No submundo, onde sangue e poder ditam as regras, o coração pode ser a mais mortal das traições. Aos oito anos, Mallory Scott viu sua família ser massacrada pela ’Ndrangheta, sob as ordens do implacável Dante Caruso. Deixada para morrer, ela desapareceu, trocando sua identidade por um único propósito: vingança. Agora, anos depois, Mallory retorna como uma mulher perigosa e letal, pronta para destruir o homem que transformou sua vida em cinzas. Infiltrando-se no império de Caruso, ela joga com sedução e manipulação, determinada a derrubá-lo de dentro. Mas quanto mais se aproxima, mais percebe que o monstro de seu passado é feito de carne, sangue… e segredos que podem mudar tudo. Entre desejo e ódio, lealdades quebradas e verdades inesperadas, Mallory se vê diante da escolha mais difícil: cumprir sua promessa de vingança ou sucumbir a uma atração que pode destruí-la. No jogo da máfia, onde traições são fatais e cada movimento pode ser o último, o maior perigo pode não estar no inimigo… mas no próprio coração.
Leer másNarrado por Mallory
Meu nome é Mallory Scott. Nasci e cresci sob as luzes mais brilhantes da América, na cidade que nunca dorme: Nova York. Minha vida sempre pareceu perfeita, ou pelo menos, era isso que eu acreditava. Minha mãe morreu ao me dar à luz, mas isso nunca diminuiu o amor que meu pai tinha por mim e por meus irmãos, frutos de outro casamento. Ele era o tipo de homem que carregava o peso do mundo nos ombros, mas em casa, com a gente, era puro afeto. Lembro-me do som de sua risada ecoando pela sala e do aroma de bolinhos e bolachas frescas que sempre preenchia o ar. Eu sabia que havia sombras em Nova York. Sussurros sobre a máfia, olhares furtivos e nomes que ninguém ousava pronunciar em voz alta. Meu pai era o Don dos Corvos Negros, mas, para mim, ele era apenas meu herói. Mesmo assim, naquela época, esses segredos pareciam tão distantes quanto as estrelas. Até que ele apareceu. Até que Dante Caruso cruzou o nosso caminho. Eu tinha apenas 8 anos quando tudo mudou. Dez anos e sonhos tão ingênuos quanto a ideia de que o mundo era justo. A noite em que minha vida desmoronou começou como tantas outras: todos reunidos na sala, cercados de risos e o calor da família. Mas então vieram os gritos. Tudo aconteceu rápido demais. Eu me lembro de fragmentos: o cheiro de pólvora, passos apressados, o olhar tenso do meu pai. Ele não teve tempo para explicar. Só teve tempo para agir. Ele abriu o armário e me empurrou para dentro de um baú escondido sob as tábuas do chão. O choro desesperado dos meus irmãos ecoava pela sala, mas ele não pôde salvá-los. A urgência em sua voz me fez entender que aquele momento era um adeus. — Preciso que faça silêncio, querida. — Sua voz tremia, mas seus olhos estavam determinados. — Não pode fazer barulho. E, por nada neste mundo, saia daqui. Promete? Eu assenti, engolindo soluços. Ele beijou minha testa, demoradamente, como se tentasse eternizar aquele instante. — Eu te amo para sempre, Mallory. Sempre. Essas foram suas últimas palavras antes de fechar a porta do armário, mergulhando-me na escuridão. Por uma fresta do baú, vi o que nenhuma criança deveria ver. Homens armados invadiram nossa casa como uma tempestade. Meu pai tentou lutar. Ele lutou com tudo o que tinha, mas não era o suficiente. Vi quando ele caiu, o sangue manchando o chão que antes era o palco de nossas brincadeiras. E então, vi Dante Caruso. Ele sorriu. Aquele sorriso… frio, satisfeito, como se tivesse vencido um jogo justo, quando na verdade ele havia acabado de destruir minha vida. Queria gritar, correr, atacá-lo com minhas mãos pequenas e indefesas. Mas eu não podia. A última ordem do meu pai ecoava na minha mente: Não saia por nada neste mundo. Foi naquele baú escuro, com lágrimas quentes queimando meu rosto, que jurei vingança. Não era apenas um desejo. Era uma promessa. “Eu vou me vingar. Vou fazer Dante Caruso pagar, mesmo que isso custe a minha vida.” Fui a única sobrevivente. Talvez Dante não soubesse da minha existência. Foi o maior erro que ele cometeu. Os Corvos Negros, o que restou deles, me protegeram. Apagaram minha existência dos registros e transformaram a menina assustada em uma arma letal. Treinaram-me para ser o que meu pai acreditava que eu poderia ser: