Érica Mendes sempre viveu cercada por luxo, poder e perigo. Filha única de Antônio Mendes — o mafioso mais temido e influente de Nova York — ela cresceu sob os holofotes da elite criminosa, mimada e protegida por um exército de seguranças. Mas aos 21 anos, Érica decide que é hora de brilhar por conta própria: ela planeja a festa mais extravagante e comentada do ano, onde o mundo inteiro será seu palco. Tudo parece sob controle… até que Henry Antonelli entra em cena. Contratado como seu novo segurança pessoal, Henry é misterioso, intenso — e guarda um segredo capaz de destruir o império de seu pai. Conforme Érica se vê cada vez mais envolvida por ele, surge uma pergunta que pode mudar tudo: se apaixonar por Henry significaria entregar o próprio pai à justiça? Mas o coração de Érica já está dividido. Ela vive um romance ardente com João Roux, um mafioso impiedoso e aliado de seu pai. Sedutor e perigoso, João também esconde verdades que podem virar seu mundo de cabeça para baixo.
Leer másAmanhã é meu aniversário. Vinte e um anos. A maior festa que Nova York já viu vai acontecer na boate exclusiva do meu pai, no subsolo do Empire Club — um lugar onde só entra quem tem nome, dinheiro ou medo suficiente para não perguntar de onde vem o champanhe.
Estou sentada à mesa de jantar na nossa mansão em Upper East Side. Lustres de cristal pendem do teto, refletindo a luz dourada nas taças de vinho e nos talheres de prata. Meu pai, Antônio Mendes, está à minha frente, com aquele sorriso orgulhoso que só ele sabe dar. — Papai, tem certeza de que está tudo pronto? — pergunto, mexendo distraidamente na salada à minha frente. Ele me olha com carinho. Sempre me tratou como uma princesa — talvez porque eu seja a única filha dele, talvez porque sou a única coisa que ele considera intocável nesse mundo sujo que construiu. — Sim, minha princesa. Mas tenho uma surpresa pra você. — O quê, pai? Antes que ele possa responder, Douglas, um dos seguranças, entra na sala com passos firmes. — Senhor, o rapaz chegou. Meu pai se levanta com um brilho nos olhos. — Isso, manda ele entrar. A porta se abre e, por um segundo, o mundo desacelera. Um homem entra. Alto, moreno, com olhos cinzentos que parecem enxergar além da pele. Ele veste um terno preto impecável e carrega uma aura de mistério. Mordo os lábios involuntariamente. Quando seus olhos encontram os meus, sinto meu rosto corar. — Seja bem-vindo, Henry — diz meu pai. — Obrigado, senhor — ele responde com voz firme e sotaque italiano. Meu pai se vira para mim. — Filha, este é Henry Antonelli. Seu novo guarda-costas. Veio direto de Milão. — Não está me dizendo que vou ter que andar com uma babá? — retruco, cruzando os braços. — Ele não é uma babá. É segurança. — Papai, já falei que não quero segurança. — Princesa, eu preciso que você ande com um segurança. — Mas, papai... — Sem mas, Érica. Douglas reaparece na porta. — Senhor, o carro já está pronto. — Já estou indo. Princesa, até mais tarde. — Tudo bem, papai. Ele se vira para Henry. — Seja bem-vindo novamente, Henry. Espero que minha filha não te dê muito trabalho. — Pai! — protesto, envergonhada. Henry sorri discretamente. Meu pai ri e se despede. — Desculpa, filhinha. O que vai fazer hoje? — Vou ficar na piscina. Letícia vem pra cá mais tarde. — Ótimo. Tenho uma reunião com o pai dela. Trago ela comigo quando terminar. Ele sai com Douglas, sem olhar para trás. Henry permanece em pé, como uma estátua. — Não está com fome? Pode sentar — digo, tentando quebrar o gelo. Ele me olha com calma. — Me chamo Érica. Ele continua em silêncio. Reviro os olhos. — Quer ficar calado, fique. Termino de comer e subo para o quarto. Ligo para Letícia, que atende rápido. — Já está perto? — Sim, amiga. — Estou na piscina. — Beleza, tô chegando. Desligo, coloco um biquíni preto com detalhes dourados e desço. Henry me observa, mas desvia o olhar quando percebe que notei. Caminho até a área da piscina, cercada por palmeiras e mármore branco. Ele me segue, claro. — Vai me seguir pra todo lado? — Sou pago pra isso — responde, olhando para o horizonte. — Senta ao menos, pra não cansar as pernas. — Obrigado, mas estou bem aqui. — Então fica como quiser. Pulo na água, espirrando um pouco nele. — Ops, desculpa. — Tudo bem, sem