Luara é uma mulher de beleza marcante e alma resiliente. Criada entre os morros do Turano e dos Prazeres, ela segue vivendo casada com Marlon. Um dos traficantes mais perigosos do Rio de Janeiro. Ela trabalha como dona de um salão de estética muito conhecido. Sua vida pessoal é cercada de críticas, inveja, fofocas e pessoas querendo tomar seu lugar. Após a saída do seu marido da prisão, muitas coisas na sua vida irão mudar. Novas descobertas, traições, recomeço e muitas emoções para vocês. Embarguem nessa história de amor e ódio, baseada na realidade das favelas do Rio de Janeiro.
Leer másLuara
08 de setembro de 2025.
Até que enfim esse dia chegou. O dia em que o meu amor vai sair do presídio, depois de cinco anos trancado. Até que enfim a Lili cantou.
Estou tão ansiosa. Nem acredito que, depois de tantos anos indo visitá-lo naquele lugar horrível, agora vou poder viver com ele na nossa casa.
Eu e Marlon estamos juntos há oito anos. Comecei a me envolver com ele logo depois que minha avó morreu. Antes, eu morava no morro do Turano, e então resolvemos vir morar aqui nos Prazeres com minha avó materna. Naquela época, eu tinha quinze anos e ele estava completando vinte.
Ele é capricorniano, do dia 15 de janeiro. Eu sou taurina, do dia 23 de abril. Quando viemos morar aqui, foi numa das casas do pai dele, que naquela época ainda era vivo. Houve uma invasão, e não só o pai dele, mas também a mãe foram mortos pelos policiais. Foi um tempo terrível. Quase um mês de confronto.
Quando isso aconteceu, eu ainda não o conhecia pessoalmente. Só o via algumas vezes passando de moto ou no bar com os amigos, mas ele nem me notava. Vez ou outra, eu curtia o baile com minhas amigas. Vi ele no camarote com a ex e até com algumas piranhas.
Todos diziam que ele amava muito a ex. Eles ficaram cinco anos juntos. Eu me lembro bem dela andando arrogante pelas ruas do morro, se achando melhor que todo mundo. Ninguém gostava dela, mas por ser mulher dele, ninguém falava nada — porque se falasse, apanhava.
Ela era muito bonita, mas sua arrogância ofuscava. Eu nunca falei com ela, mas minha amiga Dadá, que faz parte da tropa de segurança do Marlon, conhecia ela desde criança. Me contou que ela era insuportável. Era humilde antes de ser fiel, mas depois que Marlon assumiu o morro, ela mudou.
Mudou tanto que acabou traindo Marlon por ganância. Conheceu um cara rico, e ele se apaixonou por ela. Era um dos comerciantes do Marlon e vivia frequentando os Prazeres para vê-la. Ninguém sabe como se envolveram, só se sabe que ela fugiu com ele — viram ela entrando no carro dele com uma mala, e os dois sumiram.
Quando Marlon descobriu, quis matar ela. Se revoltou e não quis saber de mais ninguém... até me conhecer.
A primeira vez que fiquei com ele, eu tinha dezoito anos. Minha avó, infelizmente, morreu de infarto um ano depois que nos mudamos para os Prazeres. Ela não tinha problema nenhum de saúde. Era saudável como uma rocha. Até que um dia foi dormir como de costume... e não acordou mais.
Naquela época, eu tinha apenas dezesseis anos. Morávamos só eu e ela. Depois disso, tive que me virar sozinha e sustentar a casa com o que eu podia. Corri atrás. Antes de casar com o Marlon, me sustentei até os vinte anos. Com dezesseis, fazia o segundo ano do ensino médio e trabalhava como menor aprendiz numa empresa chamada Tecnova Informática. Ganhava só meio salário. Vendo que a renda era pouca, comecei a me especializar em estética, buscando ter uma renda para incrementar meu salário. Se desse certo, eu largaria meu trabalho e viveria como autônoma.
