Ava
Eu não dormi na primeira noite.
Mesmo com o colchão mais macio que já deitei, com os lençóis cheirando a lavanda e o silêncio absoluto da mansão, eu fiquei acordada. A cabeça latejava, e o corpo, apesar do cansaço, parecia incapaz de relaxar.
Era como se cada parte de mim ainda estivesse esperando outro golpe.
O quarto era grande, bonito demais. Uma suíte digna de hotel cinco estrelas. Mas não era só luxo que me cercava. Era o peso de saber onde eu estava. Sob o teto de um homem que todo mundo teme. Um homem que matou alguém na minha frente — e depois me ofereceu abrigo como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.
Gregório Hackman.
Acordei antes mesmo do sol nascer. O relógio marcava cinco da manhã quando me levantei e fui até a varanda. A mansão ainda dormia, mas os seguranças já estavam posicionados nos cantos do jardim. Silenciosos, imóveis, como sombras. Aquilo não era uma casa. Era uma fortaleza. Uma prisão dourada.
E eu… eu era hóspede ou prisioneira?
Depois do café —