forte, implacável, capaz de lutar. Aprendi a atirar antes de entender o peso da morte. Aprendi a esconder emoções porque fraqueza era uma sentença de morte. A cada treino, a cada golpe, lembrava-me do sorriso de Dante Caruso naquela noite. Minha vingança tornou-se meu propósito. Não quero apenas matá-lo. Isso seria fácil demais. Quero que ele sofra, que sinta a mesma dor que senti ao ver minha família destruída. Quero que veja tudo o que construiu ruir diante dos seus olhos. Eu não sou mais a menina que ele deixou para trás. Sou Mallory Scott, filha do Don dos Corvos Negros. E vou fazer Dante Caruso pagar, nem que seja a última coisa que eu faça na vida. O peso da promessa que fiz naquela noite nunca diminuiu. Pelo contrário, tornou-se mais forte a cada ano que passava. Cresci no silêncio das sombras, longe do mundo que um dia chamei de lar. Mas o isolamento não me quebrou. Ele me moldou. Os Corvos Negros me ensinaram a sobreviver em um mundo onde o sangue é a moeda mais valiosa. Aprendi a manipular, a mentir, a ser invisível quando necessário e implacável quando o momento exigia. Fui treinada por homens e mulheres que tinham perdido tudo, assim como eu, e que agora colocavam suas esperanças na minha vingança. Houve dias em que me perguntei se meu pai teria aprovado o que eu me tornara. Ele sempre quis nos proteger desse mundo cruel, mantendo a violência da máfia fora das paredes de nossa casa. Mas o que ele não sabia é que sua morte me colocou diretamente no coração daquele mesmo submundo. Não havia como escapar. Com o tempo, meu nome começou a circular entre as sombras. Não como Mallory Scott—esse nome havia morrido junto com a menina de dez anos. Passei a ser conhecida apenas como Corvo. Um lembrete de onde eu vinha. Uma promessa de que a linhagem de meu pai não havia sido apagada. O mais irônico de tudo isso é que, enquanto eu me preparava para destruir Dante Caruso, ele continuava a crescer. Sua organização se expandia, seus negócios prosperavam, e ele se tornava mais intocável a cada dia. Mas eu sabia que o poder dele tinha uma fraqueza. Todo homem poderoso tem. Para Dante, seu ponto fraco sempre foi o orgulho. Ele acreditava ser invencível, acreditava que ninguém ousaria desafiá-lo. E isso era exatamente o que eu planejava usar contra ele. Mas vingança não é algo que se alcança com pressa. Eu sabia que precisava de tempo, de paciência, e de um plano que o atingisse onde mais doía. Passei anos me infiltrando nos círculos de poder que ele controlava, ganhando a confiança de seus aliados, aprendendo seus segredos.Narrado por Mallory Um gemido escapou dos meus lábios quando senti seus dedos desabotoarem minha calça. A fricção do tecido contra minha pele intensificou a antecipação, o desejo de tê-lo dentro de mim pulsando em cada fibra do meu ser.Com um movimento rápido e preciso, Dante se livrou de suas próprias roupas, revelando o corpo forte e musculoso que eu tanto amava. A visão dele me deixou sem fôlego, a beleza masculina que me atraía como um ímã.Sem mais hesitação, ele se posicionou entre minhas pernas, e um grito de prazer escapou dos meus lábios quando o senti preencher-me. A sensação era avassaladora, a mistura de dor e prazer me fazendo perder a noção do tempo e do espaço.Nossos corpos se moviam em sincronia, a paixão nos guiando em um ritmo frenético. Gemidos e suspiros preenchiam o ar, a intensidade do momento nos transportando para um lugar onde só existíamos nós dois.Quando atingimos o ápice, um grito de prazer ecoou pelo terraço, nossos corpos se contraindo em ondas de êxt
Narrado por Mallory Eu olhei para Pietro, tentando esconder a mistura de emoções que começavam a surgir dentro de mim. Ver Dante ali, tão perto, me fazia sentir uma onda de insegurança que eu não estava preparada para lidar. A última coisa que eu queria era que Pietro fosse afetado por qualquer decisão que tomássemos, mas também sabia que, de alguma forma, ele já estava envolvido. Ele já sabia que Dante era o pai dele, e isso complicava tudo.Pietro parecia feliz, genuinamente feliz, como se as coisas estivessem se encaixando para ele. Mas e para mim? Eu estava tentando segurar minhas emoções, mantendo o foco em ser forte, por ele. Mas era difícil ignorar o que meu coração queria. Ver Dante ali, com a mesma intensidade nos olhos, me fazia questionar o que ainda existia entre nós, o que ainda poderia ser.Dante sorriu para Pietro e me olhou de uma forma que eu não conseguia decifrar. Algo dentro de mim apertou, e uma sensação de vulnerabilidade tomou conta. Eu sabia o quanto ele queri