Eu não tinha quem pudesse me ajudar então eu fiz meu corre com o que eu podia.
Eu não conheço meu pai. A única coisa que eu sei dele, é que ele era um homem casado quando ficou com a minha mãe. Ela era secretária dele e acabou se iludindo. Eles ficaram apenas uma vez e ela engravidou dele. achando que fosse golpe, ele mandou ela embora e ameaçou acabar com ela se ela fosse atrás dele.
Minha mãe mora em São Paulo, mas eu não quis ir morar com ela. Infelizmente, não temos vínculo afetivo. Ela arrumou um cara que não me aceita por eu ser filha de outro homem.
Culpa eu não tinha nenhuma, mas ele não queria que a filha deles dividisse atenção comigo. Pra dizer o certo, ele quis ter só a família dele — sem acréscimos. No caso, eu. Sempre que ele vinha com ela ver minha avó, o desprezo estava escrito nos olhos dele.
Eu não sei o porquê, mas nunca me importei.
Eu vivia muito bem com minha avó. Não precisava deles pra nada. Minha mãe, quando lembra que eu existo, me liga pra perguntar se tá tudo bem — ou quando precisa de dinheiro. Às vezes eu mando, mas tem vez que eu finjo que não vejo. Acho muita cara de pau ela ter me trocado por homem e ainda ter coragem de me pedir dinheiro.
Abri meu salão de estética, onde trabalho com design de sobrancelha, cílios, massagem e limpeza de pele. Graças a Deus, minha agenda vive cheia. Meu progresso cresceu com meu suor, sem depender de ninguém, e eu me orgulho disso.
Muitos dizem que conquistei tudo por causa do Marlon, mas não é verdade. Quem trabalha com estética sabe: não depende só de dinheiro. Tem que ter dom e talento — e isso, graças a Deus, eu tenho de sobra.
Comecei a ficar com o Marlon quando fui ao pagode com minhas amigas. Lá estava eu: linda, loira e gostosa, com meu vestido coladinho branco, sambando lindamente, quando ele me avistou. Trocamos olhares, mas eu não demonstrei interesse nenhum.
Marlon sempre foi lindo. Apesar da frieza de bandido, ele é muito atraente — impossível não notá-lo. Eu não esperava vê-lo ali, mas ele estava. Todo trajadão, estiloso, usando seus ouros e aquele olhar de molhar a calcinha.
Até então, eu não queria nada com ele. Sou dessas que corre de problema. Não fujo quando aparece, mas quando dá pra evitar, eu meto o pé. Apesar da minha vida não ser tranquila, eu preservo o que posso pra ter paz. Naquele tempo, eu ainda mais.
Ele me viu e não tirou os olhos de mim a noite toda. O pagode estava uma delícia, e eu me sentia uma rainha do samba — que eu adoro, por sinal. Onde tem pagodinho e bom samba, eu tô dentro. Gosto muito mais de samba do que de funk, pra falar a verdade. Ouço funk, mas o pagodinho sempre ganha meu coração...
Quando o pagode acabou, ele me chamou de canto. Eu não quis ir de início, mas como geral sabe: quando o chefão pede, ninguém diz não. Então fui encontrar com ele. Ficar de frente com o dono do morro mais cobiçado do RJ. Não se via foto dele em lugar nenhum, porque ele não gosta. Mas todas que o viram sempre comentavam o quanto ele era lindo e gostoso.
De frente com ele, eu quase passei mal. Aquela voz grossa, aquele olhar malicioso, azul, intencional. Meu corpo aqueceu na hora, e eu tive que me controlar. Naquele momento, esse safado roubou meu coração — e eu nunca mais consegui sair de perto dele.
Ele não tinha ninguém como fiel, mas tinha as putas que se consideravam. Quando souberam que ele me chamou, começaram a fazer da minha vida um inferno. Como ele era solteiro e eu também não tinha nada a perder, fiquei com ele naquela noite achando que seria só aquela vez... mas me enganei.