problema. Meu celular vibra na espreguiçadeira. Peço: — Pode pegar pra mim? Ele me entrega sem dizer nada. O nome de João aparece na tela. Sorrio. João: Oi, bonequinha. Eu: Oi, chefinho. Já tá com saudade? João: Sempre. Vai me ver hoje? Eu: Meu pai vai perceber se eu sair de novo. João: Ele tá aqui. Quer que eu peça pra ele? Eu: Nem brinca. Ele é capaz de te matar. João: A proteção dele com você dá até medo. Eu: Vai amanhã, né? João: Claro. Não vou esquecer meu amor. Eu: João, vou dar um jeito de te ver hoje à noite. João: Te espero. Eu: Mas agora tô com segurança. João: Seu pai falou. Eu: Até mais tarde, meu amor. João: Até, bonequinha. Desligo e volto a relaxar na piscina. Henry continua em pé, como se fosse parte da arquitetura. — Você é sempre assim? — pergunto. Ele me olha, confuso. — Assim como? — Sem graça. Ele ri discretamente. — Quando estou trabalhando, sim. — Então você tem um lado divertido? Ele me encara por um segundo. — Aí você vai ter que sair comigo pra descobrir. — Tá me convidando para sair? Eu perguntei provocando. Henry me olha com aquele ar enigmático e diz: — Não foi só um comentário. — Chato — resmungo, afundando na água da piscina e emergindo logo em seguida, com o cabelo grudado no rosto e o coração batendo mais rápido do que deveria. Letícia entra na área da piscina, usando um vestido leve e óculos escuros. Seus olhos vão direto para Henry. — Segurança novo? — Oi, Lê. Sim — respondo, saindo da água e sentindo o olhar dele percorrer meu corpo dos pés à cabeça. Finjo que não percebo, mas meu rosto entrega. — Estava vendo umas coisas pro seu aniversário — diz Letícia, se sentando na espreguiçadeira. — O quê? — Pensei em colocar uma banda ao vivo. — Não, meu pai não vai querer gastar mais. Ele já está surtando com o número de convidados. — É verdade. E o João? — Não vou pedir dinheiro para ele. — Achei que vocês estavam firmes. — E estamos. Mas não. — Você teria coragem de casar com ele? — Letícia, eu só vou fazer 21 anos. Ele tem 30. — Ele ainda é novo. — Meu pai nunca aceitaria isso. Vamos mudar de assunto. — Tudo bem. Me viro para Henry. — Henry? — Sim, senhorita? — Curte festas? — Sim. — Então está convidado pro meu aniversário amanhã. — Obrigado, mas não posso aceitar. — Vai sim — digo, sorrindo. Ele levanta a sobrancelha, provocativo. — Como meu segurança, então. — Ok. Ele desvia o olhar novamente. — Já percebi que isso vai me dar trabalho. Rimos juntos. Letícia me cutuca. — Ele até que é bonitinho. Não que me empresta ele, não? — Todo seu. Henry lança um olhar de relance, claramente ouvindo tudo.— Não foi assim. Eu iria te contar, só não sabia como — ele diz, se aproximando mais de mim.— Por favor, bonequinha, me dê outra chance.As palavras dele ecoam na minha mente como se fossem meu maior pesadelo. Meu medo mais íntimo. E ali, naquele instante, eu soube que não poderia perdoar esse segredo. Podem me chamar de mimada, de tudo que quiserem… mas eu não aceito ser feita de idiota.Me afasto, mas ele me puxa de volta. O perfume dele invade minhas narinas, familiar e perturbador.— Não faz isso — digo, olhando nos olhos dele.— Desde quando nosso amor acabou? — ele pergunta, acariciando meu rosto com delicadeza, me olhando com aquela expressão que sempre me desmonta. — Vamos lá, bonequinha… Eu não menti pra você por mal. Tinha muita coisa em jogo. Não queria te envolver nos meus problemas com a Ana. Mas sempre soube que te amo.Respiro fundo, exausta. Pensando na confusão que estou vivendo. Na bagunça que virou meu coração.— Eu vou viajar. Só me dá um tempo pra pensar em tudo
– Você faz o que eu mando e não se preocupa com mais nada. Ele diz, quando o carro para na frente da boate e descemos do carro. As palavras dele ecoam no meu ouvido não como um perdido, mas sim como uma ordem. – Ok, pai. Eu falo, saindo do carro e seguindo ele para dentro da boate. Alguns dos aliados dele já estão lá, e o João também. – Bom dia, Antônio, bom dia, Érica. João fala, me olhando mais do que o necessário e desvia o olhar para meu pai quando ele começa a falar. – Bom dia a todos! Estou feliz que todos conseguiram chegar. Como todos sabem, a organização criminosa rival está querendo nos derrubar e por isso vamos atacar antes deles. Meu pai diz com uma voz de comando que faz até eu mesma tremer. – Como já havia avisado, não queremos erros nem nada disso, ou tudo que todos nós construímos irá por água abaixo. Os outros chefes da máfia confirmam com a cabeça. – E também estamos sendo observados pelo FBI. Não sei de todos os detalhes ainda, mas eles começaram a investigar