Narrado por Mallory Eu estava sentada ao lado de Pietro na lanchonete onde havia combinado de encontrar Dante. O cheiro doce de café fresco e waffles recém-feitos pairava no ar, misturando-se com a empolgação evidente de meu filho. Ele balançava as perninhas sob a cadeira, inquieto, os olhinhos brilhando de expectativa.— Mamãe, será que ele vai demorar? — perguntou, virando-se para mim com um biquinho impaciente.Antes que eu pudesse responder, um par de mãos rápidas surgiu por trás dele, deslizando para suas laterais e fazendo cócegas.— Eu acabei de chegar! — Dante anunciou, sua voz carregada de diversão.Pietro soltou uma risada alta, contorcendo-se na cadeira enquanto tentava escapar das mãos do pai. O som ecoou pelo ambiente, atraindo olhares curiosos de algumas pessoas, mas eu só conseguia prestar atenção neles. A cena era tão natural que, por um segundo, quase me esqueci de todo o peso do passado.— Para, para! — Pietro gargalhou, se debatendo, mas claramente adorando a brinc
Narrado por Dante Fiquei de frente para meu pai, esperando sua reação. Ele não era um homem paciente e, pela fúria em seu olhar, eu sabia que aquilo não terminaria com uma simples conversa.— Um filho? — Ele repetiu, como se as palavras tivessem sido um soco. — E você só descobre agora?Eu passei as mãos pelo rosto, frustrado.— Eu já te disse, ela não me contou. Eu procurei por ela, pai. Durante quatro malditos anos! — Minha voz saiu mais forte do que eu pretendia. — E agora que sei da verdade, não posso simplesmente ignorar. Pietro é meu filho.Meu pai me olhou por um longo tempo, seus olhos estreitados, analisando cada palavra minha. Então ele soltou uma risada seca, sem humor.— Você realmente acha que pode simplesmente abandonar o acordo e ficar com ela? Que vai convencer os conselheiros a aceitarem isso?— Eu não estou pedindo permissão — respondi, firme.Ele cruzou os braços, me encarando.— Você acha que pode sair de um compromisso sem consequências? Essa aliança não envolve
Narrado por Dante Fiquei parado por mais um momento, fechando a mão ao redor do número dela. Eu sabia o que precisava fazer. Se eu realmente queria essa família, se eu realmente queria um futuro com Mallory e Pietro… então não havia espaço para ninguém mais.Eu não podia mais viver entre dois mundos.Sem hesitar, tirei o celular do bolso e disquei um número.— Cancelem tudo. — Minha voz era baixa, mas carregada de determinação. — O casamento, o acordo… Eu não vou seguir com isso.Do outro lado da linha, ouvi o som da surpresa, seguido por um protesto. Não importava.Pela primeira vez em muito tempo, eu sabia exatamente o que queria.E eu ia lutar por isso.Eu segurei o telefone firme, ouvindo meu pai gritar do outro lado da linha, sua fúria ecoando em cada palavra. Ele nunca aceitou bem a ideia de ser contrariado, muito menos por mim.— Te encontro no hotel e lá conversamos, mas saiba que eu não vou mudar de ideia. — Minha voz saiu firme, sem espaço para discussão.Antes que ele pude
Narrado por Mallory Eu observei Pietro correr de volta para dentro da loja, seu pequeno corpo desaparecendo entre as prateleiras coloridas. Ele estava animado, alheio ao turbilhão de emoções que Dante e eu estávamos enfrentando ali, do lado de fora.Respirei fundo antes de erguer os olhos para Dante. O peso daquele momento parecia esmagador, mas eu precisava manter a clareza, precisava ser firme.— Acho que tudo o que eu poderia dizer, Pietro já disse por mim — minha voz saiu controlada, mas havia um cansaço evidente nela. Um cansaço que vinha de anos de mágoas, de lutas, de tentativas frustradas de seguir em frente. — Sei dos meus erros, mas não sou a única culpada disso tudo. Nós dois fizemos nossas escolhas. Algumas erradas, outras necessárias.Dante me encarava, os olhos escuros carregando algo que eu não sabia se era arrependimento ou apenas o peso de tudo o que havia perdido.Respirei fundo novamente antes de continuar:— Se você quiser uma chance no futuro, eu estou disposta a
Último capítulo