Ele se apegou ao meu jeito. Vivia mandando os seguranças me buscar em casa pra ir até ele fazer "massagem". Essa era a desculpa pra me ver toda vez.
No início, eu tentava agir como profissional. Ia pronta pra fazer massagem. Levava meus cremes certinho e fazia massagem ou limpeza de pele nele. Mas como ele é safado, descarado, sempre dava um jeito de roubar nem que fosse um beijo meu.
Nosso sexo, desde a primeira vez, foi envolvente — encaixe perfeito. Eu consigo sempre dar o prazer que ele quer, e vice-versa. Foi por causa dessa conexão que me apaixonei por ele.
Mesmo apaixonada, demorei dois anos pra aceitar ser fiel dele. Como não é segredo pra ninguém como vive a fiel de dono do morro, eu sabia e não queria viver nada disso. Ele dizia que eu era dele, mas eu não aceitava. Várias vezes ele tentava me obrigar a ir ficar com ele, e eu negava. Nunca deixei ele acreditar que mandava em mim de verdade.
Eu não nasci pra ser aprisionada, muito menos pra viver sendo corna de ninguém. Enquanto estávamos naquele rolo de ser ou não ser fiel, ele ainda ficava com umas vadias. E eu não podia ficar com ninguém — se tentasse, ele mandava bater ou até matar. Eu odiava isso, mas já sabia que poderia acontecer quando cedi e fiquei com ele pela primeira vez.
Vivemos num conflito de amor e ódio por dois anos, até que resolvi aceitar e me tornei a fiel. Uma das maiores loucuras que já fiz. Não imaginava viver essa vida. Deixei minha casa e vim morar com ele, bem aqui no alto dos Prazeres.
Já faz seis anos dessa decisão, que me traz alegria e tristeza na mesma intensidade. Alegria porque, quando estou com ele, sinto que vivo um amor intenso e avassalador. Ele sabe me completar como ninguém. Sem os problemas, nós dois somos o par perfeito. Mas, infelizmente, a tristeza existe. Tristeza por ele estar preso e eu poder vê-lo.
Tristeza misturada com raiva dessas putas que vivem atrás dele. Mesmo preso, os boatos de que ele me trai com elas continuam surgindo só pra me atormentar.
Ele sempre diz que não, que não tá comendo ninguém, mas às vezes b**e uma insegurança dentro de mim. Ser fiel não é fácil. Além de viver na opressão de ser alvo dos inimigos dele e da polícia, ainda tem essas ratas invejosas. Eu consigo lidar com elas, mas com uma traição... isso eu não aguentaria.
Eu não sei. Amo ele demais, mas também me amo muito pra aceitar qualquer coisa. Eu garanto: mulher melhor que eu ele nunca vai encontrar. Mesmo com ele preso, eu sou fiel. Nunca dou espaço pra ninguém flertar. Tenho postura, e ele sabe disso. Mesmo que ele não esteja aqui, eu tô com ele. Não importa o que dizem. Enquanto eu não tiver prova, eu continuo sendo a fiel.
Como eu tô empolgada pra vê-lo, me produzi toda hoje. Acordei às cinco da manhã, enrolei as pontas do meu cabelo, passei meu creme e meu perfume roxo da Eudora. Vesti meu macaquinho curto, vermelho, de amarração no pescoço e costas nuas. Calcei minha sandália plataforma marrom.
Agora tô aqui, toda linda e cheirosa, esperando ele sair. Nem passei maquiagem, porque eu sei que vou chorar quando ver ele saindo por esses portões. Tô tão ansiosa que meu coração b**e forte e sinto um calafrio toda vez que escuto um barulho no portão.
Na frente tem vários policiais, e alguns me encaram com olhares sugestivos, descaradamente. Mas eu não olho pra nenhum deles. Tudo que eu mais quero é ver meu amor saindo por ali.
