Maria é uma jovem com a humildade posta a prova quando desiste de todo o luxo e tem que voltar a vida normal da que nunca se acostumou, mas nunca é tarde para regar as raizes e fazer brotar uma nova flor.
Ler maisEu ainda não tinha contado a Enzo sobre Lisandro Meu coração queria confiar nele, como meu noivo, mas a hesitação ainda me prendia. A ideia de envolver Enzo diretamente naquilo me deixava apreensiva, como se arrastasse alguém amado para um perigo que eu mesma não sabia mensurar. _Tudo bem, Irma… vou pensar - consegui dizer, com a mente girando em mil cenários possíveis. Eu estava sentindo o peso da preocupação, sabia que precisava decidir rápido, o que quer que acontecesse com Lisandro, não podia permitir que estragasse meu relacionamento e nem que o medo me paralisasse Cheguei em casa tarde da noite, ainda tentando organizar meus pensamentos depois do encontro com Irma. Mas assim que abri a porta, lá estava Enzo, encostado no batente, braços cruzados, expressão preocupada e séria. _ Oh Christine… Você… você não pode chegar a essas horas sozinha! - disse ele, a voz firme, quase reprimindo o medo que escondia. Olhei para ele, respirei fundo e decidi não ceder. O je
Não precisei levantar a voz, meu olhar dizia tudo. Ela sabia que tinha cruzado a linha. continuei de pé, encarando-a como quem não recua jamais Saí da cozinha com o coração disparado, os passos ecoando pelo corredor. A raiva latejava no peito, como se cada batida fosse um tambor de guerra. Mas de repente, senti um puxão brusco no braço e era Ana. Ela me segurava com força, com as unhas quase cravando na minha pele. _Você vai pedir perdão agora mesmo, Christine…Ou juro que conto tudo para o meu filho! - rosnou, com o rosto ainda manchado pelo suco escorrendo, mas com todo o desgosto que venho sentindo dela, me deixou fria e olhei para ela, firme, soltando um riso curto, quase debochado. _Eu? Pedir perdão? - balancei a cabeça. _Estou nem aí para as suas queixinhas , dona Ana. Ela estreitou os olhos, bufando de indignação e antes que pudesse soltar outra ameaça, ergui a voz, chamando uma das empregadas que passava. _Rosa! - falei, apontando com calma para a mulher co
Engoli seco. Não podia mentir, mas também não podia arrancar a esperança dela então Sorri, acariciando seus dedos pequenos _Acho que você é a menina mais forte que já conheci. E pessoas fortes sempre encontram um jeito de melhorar tudo. Ela sorriu, e naquele instante vi meu avô de novo, as memórias que ele tentava segurar com as mãos trêmulas, vi uma coragem em meio à fragilidade.Que até parece ser um tic deles, caramba!!! Fiquei ali até tarde, contando histórias, ouvindo gargalhadas baixas que disfarçavam a dor. E quando finalmente deixei o hospital, um vazio pesado tomou conta de mim. Eu não queria perder ninguém… Nem ela, nem meu avô, nem Christine.. Nunca. Christine Narrando Desde o susto de ontem com aqueles homens, minha rotina mudou, dormir cedo já não era mais favorável para mim, buscava sempre alguma coisa que me tirasse o sono, e hoje não foi diferente Estava na cozinha, mexendo a jarra de limonada que acabei de fazer para aliviar a mente, pois estou
Meu corpo inteiro travou. Aquilo não era apenas uma insinuação, era a confissão mais estúpida que ela poderia ter deixado escapar. Só quem sabia daquilo era quem tinha planejado tudo. A visão ficou turva de raiva e num movimento rápido, que nem eu entendi agarrei Sandra pelo pescoço e a pressionei contra a parede fria do corredor vazio onde estávamos _Repete!- rosnei baixo, encarando seus olhos arregalados. _Repete o que você acabou de dizer. Ela tentou se soltar, mas não tinha espaço. Os dedos dela arranhavam meu braço, e a cada segundo eu apertava mais, sentindo o meu coração explodir no peito. _Enzo… você está… me machucando… _Machucando? - soltei uma risada amarga_Você não tem ideia do que é machucar, Sandra. Você mandou três vermes invadirem o quarto de uma mulher, Três covardes para assustá-la, para desonrá-la, para fotografar como se… - minha voz falhou de pura fúria. _Como se fosse diversão, como você pode? Os olhos dela se arregalaram ainda mais, e o pav
Christine me encarou, frustrada. _Eu não preciso de provas pra saber, Enzo murmurou, quase num sussurro _ O que tentaram fazer hoje comigo… só pode ser ela Sem saber o que responder, abracei-a mais forte, sentindo meu próprio coração Eu queria prometer que Sandra nunca mais respiraria perto dela, mas minha cabeça ainda pesava com a dúvida. E enquanto ela fechava os olhos, cansada, eu fiquei acordado, repetindo a mesma pergunta será que foi mesmo Sandra… ou alguém que eu ainda não tinha coragem de imaginar? A manhã parecia calma demais Christine preparava o café em silêncio, ainda abatida da noite anterior, não queria ficar parada segundo ela Eu só tentava distraí-la com assuntos leves, mas sabia que ela carregava um peso enorme no peito. Então, a porta da cozinha se abriu e Sandra entrou como se a casa ainda fosse dela, com o rosto coberto de lágrimas que não entendi de onde vieram _Enzo… eu soube de tudo - soluçou, colocando a mão no peito _ Os empregados
O olhar de meu avô foi direto para Christine, que depois de alguns segundos ficou trêmula e tentando se cobrir. Ele deu um passo à frente, firme apesar da idade _O que vocês fizeram com ela? - rugiu, enquanto segurava no colarinho do cara que mandou a mensagem e sua voz soou mais poderosa do que eu já tinha ouvido em anos. Minha mãe, porém, não perdeu tempo. Fez aquilo que sempre fazia _Meu filho… meu filho! O que é isso? Você perdeu a cabeça? Vai acabar preso! Vai virar assassino por essa mulher? - disse correndo até mim, mas a empurrei de leve para o lado, mantendo o foco nos invasores. _Mãe, não se meta nisso, fique afastada por favor - falei com firmeza, o tom baixo mas audível - Se não fosse por essa arma, minha mulher… estaria em pedaços agora. Ela abriu a boca, mas meu avô a cortou _ Ah… Cala a boca, Ana - disse seco _O garoto está protegendo a mulher dele, e é assim que um Costa de verdade deve agir! E o silêncio se fez depois das palavras dele até que
Último capítulo