Ela tinha tudo planejado: o vestido dos sonhos, o buquê perfeito e um amor que acreditava ser para a vida toda. Mas tudo desmoronou quando perdeu seu bebê. Afundada em uma espiral de tristeza e desespero, ela encontrou na comida seu único conforto. Os quilos a mais vieram, assim como o olhar frio e cruel do homem que prometeu amá-la. No dia do casamento, ele não teve piedade. A deixou plantada no altar, humilhada, rejeitada... desprezada. Desnorteada, ainda vestida de noiva, ela busca refúgio em um bar qualquer de Nova Iorque, tentando engolir as lágrimas junto com doses de tequila. É quando ele surge. Frio. Perigoso. Misterioso. Um homem que carrega o submundo aos seus pés, com sangue nas mãos e bilhões na conta. Ninguém se atreve a cruzar seu caminho... até agora. Ele não é do tipo que oferece conforto. Não é gentil. Não é herói. Mas, ao vê-la naquele estado devastada, arrasada, quebrada , algo nele quebra também. Um gesto simples, um lenço estendido, acende uma obsessão que ele não sabe controlar. E quando um homem como ele deseja… ele toma. Ela não sabe que está prestes a se tornar a rainha do submundo de Nova Iorque. E que seu coração partido agora pertence ao homem mais perigoso da cidade.
Ler maisAvaAcordei com o rosto molhado.De suor. De lágrimas.De tudo que transbordava de dentro.O lençol embolado entre minhas pernas, o quarto escuro, abafado, sufocante.Respirei fundo, tentando encontrar algum ar no meio do peito apertado.Não consegui.O sonho ainda grudava na pele.Brian rindo de mim.Na igreja.Na frente de todos.Apontando.Dizendo: “Você é gorda. Ridícula. Quem é que casaria com uma coisa dessas?”Me encolhi na cama como uma criança.O tempo passava. Os minutos devoravam minha sanidade. E eu só conseguia pensar em uma coisa: comida.Eu precisava enterrar aquilo com alguma coisa.Precisava preencher o buraco no peito, no estômago, na alma.Levantei sem pensar. Vesti o robe que estava no encosto da poltrona, saí do quarto sem fazer barulho. Já era tarde, a casa estava silenciosa, exceto por um segurança que assentiu quando me viu passar. Ele não disse nada. Ninguém dizia.Desci até a cozinha.Estava tudo ali.Croissants. Doces. Uma torta de maçã inteira na geladeira.
AvaEu não dormi na primeira noite.Mesmo com o colchão mais macio que já deitei, com os lençóis cheirando a lavanda e o silêncio absoluto da mansão, eu fiquei acordada. A cabeça latejava, e o corpo, apesar do cansaço, parecia incapaz de relaxar.Era como se cada parte de mim ainda estivesse esperando outro golpe.O quarto era grande, bonito demais. Uma suíte digna de hotel cinco estrelas. Mas não era só luxo que me cercava. Era o peso de saber onde eu estava. Sob o teto de um homem que todo mundo teme. Um homem que matou alguém na minha frente — e depois me ofereceu abrigo como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.Gregório Hackman.Acordei antes mesmo do sol nascer. O relógio marcava cinco da manhã quando me levantei e fui até a varanda. A mansão ainda dormia, mas os seguranças já estavam posicionados nos cantos do jardim. Silenciosos, imóveis, como sombras. Aquilo não era uma casa. Era uma fortaleza. Uma prisão dourada.E eu… eu era hóspede ou prisioneira?Depois do café —
