(Morro)( Isabela Santos é uma investigadora do BOPE, determinada a provar seu valor ao aceitar uma missão perigosa: infiltrar-se no mundo do tráfico de drogas do Rio de Janeiro para derrubar Dante Ferreira, o cérebro financeiro por trás de um império criminoso. Para isso, ela se disfarça como babá da filha dele, Alice, conseguindo acesso ao círculo íntimo da família. O que Isabela não esperava era a atração avassaladora que sentiria por Dante. Desde o primeiro encontro, a conexão entre eles é explosiva—um misto de perigo e desejo que desafia todas as suas convicções. Ele é um homem frio, calculista, e tudo nela deveria repelir sua presença, mas algo entre os dois se torna inevitável. Cada olhar trocado, cada toque, aumenta o risco de sua missão, fazendo-a questionar se está preparada para resistir à sedução daquele que deveria ser seu inimigo. Mas Dante não é seu único desafio. Rafael, irmão dele, se mostra um enigma à parte, um homem sedutor, mas com segredos próprios. Ele a observa com um interesse perspicaz, parecendo testar cada uma de suas palavras, como se soubesse que há algo mais por trás da sua história.. imagem https://www.freepik.com/
Leer másVamos até o quartinho de Alice, onde me deito na cama com ela. Pego um livrinho de histórias e começo a contar uma historinha, minha voz suave, tentando me concentrar na tarefa e não na presença dele. Dante está sentado na poltrona em frente a nós, com as pernas abertas, observando. Ele está se divertindo. Seu sorriso é torto, os olhos fixos em mim com um brilho de desafio. Ele é incrivelmente sexy, quase perigoso. Não posso negar, ele é o próprio demônio sedutor. Com aqueles olhos penetrantes, aquele corpo musculoso, e os braços que parecem feitos para me dominar. Ele é um monstro de bonito, impossível não perceber.
Não se culpe, isso que você sente é apenas atração. Você não gosta dele! Quando Alice adormece, eu a cubro cuidadosamente. Me levanto da cama e, ao olhar para Dante, encontro seus olhos fixos em mim. Ele sorri de forma preguiçosa, seus lábios se esticando de um jeito que me desconcentra. Desvio os olhos, o coração batendo forte dentro do peito. Saímos do quarto, mas no corredor, antes que eu tenha chance de me afastar, Dante me puxa rapidamente para perto dele e toma minha boca com uma força inesperada. Seus lábios são quentes, exigentes, e quando ele suga minha língua, fico completamente sem controle. Minha cabeça gira, a respiração falha, e por um momento, fico mole como se fosse a última coisa que eu precisasse. Ele me beija com tanta profundidade que qualquer pensamento me escapa. Antes que eu perceba, ele me pega no colo e entra comigo no meu quarto, fechando a porta com o pé. Meus olhos se fixam em seu rosto, mas ele não olha para mim. Ele parece um homem das cavernas, determinado, possesso. Então, sem aviso, me j**a na cama. —Tira a roupa! Eu lambo os lábios, um movimento involuntário, sem saber se estou mais nervosa ou excitada. —O quê? Ele ri, baixo e ameaçador, enquanto começa a tirar a camiseta. Seu peito musculoso, forte e tatuado se revela diante de mim, e logo ele está vindo na minha direção. —Tire a roupa. Com um movimento ágil, ele desata o cinto e se ajoelha sobre a cama. Quando ele se inclina para mim, vou me deitando, minha respiração ficando cada vez mais irregular. Cada parte de mim se agita, mas os olhos dele, fixos nos meus, me assustam. —Dante... — Minha voz sai rouca, entre excitação e medo. —Dante o quê? Ele não responde, apenas toma minha boca novamente, e eu congelo ao sentir a suavidade inesperada dos seus lábios. Ele força meus lábios a se abrirem, e um tremor percorre meu corpo. Sinto-me sem fôlego, mas ao mesmo tempo completamente à mercê dele. O calor do corpo dele se espalha sobre o meu, sua ereção pressionando minhas coxas de forma incontrolável. Uma onda de desejo me toma, mas a