Tô do lado de fora da minha CR-V vermelha, minha cor favorita. Ganhei ela dele no meu aniversário, ano passado. Era meu sonho, e ele realizou. Hoje ele volta nela comigo pra casa...
Dada — Ai mona, relaxa! Desse jeito você vai ter um troço antes dele sair. Se controla caralho! _ Ela diz fazendo carão e eu faço o mesmo, mostrando a língua.
c Me deixa, piranha! Caralho! Eu tô ansiosa pra ver ele saindo desse caralho! _ Digo querendo roer minhas unhas em gel.
Dada — Eu sei, mano! Mas o que vai adiantar tu fica assim, mano? Ele só vai poder sair quando os bota quiser. Não adianta fica de neurose desse jeito, pô! Tu tá me deixando bolada desse jeito! _ Rolo meus olhos, ciente que ela é tão impaciente e estressada como eu.
— Mas e se eles não quiserem deixar ele sair? Eu tô com medo, amiga, caralho! _ Mordo minha boca, sentindo meu coração batendo forte.
Dada — Gata! Fica em paz, mano! Ele vai sair, pô! O juiz já deu o aval. Não tem motivos pra eles deixa ele ai mais não. O bagulho já tá consumado. Fica em paz... _ Estalo meus dedos, olhando pra esse maldido portão de ferro fechado, parecendo que tem um king kong preso dentro. Pra que tudo isso gente?
Dada — Alá, eles estão abrindo! Te falei que teu boy sai hoje, piranha! _ Ela b**e a mão no meu ombro e meu coração para por um segundo e começa a b**er ainda mais forte.
Pelo portão sai, ninguém mais que ele. Usando uma camisa branca, calça azul escura e chinelo. Meu coração quase sai pela boca, e eu vou correndo na direção dele. Com meus cabelos longos balançando nas minhas e meu sorriso e olhar emocionados. Finalmente ele saiu...
Ele sorri torto, com seu olhar azul intenso olhando diretamente para mim. Minha alegria é tanta que eu não consigo conter minhas lágrimas antes de chegar perto dele, quase me desmontando de euforia. Eu me jogo em seus braços sem me importar com nada e nem ninguém ao lado. Sei que muitos me julgam por ser mulher e bandido, mas eu quero que eles se fodam. Eu amo meu marido.
Ele riu me abraçando e me tira do chão, enfiando a sua cabeça na dobra do meu pescoço e na sequência beija meu rosto.
Marlon — Coé minha lora gostosa! Veio toda cheirosa assim pra mim? Que delícia..._ Ele diz no meu ouvido, comigo pendurada e fungando baixo no seu pescoço, chorando de emoção. — Não precisa ficar assim não, pô! Teu bandidão saiu. Até que enfim a lili cantou! Agora eu tô livre pra ficar contigo... _ Sinto seu hálito no meu rosto que me faz suspirar, tranquilizando.
— Eu nem acredito, meu amor! Eu juro... Eu estava tão nervosa. Fiquei com medo de você não sair e quase tive uma crise de nervoso... _ Digo com a voz embargada, sentindo minhas lágrimas correndo no canto do rosto
Marlon — Relaxa, fi! O pai tá na pista de novo. Agora ninguém me segura. Do livre pra tu, gostosa! Bora mete logo o pé daqui? Quero sumir o mais rápido possível desse inferno... _ Concordo, sorrindo radiante. Inclino minha cabeça para trás, enquanto limpo meu rosto banhado em lágrimas, e ele aproveita pra beijar minha boca.
Seu beijo não é tão emocionante, mas é o suficiente para acalmar meu corpo eufórico, vibrante e emocionado. Assim que ele finaliza com selinhos, ele entrelaça nossas mãos e seguimos para o meu carro, onde Dada, Tirulipa, Vascaíno e o Mineiro estão nos esperando.
Tirulipa — Até que enfim, paizão! Lili cantou! _ Diz com animação e estende sua mão para pegar na dele.