AvaDemorei pra entender onde estava.O teto era alto demais.As cortinas fechadas deixavam a luz entrar em frestas suaves. Lençóis brancos, macios. Cheiro de madeira polida e perfume masculino. Por um segundo, pensei que fosse um sonho — ou um pesadelo disfarçado de alívio.Então me lembrei.Brian.A ordem de despejo.As contas vazias.A ligação desesperada.E Gregório.Me virei devagar, o corpo ainda dolorido da noite anterior. Não fisicamente… mas por dentro. Como se as feridas estivessem em carne viva, costuradas com silêncio e tequila.A cama em que dormi parecia saída de um hotel cinco estrelas. Mas era só um dos quartos da casa — ou melhor, da mansão — do homem mais perigoso de Nova Iorque.Levantei devagar. Um robe de seda já estava à minha espera sobre a poltrona. Vesti com cuidado. Andei descalça até a porta, hesitei antes de abri-la. E quando abri…Dois homens estavam do lado de fora.Altos. Armados. Fardas pretas discretas, fones de ouvido, expressão neutra.Capanga 1: “Bo
Ava O quarto era grande demais. Cheiro de lençol caro, toalhas brancas dobradas com precisão, silêncio de hotel de luxo que só gente poderosa ocupa. E eu ali… com o vestido molhado no chão, uma camisa enorme cobrindo o corpo e a alma ainda doendo como se o altar tivesse me engolido viva. Sentei na beirada da cama, com os joelhos grudados e os olhos fixos na janela. Não chorava mais. Acho que não sobraram lágrimas. Só o vazio. A porta se abriu e ele entrou. Gregório Hackman. Terno impecável. Olhar cortante. A presença dele preenchia o ambiente de um jeito quase insuportável. Ele não parecia um homem. Parecia uma sentença. Gregório: “Se sentiu melhor?” Ava: “Não é esse tipo de dor que passa com um banho.” Ele parou diante de mim. Não sorriu. Não fingiu gentileza. Apenas me observou. Avaliou. Mediu cada parte quebrada do que sobrou de mim. Gregório: “Você tem pra onde ir?” Ava: “Tenho.” Mentira. Eu tinha um apartamento. E um caos emocional me esperando lá dentro. Mas pe
GregórioEla parecia morta por dentro.Molhada pela chuva. Suja de maquiagem. Vestida de noiva como se a vida tivesse decidido cuspir na cara dela.E eu odiei sentir pena.Não sou do tipo que sente.Sou do tipo que manda cortar, queima vivo, desaparece com corpos e sorrisos.Piedade não combina comigo.Mas alguma coisa naquela mulher me parou.O olhar perdido. O jeito como ela abraçava o próprio vazio.Aquilo me incomodou.Entrei naquele bar para fechar uma negociação.Ia encontrar um colombiano que queria autorização pra operar no Harlem.Mas ele atrasou.E foi ali que eu vi… ela.De costas pro mundo.Com uma dose de tequila na mão.E uma dor tão grande nos olhos que por um segundo eu senti — senti de verdade — que ela não devia estar ali. Não sozinha.E esse foi meu erro.Me importar.Me aproximei sem pensar. Tirei o lenço do bolso. Estendi.Ela sangrava no canto da boca. Mas dava pra ver que era por dentro que doía mais.Gregório: “Você está sangrando.”Ela tocou os lábios, surpres
AvaO salão estava cheio.Luzes suaves, flores brancas emoldurando cada canto, arranjos impecáveis, como se fossem parte de uma propaganda de revista de luxo. Eu conseguia ouvir os sussurros. O tilintar de taças. O ranger sutil das cadeiras quando alguém se ajeitava nervoso.A porta ainda estava fechada.Atrás dela… o mundo.E eu?Vestida de noiva.Com o coração apertado.E a intuição gritando dentro de mim como uma sirene quebrada.Scarlett ajeitou meu véu com um falso sorriso nos lábios.Scarlett: “Relaxa, Ava. Não é como se ele fosse fugir… ainda.”Ela riu. De novo sozinha. De novo debochada.A maquiadora me lançou um olhar de pena. A organizadora do evento evitava me encarar diretamente. E minha mãe… bem, minha mãe estava preocupada demais se o batom dela combinava com os brincos para perceber que a filha estava à beira de um colapso emocional.E então a música começou.A marcha nupcial.Suave. Solene. Implacável.As portas se abriram.E eu entrei.Pisei no corredor como quem cami
Último capítulo