razão ainda luta. Sua mão desliza pelas minhas costas, agarrando minha bunda com uma confiança possessiva. Ele sorri de forma arrogante, como se me tomasse por direito. Cretino! E o pior de tudo, eu estou completamente entregue a ele. —Relaxe, linda Rebeca. Sua boca se encontra com a minha novamente, e faíscas de desejo explodem em todo o meu corpo. Meu coração b**e forte no peito, e eu sinto que agora meu corpo já não me pertence mais. Quando ele se afasta para tirar a calça, a única coisa que consigo dizer, nervosa e rápida, é: —Dante... eu... sou virgem... Ele ri, um riso baixo, quase como se fosse a coisa mais natural do mundo. —Minha linda princesa, eu sei. E você acha que eu não sei? Não se preocupe, serei gentil. — Ele diz com um tom insuportavelmente seguro, voltando a me dominar. Deus! Eu não quero que seja com ele a minha primeira vez. Ele é tudo o que eu desejo, mas ao mesmo tempo é um monstro. Com um impulso, pulo da cama e me posiciono no canto do quarto, o olhar dele me perseguindo. —Melhor você ir embora... O humor de Dante muda instantaneamente. Ele se aproxima, com o rosto carrancudo, sem camisa, o cinto pendurado de forma provocante. —Você me provoca deliberadamente e depois não quer mais? Não consigo evitar o riso nervoso que sai de mim ao perceber o volume evidente na calça dele. Desvio o olhar rapidamente, mas não consigo resistir e encaro-o. Seus olhos, como fogo, me queimam. —Eu... te... provoquei? O que eu fiz? Ele se aproxima ainda mais. —Você sabe, Rebeca. Esse seu jeito de passar a língua pelos lábios, esses olhares quentes como o inferno que você me lança. Eu ofego, sabendo que ele está certo. Ele sabe exatamente o efeito que tem sobre mim.A dor em meu peito é uma pressão constante, como se algo dentro de mim tivesse sido esmagado e jamais pudesse voltar ao lugar. A sensação de perda é quase física, um buraco que consome tudo ao meu redor. Não tenho mais forças para lutar contra essa angústia. Eu a ouvi, cada palavra, cada suspiro, e ainda assim, fiz o que precisava ser feito. A verdade é que, no fundo, eu sabia que ia machucar. Sabia que ela ia sofrer.Eu a amo. Deus, como eu a amo. Mas o amor pode ser uma prisão quando você sabe que nunca será suficiente. Não quero ser um fardo. Não posso ser o homem que ela merece. Não agora. Talvez nunca. E se eu não a afastasse, ela estaria condenada a viver uma mentira. Eu, com essa dor constante, incapaz de trabalhar, incapaz de construir algo na fazenda... Eu seria um peso. E eu me conheço. Eu a destruiria. A última coisa que quero é ser a razão do sofrimento dela.O celular ainda está no chão, a tela rachada refletindo o brilho pálido do abajur. Olho para ele, sem coragem para p
Eu sento à mesa, o café esfriando diante de mim, mas o vazio no meu peito é muito maior do que qualquer bebida quente poderia aquecer. A noite foi longa, cada minuto parecia uma eternidade. A cabeça, cheia de perguntas, me empurra para um lugar que eu não quero ir. Dante... Ele está em algum lugar, fugindo, ou talvez se escondendo de mim, mas o que me consome é a falta de respostas, a falta de qualquer sinal de vida. Como ele está? Onde está? O que aconteceu? A cada segundo, a angústia cresce dentro de mim, como se eu estivesse esperando por uma verdade dolorosa que eu sabia que não queria ouvir.Abro a tela do celular de novo, na esperança de que algo, qualquer coisa, apareça. Mas não há nada. Nenhuma mensagem. Nada que me diga onde ele está, ou o que está acontecendo. O silêncio me engole, e a cada olhar desesperado para a tela, me sinto mais distante dele.De repente, vejo uma notícia na televisão que chama minha atenção. "Uma casa pega fogo em Restinga da Marambaia e destrói tudo,