Marlon — Pra cima cria! É nois! Tô na pista de novo! _ Ainda segurando a minha mão, ele abraça ele com um gesto camarada e na sequência faz o mesmo com o Vascaíno...
Vascaíno — O brabo tá na pista. Aí sim! Só fé paizão!
Dadá — Lili cantou lindão, paizão! Tua mulher aí tava quase parindo aqui, te esperando. Mais um pouco eu ia ter que levar ela para o hospital! _ Diz debochada e Marlon sorri para mim, com olhar cafajeste.
Marlon — Dramática como sempre! Segredo nenhum! _ Ele pega na mão dela e eu rolo meus olhos, me sentindo um pouco tímida. — Bora mete o pé rapaziada. Fica nessa porra já deu. Quero sentir a liberdade do meu lar de novo. Subindo alto... _ Ele gesticula a subida com a mão, sorrindo com sarcasmo antes de cumprimentar o Mineiro...
Mineiro — A comunidade já tá em festa paizão. Geral esperando o retorno do rei. Né segredo!
Marlon — Só fé cria! Bora mete o pé então! _ Todos nós assentimos e entramos nos carros.
Marlon como esperado vai dirigindo meu carro e eu vou no passageiro e Dadá vai atrás. Os outros vão no outro carro. Um corolla prata. Seguimos para os prazeres, ouvindo funk que ele gosta.
Seguimos conversando e eu olhando a todo momento pra ele, sorrindo tranquilo depois de cinco anos preso naquele lugar. Apesar do sofrimento de está preso, a beleza desse homem continua intacta. É irônico, mas parece que ele está ainda mais lindo. Seu rosto está bem mais maduro do que nos anos atrás.
Marlon — Conseguiu pedir pro Dendê me esperar lá em casa, pra dá um talento no meu cabelo e na barba?
— Já tá tudo no esquema meu amor. Só esperando você voltar. Já deixei suas coisas prontas do jeito que você gosta. Fiz aquele arroz maluco que tu gosta. Deixei os ingredientes preparados, só pra montar quando tu chegar e comer com churrasco, lá em casa...
Marlon — Puta que pariu, mano! É por isso que eu me casei com você, sua gostosa! Mulher ligeira, sabe tudo que pai gosta! _ Diz com excitação e pega meu cabelo pela nuca, me puxa pra beijar sua boca com uma pegada possessiva que me faz sorrir beijando sua boca com um selinho apertado.
— Gostoso! Eu te amo! _ Sorrio com os olhos, ele me dá um último selinho, antes de voltar sua atenção para a rua...
Pelo retrovisor, vejo a Dada nos olhando com um olhar entediado. Ela não gosta de melosidade. No nosso meio eu sou a única que me dedico assim com todos. Sou intensa, gosto de demonstrar o que sinto, já eles são mais frios.
Marlon mesmo, só está me tratando dessa forma mais carinhosa, porque a Dada faz parte da nossa família. Ela é um dos seguranças dele, desde de antes dele ser preso.
O irmão dela, Jonas, era amigo dele desde criança, mas morreu na mesma invasão que prenderam ele. A maioria da nossa patotinha são amigos desde a infância, eu sou a única que chegou depois.
Como eu disse, eu sou bem intensa e verdadeira. Não uso falsidade para agradar ninguém. Quando eu gosto, eu gosto mesmo. Brinco, me simpático, tiro onda, mas quando eu não gosto ou pego ranço, sai de baixo. Só de ouvir a voz da pessoa, eu já fico irritada.
Quando estou nervosa, eu também não sou flor que se cheire. Xingo todo mundo e não tô nem aí. Quem me conhece sabe que eu sou calma como uma ovelha, demoro para tirar do sério, mas quando tira também meu amigo, sou uma onça.
Eu gosto de ser delicada, pois sou muito vaidosa. Não daquelas que se emperiquitam demais, porém gosto de marcar presença. Sou uma vibe de patricinha maloca, tá ligado?!
