Gregório
O nome dela ecoava na minha cabeça desde o momento em que a vi naquela cozinha, sentada no chão, com o rosto inchado de tanto chorar e a tigela de massa crua escorrendo pelos dedos.
Ava.
Fraca, mas não fraca como o mundo chama. Fraca como um animal ferido, tentando manter a dignidade enquanto sangra.
Ela se odeia.
Não por vaidade.
Mas por algo mais fundo, mais antigo, mais violento.
E eu... eu não sei lidar com isso.
Se fosse um inimigo, eu já teria arrancado a verdade à força.
Se fosse uma dívida, eu já teria cobrado com juros.
Mas quando se trata dela…
…eu fico sem armas.
Depois da noite que montei aquele jardim no terraço e vi seus olhos brilharem pela primeira vez, soube que eu não poderia só protegê-la por fora.
Ela tava sendo devorada por dentro.
Então, na manhã seguinte, fui até um lugar onde jamais imaginei que colocaria os pés: um consultório particular em Manh