Ele sorri contra meu pescoço e eu sorrio, eu fecho meus olhos relaxado nos braços dele. – Você está me usando, não? Ele pergunta, me pegando de surpresa. – Usando como? Eu perguntei, virado de frente para ele. – Para esquecer o João. As palavras dele me pegam de surpresa e eu apenas fecho os olhos. Ele me puxa contra o peito dele e eu deixo as lágrimas descerem. Passou-se horas com ela alisando meu cabelo e eu acabei dormindo. Horas depois, eu estou dormindo profundamente e Henry levanta da cama e olha para mim. Ele alisa meu rosto com toques leves. – Eu tô fundido, ele murmura baixo. – Porra, desculpa. Ele sai do quarto andando até o escritório do meu pai e começa a fuçar atrás de provas e tudo mais. João: João senta na sala da casa dele e passa a mão pelos cabelos, frustrado. Luan se aproxima com um copo de whisky e entrega para ele. – Não acredito que vou perdê-lo para aquele filho da puta. Ele rosna como um animal enjaulado. – Eles podem ser apenas amigos. Luan ten
Henry me olhou, mas não disse nada.— Obrigada, Érica — disse Jana, sorrindo antes de voltar a correr com as crianças.O celular de Henry tocou.— Pode atender — falei.— Você vai ficar bem mesmo, linda?— Sim. Não sou nenhum monstro de sete cabeças — disse João, com sarcasmo.— E aí, Érica?— Eu vou ficar bem.— Tudo bem. Quando for voltar pra casa, me liga. Seu pai precisa de mim.Assenti com a cabeça. Henry me abraçou e foi embora.— Foi rápida em me trocar, né? — João disse, com amargura.— Não venha me tirar satisfação, sendo que você mentiu pra mim por dois anos.Ele olhou para meu dedo, depois para mim.— Pelo menos a aliança você não tirou.Tirei a aliança e entreguei para ele.— Bonequinha, sério mesmo?— Sério. Mesmo que me deixou ficar com você enquanto ainda estava casado?Eu respiro fundo, olhando para mim, apenas desvio o olhar. — Vai, eu não fiz por mal, só não sabia como dizer a você. Ele diz, olhando para mim. – Não, eu não consigo mais confiar em você. Eu falo, vol
Acordei com a luz da manhã invadindo o ambiente. Meus olhos se abriram devagar, e a realidade caiu sobre mim como um peso.— Merda... o que eu fiz? — murmurei, passando a mão pelos cabelos, tentando organizar os pensamentos.Procurei minhas roupas ao redor da cama, mas não estavam ali. Levantei, ainda desnorteada, e fui até a sala. As peças estavam espalhadas pelo chão, como se a noite anterior tivesse deixado rastros por todo o apartamento.Na cozinha, Henry estava de costas, com o celular no ouvido. Sua postura estava tensa.— Espero que levá-la para a cama tenha te ajudado a descobrir alguma coisa — disse uma voz masculina do outro lado da linha. Parecia fria. Oficial.Ele desligou o celular e o bateu com força na bancada. O som seco ecoou pela sala.— O que eu fiz? — ele murmurou, passando a mão pelos cabelos com frustração.— Se arrependeu? — perguntei, parada na porta, ainda sem roupas, vulnerável e exposta.Henry se virou devagar. Seus olhos encontraram os meus, mas logo descer
Ele parou em um bar calmo, desconhecido para mim. — Obrigada. A última coisa que eu queria ver agora é gente conhecida. — O que aconteceu? Pode falar comigo. — Como você se sentiria sendo traído por dois anos? — Foi aquele homem? Ele te traiu com quem? — Não nesse sentido. Mentiras... esconder uma filha... Ele terminou o casamento por minha causa. Eu fui a destruidora do lar. — Não pense assim, Érica. Não deixe ninguém te definir. — Sim, você tem razão. Vamos beber? — Não posso, tô trabalhando. — Comigo não. Meu pai chama outra pessoa pra buscá-lo. — Érica, eu não posso. — Mostra seu lado divertido. Você disse que mostraria quando saíssemos juntos, e aqui estamos. — Tudo bem. Ele pediu as bebidas. Bebemos por um tempo, conversando. Ele falou sobre ele, eu sobre mim. A bebida já tinha me pegado um pouco. — Vamos dançar? Henry hesitou, mas eu o puxei pela mão. Levantamos e começamos a dançar ao som de uma música calma. Coloquei a mão na cintura dele. — Você é mais diverti
Último capítulo