Quem me vê acha que sou patricinha, mas quando pega simpatia reconhece que eu sou bem cria. Gosto de falar besteira e se precisar mando pra casa do caralho. Não sou de meter o esculacho em ninguém, no entanto, se precisar eu desço do salto e sambo na cara de quem for.
Se eu pudesse descrever minha vida, eu diria que eu sou intensamente louca e feliz. Não sou de esperar o amanhã. Faço o que eu tenho que fazer hoje e amanhã só Deus sabe. Infelizmente eu não sou perfeita, mas faço de tudo para viver bem. Principalmente pensando em mim, que sou meu maior foco. Tudo que eh faço é porque eu quero e gosto, não tem caô.
Muitos me descrevem como louca, mas eu não tiro a razão deles, pois são apenas os loucos que sabem viver a vida. Já dizia o eterno chorão. Só os loucos sabem! E eu sou tudo isso. Amo viver minha vida intensamente louca...
Luara — Para de mentir que você antes, me dizia que ele te dava canseira. Mal levantava no outro dia… Dadá — Só disse pra manter meu ego, mas eu levantava era com ódio. Raiva mesmo. Antes eu sempre me produzia, toda linda e bela. Comprava uma lingerie cara, fazia marquinha tinindo, toda produzida pro desgraçado e ele parecia que ia gozar só de me olhar, bem… Mordia até a boca de desejo, quando via a nega aqui, parecendo a Isa. Grandona e gostosa… Dadá — Eu achava que ia dura a noite toda, ia sair com a xota doendo, mas o viado, dava uma e na segunda já não aguentava… Dadá — Eu naquele fogo de menopausa que eu ainda não tenho, porque a mãe ainda é bebe, meu bem! Descansa… _ Diz fazendo carão com gestos que me fazem rir. Dadá — Então, eu naquele fogo, achando que ele ia me virar do avesso, me virou foi nada. Me iludi atoa. O bofe só tem cara que faz estrago, mas na hora não aguenta, bem… Mó coca cola de três litros. Só tem gás no início mermo, depois do terceiro copo, tu não be
Luara Dada — ACORDA, PIRANHA!!! CARALHO! SE TU NÃO ACORDAR AGORA, EU VOU TE JOGAR UM BALDE DE ÁGUA FRIA, PAPO RETO! _ Sinto ela me chacoalhar na cama, me despertando do meu sono pesado. — O que que é, caralho? Me deixa dormi, porra! _ Digo com a minha voz sonolenta, irritada, sentindo meus olhos pesados e meu corpo ainda mais. Dada — Se tu não acordar agora, eu não vou te contar uma parada séria que eu acabei de saber. Tô me arriscando por tu, filha da puta. Acorda… _ Aperto meu cenho e viro minha cabeça lentamente para o lado que ela está, me obrigando a abrir meus olhos e a vejo seria, sentada na minha cama. — O que foi? Dada — Senta que o babado é forte! Vim o mais rápido que eu pude e seu bofe não pode saber… — O que foi que ele fez? _ Sento arrastada, puxando a manta por cima do meu corpo nu e fico encostada na minha cabeceira estofada… Dada — Segura a onda, beleza? Cê tá ligada que eu não posso tá fazendo isso. Se teu marido souber, vai sobrar pra mim… _ Diz temer
Marlon Sinto meu peito correndo dentro de mim, enquanto eu olho desconfiado pra essa filha da puta... Será mermo que ela tem uma filha minha, mano? Ou será que ela tá querendo meter o loco em mim outra vez? Eu não confio nessa maldita nem um pouco. Eu vejo no olhar dela qual é sua intenção. Ela tá querendo entrar na minha. Ta achando que eu sou o mermo otário de antes. O certo é eu mete uma bala na cabeça e acaba com essa porra logo, mas se ela ta falando a verdade mermo, eu preciso saber. — Manda trazer o celular dela! _ Dou o papo pro Gato preto e ele na mesma hora tira o celular do bolso. Gato preto — Eu já sabia que tu ia perguntar dele, por isso mandei os cria trazer... _ Com a cara fechada, eu pego o aparelho, que é um iPhone de capa rosa. Toco na tela e na merma hora aparece a foto dela de perfil, sorrindo e maquiada. Meu coração senti um calafrio que na merma hora eu afasto, qualquer neurose que tente me perturbar. Me aproximo da desgraçada, olhando a com frieza e
