seu bebê. Afundada em uma espiral de tristeza e desespero, ela encontrou na comida seu único conforto. Os quilos a mais vieram, assim como o olhar frio e cruel do homem que prometeu amá-la. No dia do casamento, ele não teve piedade. A deixou plantada no altar, humilhada, rejeitada... desprezada. Desnorteada, ainda vestida de noiva, ela busca refúgio em um bar qualquer de Nova Iorque, tentando engolir as lágrimas junto com doses de tequila. É quando ele surge. Frio. Perigoso. Misterioso. Um homem que carrega o submundo aos seus pés, com sangue nas mãos e bilhões na conta. Ninguém se atreve a cruzar seu caminho... até agora. Ele não é do tipo que oferece conforto. Não é gentil. Não é herói. Mas, ao vê-la naquele estado devastada, arrasada, quebrada , algo nele quebra também. Um gesto simples, um lenço estendido, acende uma obsessão que ele não sabe controlar. E quando um homem como ele deseja… ele toma. Ela não sabe que está prestes a se tornar a rainha do submundo de Nova Iorque. E que seu coração partido agora pertence ao homem mais perigoso da cidade.

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Capítulo 1

Capítulo 1 – Desmoronada

Ava

Eu costumava sonhar com meu casamento.

Cada detalhe.

O vestido branco de renda francesa, os lírios no buquê, a trilha sonora no piano, a emoção nos olhos dele quando me visse entrando na igreja.

Mas a verdade é que eu me tornei a noiva que ninguém quer ver no altar.

Tudo começou a desmoronar no dia em que vi aquele sangue escorrendo pelas minhas pernas.

Era só um incômodo no começo. Uma pontada estranha, uma cólica mais forte… Mas no fundo, eu já sabia. O meu corpo gritava, e meu coração, de alguma forma, já chorava antes mesmo de ouvir o veredito.

"Não tem mais batimentos."

Foi o que a médica disse. Tão calma. Tão fria.

Como se não tivesse acabado de enterrar meu mundo inteiro com três palavras.

Eu queria morrer ali mesmo. Não fazia sentido continuar vivendo se o coraçãozinho que batia dentro de mim tinha parado.

Nos dias que se seguiram, eu mal conseguia sair da cama. A dor me paralisava. A culpa me consumia.

Será que eu fiz algo errado? Será que foi porque trabalhei demais? Comi algo que não devia? Andei rápido demais?

Cada detalhe virava uma arma apontada pra mim.

E no meio de tudo isso… ele.

David.

O homem que me pediu em casamento com lágrimas nos olhos.

O homem que beijava minha barriga toda noite antes de dormir.

O mesmo homem que começou a me olhar diferente depois que o nosso bebê morreu.

Ele nunca me culpou em voz alta.

Mas o silêncio dele gritava.

A ausência dele pesava mais do que qualquer julgamento.

E eu... eu não sabia lidar.

Foi aí que a comida virou meu abrigo. Meu vício. Minha muleta.

Sorvete de madrugada, pizza com extra de tudo, barras de chocolate escondidas dentro da gaveta do criado-mudo.

A comida não me julgava. Ela não ia embora. Ela não chorava na sala enquanto eu chorava no banheiro.

E os quilos vieram. Um por um.

Lentos, discretos… até que eu não conseguia mais fechar o zíper das calças. Até que meu reflexo começou a me causar repulsa.

Hoje, faltando menos de vinte e quatro horas para o meu casamento, eu estou com trinta e cinco quilos a mais.

Meus braços têm marcas que não estavam ali antes. Minhas coxas se encostam e doem com o atrito. Meu rosto — redondo, inchado, cansado — mal lembra quem eu era antes.

Mas ainda assim…

David diz que quer se casar comigo.

Pelo menos, é o que diz para os outros.

Comigo, ele mal fala.

Os preparativos continuaram porque o mundo não parou, mesmo quando o meu caiu.

As flores foram encomendadas. O vestido foi ajustado às pressas.

A fotógrafa confirmou presença. E minha mãe continua ligando a cada quinze minutos, surtando por algum detalhe.

Mas ele… ele só aparece quando precisa.

Ontem, vi ele olhando para mim de longe, quando fui experimentar o vestido.

Nos olhos dele tinha algo... não era amor. Era quase pena.

E isso me destrói mais do que qualquer rejeição explícita.

Porque David me amava. Eu sei disso.

Ele me amava quando dançávamos na sala depois de um jantar comum.

Me amava quando falávamos do nome do bebê.

Me amava quando eu ria até chorar vendo comédia romântica no sofá.

Mas eu não sou mais aquela mulher.

Agora eu sou só uma sombra do que fui.

Uma noiva ferida, exausta, devastada por dentro — e por fora também.

Hoje, sozinha no meu apartamento, a menos de 24 horas de entrar na igreja, eu olho para meu vestido pendurado e sinto um nó na garganta.

Ele era lindo quando comprei.

Branco, rendado, delicado… feito para uma mulher magra, feliz, grávida.

Agora ele foi alargado.

As costureiras usaram panos extras. E mesmo assim, ele me aperta nos lugares errados.

Eu pareço um travesseiro apertado num saco de seda.

Mas sabe o que mais dói?

É que mesmo assim, parte de mim ainda acredita nesse casamento.

Ainda espera que, quando eu entrar, David vá se lembrar do amor.

Que ele vá ver além da gordura, além da dor, além do luto.

Que ele vá me ver.

A Ava de verdade.

A mulher que perdeu o chão, mas sobreviveu.

A que amou tanto aquele bebê que ainda chora todo dia pelo que poderia ter sido.

Fecho os olhos e respiro fundo.

Hoje é minha última noite como noiva.

Amanhã...

Ou eu me caso com o homem que um dia me prometeu o mundo,

ou sou deixada no altar por alguém que não consegue mais me amar como eu sou.

E, honestamente?

Eu não sei qual dessas opções me assusta mais.

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Capítulo 1 – Desmoronada
Capítulo 2 – Como se eu já não estivesse no chão
Capítulo 3 – Vestida para o fim
Capítulo 4 – Fraca demais pra este mundo.
Capítulo 5 - Tirou tudo de mim, até o chão.
Capítulo 6 – Uma fortaleza para uma mulher em ruínas
Capítulo 7 – A beleza também pode esconder sangue
Capítulo 8 – Pela primeira vez, eu me vi com os olhos dele
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