Acordo com um estalo no meu corpo, o peso da dor me arrastando de volta à realidade. O ombro, marcado por platinas e remendos, arde como fogo. A dor não me dá trégua, como se cada movimento que eu fizesse fosse uma lâmina rasgando a carne, cortando mais fundo. Eu olho para a janela, onde a luz do amanhecer entra, mas o que vejo é uma mancha turva. O cheiro de pólvora ainda paira no ar, o cheiro do que fiz, do que sou.Minha mão vai instintivamente até o bolso da calça, e eu sinto o pequeno pacote que já se tornou familiar. A cocaína. No estado em que estou, já não sei mais como viver sem ela. Ela me dá o que o meu corpo não consegue mais — um alívio. Um intervalo da dor insuportável que me consome. Pego a pequena quantidade e, com a habilidade de quem já fez isso muitas vezes, despejo no buraco do ombro. A sensação é imediata, como uma onda que me atinge e me afasta ao mesmo tempo. O alívio vem em gotas, o ferimento se acalma, e por um momento, posso respirar sem que a dor me quebre.M
O cheiro de pólvora ainda impregna o ar quando saio da casa. Meu peito sobe e desce em respirações pesadas, mas não há alívio. Só o gosto amargo da vingança, impregnado na minha língua como ferrugem.As chamas começam a consumir a estrutura, o estalo da madeira sendo devorada pelo fogo ecoa na noite silenciosa. A fumaça sobe em redemoinhos, levando consigo os últimos vestígios dessa guerra. Eu queimei tudo. Como se fosse possível apagar o passado.Mas o passado não se apaga.O ombro direito me lembra disso a cada movimento. A dor é um eco constante, uma presença que não se pode esquecer. As platinas dentro de mim, substituindo carne e osso, raspam umas contra as outras como um lembrete cruel de que meu corpo está longe de ser o mesmo. Cada movimento, cada respiração, cada gesto simples, é uma batalha para manter o controle. Sou um homem remendado. Cada costura, cada fragmento de metal que agora compõe minha carne, é uma recordação de quem fui. Um homem quebrado.Seguro as fotos de Alic
DanteO silêncio de Isabela pesa do outro lado da linha. Sei que ela está processando minhas palavras, tentando encontrar um jeito de me convencer a não fazer isso. Mas não há mais volta.— Não há o que pensar. Eles foram atrás de Ronilson e meu irmão será o próximo da lista, é questão de tempo. E o boliviano costuma resolver seus problemas pessoalmente, é ele quem está lá na casa, a minha espera e eu vou me armar até os dentes e volto para acabar com ele. Minha voz sai firme, mas por dentro, uma tempestade se forma.Fecho os olhos e sou tomado por um turbilhão de lembranças. Rafael, ainda adolescente, apontando o dedo no meu peito, a raiva estampada no rosto.— Você quer ser como ele, Dante? Como nosso pai? Um fantoche de criminoso?Eu ri. Sempre ri da seriedade de Rafael. Mas, no fundo, sabia que ele estava certo. Eu só não quis ouvir.Outra memória surge. Ele, já adulto, segurando meus ombros com força, os olhos carregados de decepção.— Eu tentei te salvar, irmão. Mas você escolhe
DanteDirijo pela estrada, a mente um redemoinho de dúvidas e lembranças. As palavras de Isabela ecoam, misturadas com a imagem das fotos de Alice, ainda bebê, os olhos grandes e curiosos, o sorriso puro que congelava o tempo. Deixá-las para trás seria como abandonar um pedaço da minha história. O peito aperta, um nó se forma na garganta.Quando a bifurcação que leva à casa de praia se aproxima, minha decisão já está tomada, antes mesmo de virar o volante. Desvio, guiado por um impulso incontrolável, uma necessidade visceral de segurar um fragmento do passado antes que tudo se apague. Mas a cautela grita. Não vou pela frente. Não sou ingênuo.Estaciono o carro distante, engolido pelas sombras densas das árvores. O motor morre em um sussurro, e o silêncio da mata me engole. Saio devagar, os passos medidos, cada folha sob meus pés um aviso, cada som amplificado pelo receio. O coração pulsa forte, um tambor no peito, enquanto sigo margeando a mata, o olhar atento a cada movimento, cada so
Último capítulo