TelmaMe sinto acuada. Perdi meus sentidos, pois eu nunca imaginei ver ele olhando assim pra mim. Será mesmo que ele me odeia tanto assim ou só tá querendo descontar sua raiva em mim? — Você sente mesmo tudo isso por mim? _ Minha voz saiu por um fio e ele sorri macabro. Marlon — Ainda… Tu acha que eu vim aqui porque senti saudade de tu? _ Ele ri pelo nariz desdenhoso. — Eu vim aqui pra te fazer sofrer… Vim tirar sua cabeça e cumprir minha promessa… — Você não tem coragem disso? _ Minhas lágrimas dançam nos meus olhos e ele se mantém indiferente. Marlon — RB, traz a motosserra! _ Ele ordena,com os olhos cravados nos meus, fixo e afiado como lâminas. Me provando que não está de brincadeira. — Não, espera! Eu preciso te contar uma coisa… Eu.. Eu fui embora daqui, grávida de você… A gente tem uma filha de oito anos… _ Meu coração bate disparado, olhando dentro do seus olhos frios, torcendo para um fiapo de esperança. — A gente tem uma filha, linda de oito anos… Ela se cham
Telma Marlon apesar de marrento, ele tem um lado sentimental que só eu e a mãe dele conhecemos. Ele vai descontar a raiva dele em mim e depois vai me perdoar. No passado ele agia assim… Sempre que eu fazia alguma sacanagem com ele, ele ficava puto, mas me perdoava. Ele sempre ficou de quatro por mim. Era só fazer umas manhãs, que ele logo cedia como um cachorro dócil. Só dele aparecer, eu já sei que tenho 70% de chance de ele recair de novo. Ele nunca soube dizer não pra mim. No coração dele, sempre existirá eu… Fora que eu nem vou está perdendo por ficar com ele novamente. Além dele poder me dar a vida boa que eu quero, ele ainda é tão lindo e gostoso. Muito melhor de quando nós estávamos juntos no passado. Esses oito anos longe, quase nove, fez muito bem pra ele. Ele tá mais forte, tem mais presença do jeito que eu gosto. A única diferença do Marlon daquele tempo é o ódio que ele está sentindo por mim, então eu tenho que agir no sapatinho. Vou ter que ir amassando ele aos
TelmaSinto a tensão do meu corpo se concentrar nas minhas costas quando fico em pé, olhando para esses olhos frios, que me encaram com maldade. Não nego o medo. Eu já esperava por isso desde o momento em que tomei a decisão de ir atrás dele. Eu sei que ele está com muita raiva de mim, mas não acho que ele vai ser capaz de me matar. Se ele não quisesse saber de mim, ele não iria vir me ver pessoalmente. Poderia ter mandado os meninos me matarem assim que eu pisei aqui e ele não fez. Isso só pode ser sinal que ele ainda gosta de mim… Assim que eu coloquei meus pés aqui, meu cú estava trancado. Papo reto! Eu demorei muitos anos para tomar a decisão de voltar, porque eu tive muito medo de pisar aqui e morrer sem nem conseguir falar com ele. Por isso eu esperei ele sair do presídio. Se eu tivesse uma chance de me aproximar dele outra vez, seria apenas com ele solto. Com ele lá dentro, ele ia mandar eles me matarem ou me manter presa até ele sair. De qualquer forma não teria jeito de f
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